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25/11/2016 às 17:28, atualizado em 13/12/2016 às 18:03
Antes do laboratório do DF, somente um instituto do Pará fazia esse trabalho. Medida é considerada importante para controle de epidemias causadas pelo Aedes aegypti
O Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen) acaba de implantar o diagnóstico laboratorial do vírus mayaro, semelhante ao da febre chikungunya, e também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Até então, somente o Instituto Evandro Chagas, do Pará, era referência nacional para esse tipo de análise. Apesar de o DF ainda não ter registrado ocorrência do vírus, ele já está presente em regiões vizinhas, como Goiás.
A metodologia consiste na pesquisa de anticorpos da classe IgM, produzidos por infectados. “O mayaro é da mesma família da chikungunya. Com o que tínhamos até então, não dava para diferenciá-los no resultado. Agora, com uso de reagentes específicos, vamos saber com qual vírus o paciente está”, explica a analista em Saúde do Núcleo de Virologia do Lacen, Marizoneide Gomes.
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O maior ganho, segundo ela, está no controle das epidemias. “Pode ser que a gente tenha dado diagnóstico de chikungunya, quando na verdade era mayaro. Para o paciente, não faz diferença, pois os sintomas e o tratamento são os mesmos para ambos. É uma importância de vigilância epidemiológica”, destaca.
A amostra clínica para diagnóstico é o sangue do paciente, que deve ser colhido cinco dias após o início dos sintomas. O material deve ser encaminhado ao Lacen, transportado sob refrigeração e acompanhado da ficha de investigação epidemiológica devidamente preenchida.
A febre do mayaro é uma doença infecciosa aguda, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que carrega os vírus da dengue, da chikungunya e da zika. Por ser similar a outras viroses e permitir a melhora sem tratamento, raramente é diagnosticada.
Parte dos pacientes pode apresentar queixa de artralgia (dor nas articulações) intensa, acompanhada ou não de edema. A lesão pode ser incapacitante e durar meses. Mas normalmente o paciente se recupera em uma ou duas semanas.
Mayaro e chikungunya pertencem à família dos alfavírus. Por serem relacionados antigenicamente (capacidade de produção dos mesmos anticorpos), podem ocorrer reações cruzadas em seu diagnóstico.