25/09/2016 às 19:51, atualizado em 24/05/2017 às 10:01

Mais de 1,5 mil pessoas prestigiam o segundo dia da Mostra Brasília

Competição entre cineastas locais, da programação do 49° Festival de Brasília, apresentou 12 produções em dois dias, como Catadores de História, sobre trabalhadores de aterros sanitários. O governador Rodrigo Rollemberg compareceu a duas sessões

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília

Um total de 1.541 pessoas se dividiram entre as três sessões deste domingo (25) do segundo e último dia da Mostra Brasília, dedicada exclusivamente aos cineastas locais na programação do 49° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

O secretário de Cultura, Guilherme Reis, o governador Rodrigo Rollemberg acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg, e a secretária adjunta de Cultura, Nanan Catalão.

O secretário de Cultura, Guilherme Reis, o governador Rodrigo Rollemberg acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg, e a secretária adjunta de Cultura, Nanan Catalão. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Catadores de História, de Tânia Quaresma, encerrou a segunda sessão. Após quatro anos de produção, o filme mostra o cotidiano de coletores de materiais recicláveis em vários aterros e lixões pelo Brasil, entre eles aqueles que trabalham no aterro controlado do Jóquei.

Presente na sessão, o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, ao lado de familiares, destacou a atualidade do tema. “É um filme muito forte, que retrata a realidade chocante que precisa ser transformada no Brasil”, comentou. “Em Brasília, é um desafio muito grande, pois precisamos fechar o aterro do Jóquei, mas oferecendo um processo de inclusão social aos catadores, no qual eles possam trabalhar com condições mais dignas”, complementou.

A sessão, iniciada às 14 horas, no Cine Brasília, teve também a animação A festa dos encantados, de Masanori Ohashy, que conta a história de como um índio guajajara que procurava pelo irmão perdido encontrou um mundo subterrâneo habitado por seres encantados, e ali permaneceu até aprender todos os rituais e cânticos de várias celebrações. O diretor agradeceu à oportunidade de se apresentar em um festival tão importante, mas deixou que Silvio Guajajara, representante da comunidade, comentasse o filme. “Foi uma forma de mostrar que, mesmo em um mundo globalizado, nós não perdemos nossa identidade”, enfatizou.

[Olho texto=”É um filme muito forte, que retrata a realidade chocante que precisa ser transformada no Brasil” assinatura=”Rodrigo Rollemberg, governador de Brasília, sobre o documentário Catadores de História, que retratou a vida dos trabalhadores de aterros e lixões pelo país” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A terceira sessão foi aberta por Rosinha, do brasiliense Gui Campos, prêmio de melhor curta-metragem do Festival de Gramado deste ano. Segundo o próprio diretor, “um filme sobre amor e sexualidade na terceira idade e o desafio das convenções sociais”.

Cora Coralina

Fechou a Mostra Brasília o longa Cora Coralina – todas as vidas, de Renato Barbieri. Uma biografia poética narrada nas vozes, sentimentos e interpretações de seis gerações de conhecidas atrizes brasileiras, como Zezé Motta e Tereza Seiblitz. Cora tem a trajetória retratada dos anos de infância até sair de Goiás, os 45 anos vividos em diferentes cidades no estado de São Paulo e seu retorno à cidade de Goiás, quando se revelou ao Brasil com a força de sua poesia.

Neto de Cora Coralina, o presidente da Adasa (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal), Paulo Salles, se emocionou na sessão. “Cora pensava à frente do tempo dela. Suas mensagens eram para gerações futuras, e hoje foi possível compartilhar disso”, disse. Para Rollemberg, o filme revela com muita precisão uma personalidade singular da cultura brasileira. “Foi uma mulher absolutamente antenada com os tempos presente e futuro”, enfatizou o governador.

[Numeralha titulo_grande=”R$ 200 mil” texto=”Valor da premiação da Mostra Brasília, dividida entre os vencedores dos júris oficial e popular” esquerda_direita_centro=”direita”]

O segundo dia da mostra foi aberto às 11 horas deste domingo com O Luto, da dupla João Gabriel Caffarelli e Saulo Santos, uma história sobre amigos que precisam aprender a lidar com a perda de uma pessoa do grupo. Logo após, foi a vez de #Era dos Gigantes, de Maurício Costa, sobre o confronto entre os principais personagens da política externa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os prêmios da Mostra Brasília somam R$ 200 mil, divididos entre os vencedores dos júris oficial e popular. A entrega do 21° Troféu Câmara Legislativa será na terça-feira (27), antes dos prêmios da mostra competitiva.

EDIÇÃO: GUSTAVO MARCONDES