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27/09/2016 às 08:12, atualizado em 24/05/2017 às 10:01
Deserto, de Guilherme Weber, foi o último concorrente exibido no Cine Brasília nessa segunda-feira (26), véspera da noite de premiação. Mostra paralela e debate também fizeram parte da programação
Depois de cinco dias de programação intensa, chegou ao fim a mostra competitiva do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A noite de segunda-feira (26), véspera da premiação, foi encerrada com a exibição de Deserto, longa-metragem carioca dirigido pelo ator de cinema e teatro Guilherme Weber. Nono entre os selecionados para disputar a principal categoria, o filme concorre a R$ 340 mil em prêmios, em 24 categorias. O primeiro lugar, que será anunciado nesta terça-feira (27), durante a cerimônia de encerramento, ganhará R$ 100 mil.
A produção estrelada pelos atores Lima Duarte e Cida Moreira levou à telona do Cine Brasília (106/107 Sul) a história de um grupo de artistas viajantes que descobrem um pequeno vilarejo abandonado no sertão brasileiro e decidem fundar uma nova comunidade naquele local. A obra inspirada na sátira mexicana Santa Maria do Circo, de David Toscana, é a primeira dirigida pelo também diretor de teatro.
[Olho texto='”Este festival é símbolo de resistência e da identidade cultural do nosso País”‘ assinatura=”Guilherme Weber, diretor do filme Deserto” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O diretor estreante disse estar honrado e orgulhoso da obra e reforçou que o filme traz um retrato em “microescala” sobre o Brasil e se trata de uma homenagem ao teatro. “São os atores os guardiões da nossa linguagem. É, de certa forma, um tributo à essa comunidade artística”, dedicou Weber. E acrescentou: “Este festival é símbolo de resistência e da identidade cultural do nosso País”.
Abriu a competição da noite o drama de média-metragem Os cuidados que se tem com o cuidado que os outros devem ter consigo mesmos, de Gustavo Vinagre. A ficção representante de São Paulo trata das relações pessoais afetivas. No palco, a equipe da produção paulistana agradeceu à curadoria do festival pela escolha. “Nunca estive tão feliz em ter um filme selecionado como desta vez”, declarou o diretor.
O penúltimo dia do festival começou de manhã com o encerramento do 2º Festival de Filmes de Curta-Metragem das Escolas Públicas, que premiou produções de estudantes dos ensinos médio e profissionalizante e da educação de jovens e adultos (EJA) em oito categorias.
As equipes dos filmes exibidos no domingo (25) — Confidente; Procura-se Irenice; Vinte anos; Bodas de papel; Demônia — melodrama em 3 atos; e Malícia — estiveram no Kubitschek Plaza Hotel (Setor Hoteleiro Norte, Quadra 2, Bloco E) para debater as produções concorrentes da mostra competitiva. À tarde, o diretor Kleber Mendonça Filho, do aclamado longa-metragem Aquarius, em cartaz no circuito nacional, ministrou a palestra Direção Cinematogrática.
Na programação do dia, por meio do documentário Recado pro mundão, de Diogo Noventa, a mostra paralela Cinema Agora! levou à tela do Cine Brasília relatos de adolescentes em conflito com a lei. Também foram exibidos fora da competição os longas-metragens Eles vieram e roubaram sua alma, de Daniel de Bem, representando a produção do Rio Grande do Sul, e Os pássaros estão distraídos, de Diogo Oliveira e João Vieira Torres, do Rio de Janeiro. Este último foi transmitido no Cine Cultura Liberty Mall.
A segunda-feira (26) também contou com a sessão especial de Beduíno, do diretor Júlio Bressane — recordista de prêmios do Festival de Brasília. A trama acompanha um casal de atores que tenta encontrar conexões entre a vida e a arte por meio de repetições de interpretações. A exibição gratuita no Cine Brasília marcou a estreia do longa-metragem.
Edição: Raquel Flores