07/10/2016 às 12:50, atualizado em 06/12/2016 às 20:08

Proposta de mercado comum no Brasil Central recebe aval de governadores

Consórcio vai estudar produtos de interesse e propor alíquotas diferenciadas. Outro tema debatido nesta sexta (7) em Porto Velho (RO) foi a compra conjunta de medicamentos de alto custo

Por Amanda Martimon, da Agência Brasília

Governadores do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central aprovaram, na manhã desta sexta-feira (7), a proposta de um mercado comum para as unidades da Federação que compõem o grupo: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins.

O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, destacou ainda que há grande interesse na intenção de compras conjuntas de medicamentos de alto custo.

O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, falou sobre a intenção de compras conjuntas de medicamentos de alto custo. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

A ideia é oferecer alíquotas vantajosas para produtos de interesse de cada local e promover mais emprego e renda. A decisão foi deliberada em assembleia do quinto Fórum de Governadores do Brasil Central de 2016, no Palácio Rio Madeira, em Porto Velho (RO).

“Vamos definir alíquotas em comum para que os nossos produtos sejam comercializados dentro do Brasil Central, beneficiando os estados com emprego e circulação de dinheiro”, explicou o presidente do consórcio e governador de Goiás, Marconi Perillo. Segundo ele, foi estabelecido prazo de seis meses para que, com a ajuda de consultoria especializada, sejam identificadas as necessidades e definido o modelo.

O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, reforçou que a medida será importante diante do potencial da região: “Todos compram muito e compram fora”. Para o Distrito Federal, ele destacou ainda que há grande interesse na intenção de compras conjuntas de medicamentos de alto custo, tema debatido na câmara de saúde do fórum e levada à assembleia dos governadores. “Dando escala, vamos conseguir comprar melhor e mais barato.”

Outros temas debatidos em assembleia pelos governadores foram uma estratégia unificada para aumento de exportações, parcerias na área de educação para melhorar os índices da região, o combate ao mosquito da dengue e um plano integrado de turismo. Também foi dada continuidade à discussão para integrar a segurança pública.

[Olho texto=”“Vamos definir alíquotas em comum para que os nossos produtos sejam comercializados dentro do Brasil Central, beneficiando os estados com emprego e circulação de dinheiro.”” assinatura=”Marconi Perillo, presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central e governador de Goiás” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O anfitrião, governador Confúcio Moura, falou sobre os resultados já alcançados com o consórcio. Como exemplo, ele citou o compartilhamento de software entre as unidades da Federação. O próximo encontro do Brasil Central, programado para dezembro, será em Brasília.

Também participam os governadores de Mato Grosso, Pedro Taques; de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; e do Tocantins, Marcelo Miranda; o vice-governador de Rondônia, Daniel Pereira; o senador Valdir Raupp (PMDB-RO); o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Maurão de Carvalho; e secretários e representantes dos estados. Do DF, estão presentes os secretários de Educação, Júlio Gregório Filho; e de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos; e os adjuntos da Saúde, Eliane Berg; e do Turismo, Jaime Recena.

Brasil Central aprova criação da câmara de comércio do consórcio

Interligada à ideia de que as unidades da Federação comprem produtos dentro do bloco, foi aprovada a criação da câmara de comércio. Antes de ser levada à deliberação dos governadores, a proposta havia sido aprovada, na quinta-feira (6), pelo Conselho de Administração do consórcio, integrado pelos secretários de Planejamento, Orçamento e Gestão.

“Vamos fazer um bom diagnóstico que possa promover o desenvolvimento da região”, disse a secretária da pasta no DF, Leany Lemos. A ideia, segundo ela, vai além de criar um mercado comum. “É uma estratégia de criação e de divulgação do mercado [do Brasil Central] para atrair investimentos para a região.”

Já existiam as câmaras de saúde e de educação. Na quinta-feira (6), foi instalada a de turismo. O secretário adjunto de Turismo do DF, Jaime Recena, foi o relator do grupo durante o fórum que ocorreu em Rondônia. Os representantes da área vão entregar no próximo encontro um plano integrado para o ano de 2017. “Também temos a missão de nos reunir com o Sebrae, que tem ações para desenvolver o turismo no Centro-Oeste.”

O que é o Consórcio Brasil Central

O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central é uma associação pública de natureza autárquica, com autonomia administrativa e financeira, patrimônio e receitas próprios. Formado pelo Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia, o objetivo é fomentar o desenvolvimento econômico e social das unidades, especialmente nas áreas: agropecuária, logística, industrialização, educação, empreendedorismo e inovação, meio ambiente e turismo.

O Brasil Central nasceu em 3 de julho de 2015 para fomentar o crescimento individual e regional com a cooperação entre as unidades da Federação. A criação ocorreu durante o Fórum de Governadores do Centro-Oeste, em Goiânia (GO), e o DF passou a integrar o grupo oficialmente em 4 de outubro, com a aprovação de projeto de lei na Câmara Legislativa. O termo de compromisso para oficializar o consórcio foi assinado em 10 de novembro, em cerimônia no Memorial JK.

Edição: Paula Oliveira e Marina Mercante