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28/10/2016 às 12:43, atualizado em 09/01/2017 às 13:24
No DF, são cadastradas 14 metodologias, como acupuntura, reiki e automassagem. Um dos objetivos é dar autonomia ao paciente
“Do coração, você leva o amor e o carinho para fazer a massagem; da mente, a atenção; e do coração e da mente, o desejo de tratar e de curar.” O ensinamento é apenas um dos vários que o médico generalista da rede pública Marcos Freire, gerente do Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde, em Planaltina, dá durante a aula de automassagem que ocorre às terças e quintas-feiras, às 8 horas.
O Distrito Federal é pioneiro em oferecer os métodos entre os serviços da rede pública de saúde – começou há mais de 30 anos. Segundo a gerente de Práticas Integrativas em Saúde, da Secretaria de Saúde, Valéria Frota, a iniciativa trabalha o fortalecimento da prevenção e incentiva as pessoas a enxergarem a saúde integralmente — física, mental, psíquica, afetiva e espiritual. Estão disponíveis 14 práticas em cerca de 240 pontos de atendimento — 95% unidades básicas de saúde —, presentes em todas as regiões administrativas.
A agenda é aberta para a maior parte das práticas. Ou seja, não é preciso marcar horário — exceto para o reiki, a acupuntura e a homeopatia. No caso da acupuntura, por exemplo, apenas pacientes que já estão em tratamento nos hospitais recebem os cuidados por meio da técnica.
[Numeralha titulo_grande=”240″ texto=”Pontos de atendimento para as 14 práticas integrativas em saúde em todo o DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A oferta depende da disponibilidade de profissionais capacitados nas unidades. O foco é a inserção dos métodos na atenção primária e a promoção da saúde em projetos terapêuticos individuais ou coletivos. Um dos objetivos é diminuir o uso de medicamentos.
Ao ar livre, em meio a árvores, Maria Pires de Almeida, de 77 anos, acompanha as aulas de automassagem de Marcos Freire há mais de 20 anos. Ela conta que já curou dores no quadril e nos braços e sente melhora inclusive no intestino com os movimentos passados pelo médico. “Quando eu não venho, fico doente”, diz.
A ideia, segundo Freire, é fazer com que o paciente tenha conhecimento sobre seu corpo e cultive hábitos saudáveis, trabalhando a socialização. “Promovemos educação popular em saúde, transformando as pessoas em agentes ativos e responsáveis por seu bem-estar.” Ele conta que ainda são promovidas oficinas com temas como dengue, alimentação e cânceres de mama e de próstata.
A automassagem tem como base a medicina tradicional chinesa, com o gesto de tocar o próprio corpo e estimular determinadas áreas por meio das mãos. As aulas do médico, que também é acupunturista, reúnem a média de 80 pessoas. O Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde oferece mais de dez práticas diferentes, com dias intercalados, de segunda a sexta-feira.
O contato com a natureza e as falas envolvendo a cura, o equilíbrio e sentimentos bons deixou encantada a moradora do Lago Norte Ana Maria Carneiro, de 69 anos. Ela foi a Planaltina especialmente para conhecer a técnica de origem chinesa e disse que pretende voltar pelo menos uma vez por semana. A aposentada foi diagnosticada com artrose nos dois joelhos e encaminhada para cirurgia. “Eu espero não precisar operar. Isso aqui pode ser muito proveitoso”, ressalta. “É uma paz que a gente leva para o dia.”
[Olho texto=”A automassagem tem como base a medicina tradicional chinesa, com o gesto de tocar o próprio corpo e estimular determinadas áreas por meio das mãos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Para quem assiste ao desenrolar da aula, o sentimento é exatamente esse: paz. Com música calma, movimentos simples e disposição, Maria de Soares, de 63 anos, utiliza o método como complemento no seu tratamento contra colesterol e labirinte. “O mal-estar passa, as dores acabam”, resume a moradora de Planaltina.
As 14 práticas integrativas em saúde oferecidas pela rede pública são: acupuntura, arteterapia, automassagem, fitoterapia, hatha yoga, homeopatia, liang gong, medicina e terapias antroposóficas, meditação, musicoterapia, reiki, shantala, tai chi chuan e terapia comunitária integrativa. No site da Secretaria de Saúde é possível conhecer as técnicas e saber onde cada uma delas está disponível.
Edição: Raquel Flores