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13/12/2016 às 11:22, atualizado em 14/12/2016 às 20:55
Estudo apresentado nesta terça-feira pela Codeplan subsidiará a construção do Plano Distrital de Juventude
Um em cada quatro moradores de Brasília tem de 15 a 29 anos. A faixa etária é classificada como jovem e concentra cerca de 700 mil brasilienses (24,1%) dos 2,9 milhões de habitantes. Os dados, que constam da pesquisa O Perfil da Juventude do Distrito Federal, feita pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), foram apresentados na manhã desta terça-feira (13) e serão subsídio para a construção do Plano Distrital de Juventude.
O estudo foi discutido em reunião do Comitê Intragovernamental Permanente de Acompanhamento e Articulação de Políticas para a Juventude, no auditório da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude. “Olhando a pesquisa da Codeplan, a gente percebe regiões mais vulneráveis, que precisam de maior atenção para concentrarmos esforços e políticas nesses lugares”, explicou a subsecretária de Juventude da pasta, Aline Bezerra.
Os dados, recortados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2015/2016, apontaram que as regiões administrativas com o maior número de jovens, proporcionalmente ao de moradores, são as que têm menor renda. O Varjão é a localidade com mais pessoas nessa faixa etária (36%), e o Lago Sul, a menor (16%). “O estudo nos direciona. Ele diz onde devem ser investidos os recursos, onde está o público que precisamos atender e que precisamos ouvir”, completou a subsecretária.
A pesquisa, segundo a diretora de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan, Ana Maria Nogales Vasconselos, foi organizada em três grupos (um com faixa etária de 15 a 17 anos; outro de 18 a 24 anos; e um terceiro de 25 a 29 anos) e dividida por cidades do DF. Ela traz recortes relacionados a mulheres e a negros.
Dos jovens de 15 a 17 anos, 77,8% frequentam a escola pública; 13,8%, instituições privadas; e 8,5% não estudam. Dos 18 aos 24 anos, há uma inversão: aumenta o porcentual de estudantes em instituições privadas (24%) e diminui o das públicas (18%). Isso mostra, de acordo com a diretora, a baixa oferta de ensino superior público. A partir dessa faixa, a maioria não estuda (57,4%).
[Olho texto=”O governo fará debates nas 31 regiões para saber se as sugestões feitas na Conferência Distrital de Juventude, em 2015, continuam atendendo aos anseios desse público” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Lugares com a população com menor poder aquisitivo apresentaram ainda menores percentuais de conclusão do ensino. A defasagem quanto ao ensino fundamental, por exemplo, é maior principalmente em jovens de 15 a 17 anos, em cidades como a Fercal e o Itapoã — apenas 42% e 44% concluíram o ensino fundamental. Quanto ao ensino superior, os dados mostram uma desigualdade ainda mais elevada, segundo o estudo. No Lago Sul e no Sudoeste/Octogonal, 82% e 78% dos jovens têm ensino superior completo, enquanto na Fercal, na Estrutural e no Varjão, esse número é de 5%, 7% e 8%.
O perfil traz um recorte quanto a mulheres que abandonam a escola ou o trabalho. Um estudo realizado pela companhia em 2014 aponta que a gravidez é um dos principais motivos para essa decisão. O percentual de garotas que não estudam nem trabalham é superior ao de garotos. Os dados apresentados hoje mostram que 26% das mulheres entre 15 e 29 anos estão nesse grupo, que reúne 17% dos homens na mesma idade.
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Nas regiões administrativas com menor poder aquisitivo, é mais comum que os jovens se casem. Na Fercal, 9% das pessoas de 15 a 17 anos estão casadas, e aquelas com 25 a 29 anos somam 56%. No Lago Sul, não se registrou casamento de menores de idade e, na faixa etária de 25 a 29 anos, apenas 10% das pessoas estão casadas.
O estudo indicou também que os jovens brasilienses são, em geral, religiosos. No Sudoeste e na Octogonal, porém, apenas 33% dos moradores de 15 a 17 anos seguem alguma religião — menor índice entre as regiões administrativas.
No início do ano que vem, a secretaria iniciará rodas de diálogo nas 31 regiões administrativas para saber se as sugestões dos participantes da Conferência Distrital de Juventude, em 17 de outubro de 2015, continuam atendendo aos principais anseios desse público. No encontro de 2015, 200 delegados escolheram 22 proposições como as mais importantes para constar do plano, que deverá ser concluído e entregue à Câmara Legislativa em 2018.
O Comitê Intragovernamental Permanente de Acompanhamento e Articulação de Políticas para a Juventude é previsto na Lei Distrital nº 5.142/13, mas saiu do papel nesta gestão, em março de 2015. É composto por todos os órgãos de governo envolvidos com o tema, além do Conselho de Juventude do DF, que representa a sociedade civil, e da Companhia de Planejamento (Codeplan).
Edição: Raquel Flores