06/10/2016 às 11:39, atualizado em 21/12/2016 às 18:48

Pacientes com hanseníase ganham ambulatórios de referência

Unidades ficam na Candangolândia, no Núcleo Bandeirante e no Riacho Fundo I. Mudança permite tratamento mais adequado aos doentes, que antes eram encaminhados ao Hospital Dia, na 508 Sul

Por Da Agência Brasília, com informações da Secretaria de Saúde

Com a criação de um novo fluxo de atendimento aos pacientes com hanseníase desenvolvido pela Região Centro-Sul de Saúde, o diagnóstico ficou mais rápido e o sistema de tratamento, mais adequado. Antes, aqueles com suspeita da doença na região eram encaminhados ao Hospital Dia, na 508 Sul, saturado com demandas de todo o DF.

Agora, as ocorrências podem ser descobertas nos centros de saúde e, aquelas mais complexas, acompanhadas em ambulatórios de referência na Candangolândia, no Núcleo Bandeirante e no Riacho Fundo I, onde um especialista garante suporte. Porém, segundo a Secretaria de Saúde, antes de procurar o ambulatório de referência, o paciente deve se dirigir ao centro de saúde, para avaliação da equipe do Programa de Hanseníase.

Médicos e enfermeiros passaram por treinamento em julho

A chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da região, Rosimeire Brandão, conta que em julho médicos e enfermeiros passaram por treinamento para que pudessem identificar sinais da doença em consultas nos centros de saúde. Para exames mais completos, acrescenta Rosimeire, “o paciente é encaminhado a um dos ambulatórios de referência e, confirmando o caso, ele é notificado e volta para fazer o tratamento no centro de saúde próximo de casa”.

[Olho texto='”Nós, que participamos do treinamento em julho, ganhamos um olhar clínico para identificar a hanseníase.”‘ assinatura=”Wanessa Cabral, enfermeira” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Aberto há um mês, somente o ambulatório do Núcleo Bandeirante, que funciona no Centro de Saúde nº 2, já descobriu cinco novos casos. “Nós, que participamos do treinamento em julho, ganhamos um olhar clínico para identificar a hanseníase. Antes, uma manchinha passava desapercebida. Hoje a gente já desconfia e faz exames mais completos”, destaca a enfermeira Wanessa Cabral.

Como há risco de contágio para pessoas que têm contato prolongado, direto e contínuo com o doente, o ambulatório também faz o exame com os familiares. “Com isso, a gente evita que a doença se prolifere”, alerta o médico Patrick Damasceno, do Centro de Saúde nº 2.

Hanseníase é doença crônica e contagiosa, mas tem cura

A hanseníase tem cura. Ela é uma doença crônica, contagiosa, que atinge pele e nervos periféricos e causa manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas na pele, com insensibilidade a calor, frio, dor ou toque.

É normal também ocorrerem sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, surgimento de caroços e placas em qualquer local do corpo e diminuição da força muscular.

O tratamento pode durar de seis meses a um ano, é gratuito na rede pública de saúde e feito via oral, com uma associação de medicamentos que evita a resistência do bacilo. Ao iniciar a medicação, o paciente já não transmite mais a doença.

No DF, os últimos dados são de 2015, quando 214 casos foram notificados. A maioria deles, em Ceilândia (30). Na Região Centro-Sul, local onde foi implementado o fluxo de atendimento de hanseníase, há notificação de 20 casos.

Em todo o Brasil, estima-se que 30 mil novas ocorrências sejam registradas por ano, o que corresponde a uma média de 15 pessoas contaminadas a cada 100 mil habitantes. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), um país é considerado em processo de eliminação da doença quando atinge o nível de dez novos casos a cada 100 mil habitantes.

Ambulatórios de referência em hanseníase: 

Candangolândia: Centro de Saúde nº 1 – EQ 5/7, Área Especial

Núcleo Bandeirante: Centro de Saúde nº 2 – Área Especial, 3ª Avenida – Área Especial nº 3

Riacho Fundo I: Centro de Saúde nº 3 – QN 7, Área Especial 9

Atendimento: das 8 às 11 horas e das 13 às 17 horas

Edição: Vannildo Mendes