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11/10/2016 às 11:03, atualizado em 13/12/2016 às 15:37
A voluntária Cleiniva Rodrigues fez três vezes o curso para ajudar famílias de pessoas que têm problemas com drogas. Próxima capacitação será em novembro
Quando o sobrinho da aposentada Cleiniva Rodrigues, de 61 anos, se envolveu com drogas, ela sabia que precisava agir. Em 2013, procurou apoio em grupos religiosos e no programa Ame, mas Não Sofra, da Secretaria de Justiça e Cidadania, criado para atender famílias de dependentes químicos. “Sou referência para meus familiares, agora sirvo como alicerce”, garante a moradora do Núcleo Bandeirante.
“Precisamos nos ajudar primeiro para depois conseguirmos ser úteis e acolher aqueles que amamos quando passam por dificuldades”, avalia Cleiniva, que participou de três cursos de capacitação oferecidos pelo programa de governo — em 2013, 2014 e 2016. “O mais importante é entender que a dependência é uma doença, e não uma opção”, reforça. Durante a orientação do Ame, mas Não Sofra, os participantes têm acesso a palestras, oficinas e dinâmicas ministradas por psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e ex-usuários de drogas.
[Olho texto=”“Temos que mostrar aos nossos entes queridos o quanto os amamos. Mesmo que eles desistam de si mesmos, nós não desistiremos deles jamais.”” assinatura=”Cleiniva Rodrigues, multiplicadora social pelo programa Ame, mas Não Sofra, da Secretaria de Justiça e Cidadania ” esquerda_direita_centro=”direita”]
No caso da moradora do Núcleo Bandeirante, o envolvimento com o tema surgiu de uma necessidade pessoal, mas, mesmo com a recuperação do sobrinho, ela continuou como voluntária na rede de apoio. Para ela, que também integra a Pastoral da Sobriedade — grupo de cunho religioso que reúne dependentes e familiares em reuniões semanais na capela do Complexo da Academia de Bombeiros Militar do DF —, a troca de experiências foi fundamental. “Temos que mostrar aos nossos entes queridos o quanto os amamos, mesmo que eles desistam de si mesmos, nós não desistiremos deles jamais.”
Conhecer outras famílias na mesma situação também foi fundamental para uma secretária que buscou atendimento pelo programa em 2016. O filho de 15 anos da moradora do Guará se envolveu com drogas e chegou a ser pego pela polícia com outros adolescentes portando maconha. “Descobri no contato com outras famílias que a preocupação com o outro não pode atingir nossa saúde”, afirma a mãe. “No fim das contas, ninguém tem a resposta, mas o importante é que todos persistem, um dia de cada vez”, confessa a secretária, que espera que o filho a procure quando estiver pronto para receber o apoio.
O programa de governo ajuda famílias como as da moradora do Guará e de Cleiniva por meio de eixos de atuação. O primeiro é o atendimento na Secretaria de Justiça, que pode ser presencial (às terças, quartas e quintas-feiras), via e-mail ou telefone. “Orientamos, encaminhamos e acolhemos os familiares que passam pelo o que chamamos de codependência”, explica Hugo Souza Lima, subsecretário de Políticas para Justiça, Cidadania e Prevenção ao Uso de Drogas, da pasta de Justiça e Cidadania.
Desde 2013, foram registrados 1.877 atendimentos presenciais. “O objetivo primordial é amenizar o desgaste dessas pessoas, com todo o suporte, por meio de equipe multidisciplinar que conta com psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais”, reforça Lima.
[Numeralha titulo_grande=”1.325″ texto=”Pessoas capacitadas como multiplicadoras de ações de apoio à família” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O Ame, mas Não Sofra foi interrompido em dezembro de 2015 e retomado em junho de 2016. No relançamento do programa, criou-se o atendimento itinerante. A iniciativa já atendeu 93 pessoas em Ceilândia, Samambaia e Taguatinga. A próxima edição será no Paranoá, em 29 de outubro.
Outro eixo é o curso de multiplicador de ações de apoio, que capacitou 1.325 pessoas desde 2013. “É um momento em que quebramos os mitos, preconceitos e paradigmas sobre o uso da droga, o que é essencial para o entendimento das famílias”, reforça a coordenadora do programa, Gianni Puglisi. Com a retomada do programa, ela conta que a secretaria prepara um levantamento para mapear pessoas atingidas pelo curso. “Queremos saber para onde esses conhecimentos são levados: casa, comunidade, grupos religiosos. Assim podemos reforçar a atuação”, pontua Gianni.
Em novembro, terá início uma nova edição do curso de multiplicador de ações de apoio à família. As inscrições para as 220 vagas começam em 17 de outubro e vão até 21 de novembro. Serão três dias — 29 de novembro e 1º e 2 de dezembro — de palestras, oficinas, trocas de experiências, depoimentos e distribuição de cartilhas informativas.
“O público-alvo são familiares de dependentes químicos, profissionais da área da saúde, estudantes e interessados em ajudar em geral”, explica a coordenadora do Ame, mas Não Sofra. As atividades ocorrerão das 14 horas às 16h30, no auditório da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Setor Médico-Hospitalar Norte, Quadra 3, Asa Norte).
Inscrições para a capacitação do Ame, mas Não Sofra
De 17 de outubro a 21 de novembro
Por meio do site da Secretaria de Justiça e Cidadania, pelo e-mail inscricoes.ame@gmail.com ou pelo telefone (61) 2104-1819
Próximo curso de capacitação
29 de novembro e 1º e 2 de dezembro
Das 14 horas às 16h30
No auditório da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Setor Médico-Hospitalar Norte, Quadra 3, Asa Norte)
Próximo atendimento itinerante
29 de outubro (sábado)
Das 9 às 11 horas
No núcleo da Subsecretaria de Proteção às Vítimas de Violência (Pró–Vítima) do Paranoá (Quadra 5, Conjunto 3, Área Especial D)
Vagas para a terapia comunitária: 50 vagas
Cadastro pelo e-mail amemasnaosofra@sejus.df.gov.br
Atendimento presencial às famílias
Às terças, quartas e quintas-feiras
Das 10 às 17 horas
Na Secretaria de Justiça e Cidadania (Estação Rodoferroviária, Ala Central)
Informações pelo e-mail amemasnaosofra@sejus.df.gov.br ou pelo telefone (61) 2104-1870 2104-1819
Edição: Marina Mercante