14/01/2017 às 09:36, atualizado em 31/03/2017 às 11:26

Caesb recomenda não estocar água no rodízio de fornecimento

Armazenar o recurso pode aumentar o desperdício e criar ambiente propício ao mosquito da dengue. Companhia também aconselha manter a caixa d’água limpa para a sujeira não subir quando o abastecimento for religado

Por Guilherme Pera, da Agência Brasília

A Barragem do Descoberto estava com 18,85% da sua capacidade na sexta-feira (13), enquanto o mínimo ideal é de 60%

A Barragem do Descoberto estava com 18,85% da sua capacidade na sexta-feira (13), enquanto o mínimo ideal é de 60%. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília 3.1.2017

O uso consciente da água, estimulado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), deve ser intensificado durante o rodízio de fornecimento que Brasília terá a partir de segunda (16). O presidente da empresa, Maurício Luduvice, classifica como “indispensáveis” duas dicas para esse período: não fazer estoques e manter a caixa d’água limpa. São dois avisos que se somam ao já reiterado pela companhia de frear o desperdício o máximo possível.

Caso as pessoas façam consumo moderado, a quantidade que fica na caixa é suficiente para o dia sem abastecimento. A Barragem do Descoberto estava com 18,85% da sua capacidade na sexta-feira (13), enquanto o mínimo ideal é de 60%. “Estocar água pode aumentar o desperdício, e, caso os recipientes fiquem abertos, viram ambiente propício para o mosquito da dengue”, alerta Luduvice.

Se o estoque é prejudicial, a atenção à caixa d’água deve ser redobrada. É necessário mantê-la sempre limpa para ter água de qualidade em casa. “Verifiquem a boia. Ela precisa estar nova e limpa, pois, sem abastecimento, o volume vai descer. E, estando vazia e suja, quando religar, a sujeira vai subir”, explica o presidente da Caesb.

[Olho texto='”Estocar água pode aumentar o desperdício, e, caso os recipientes fiquem abertos, viram ambiente propício para o mosquito da dengue”‘ assinatura=”Maurício Luduvice, presidente da Caesb” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Os dois alertas reforçam as listas de atitudes pelo uso racional dos recursos hídricos. São elas: não deixar a torneira pingando, o que leva a um desperdício de cerca de 48 litros por dia; tomar banhos de até cinco minutos, o que equivale a 30 litros de água; manter a piscina de casa vazia; trocar a mangueira pela vassoura na limpeza de calçadas e por balde, se for necessário lavar o carro. No caso de plantas e flores, o ideal é usar o regador.

Como e por que haverá rodízio no fornecimento de água

O rodízio consiste em ciclo de um dia sem abastecimento (a partir das 8 horas), seguido de dois dias para religar e estabilizar o sistema, e três de situação normalizada. As áreas afetadas são Águas Claras, Candangolândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Santa Maria, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires (veja lista abaixo). Cerca de 1,8 milhão de pessoas serão atingidas pela medida.

A alternância no fornecimento de água já havia sido ventilada em novembro de 2016, quando o nível do Descoberto esteve abaixo dos 20% pela primeira vez, e a Adasa publicou a Resolução nº 20 para estabelecer o regime de racionamento. Foi uma das oito publicadas pela agência reguladora desde a percepção da escassez hídrica.

A medida foi necessária por conta do baixo índice das chuvas, algo não esperado à época. Como a ideia é economizar água para manter os níveis do reservatório para o período de seca, o governo de Brasília ainda não estabeleceu uma data final para o regime de racionamento.

Sistemas de abastecimento de água do DF

Construções de outros sistemas captadores de água

Em novembro, o governo de Brasília deu início às obras da represa do Bananal. A novidade vai custar aos cofres públicos cerca de R$ 20 milhões e deve ficar pronta em um ano. O Bananal levará água para moradores do Plano Piloto, do Cruzeiro e do Lago Norte — 170 mil ao todo. Com capacidade de vazão de 726 litros por segundo, a bacia desafogará o Reservatório de Santa Maria, responsável pelo abastecimento dessas três regiões administrativas. É a primeira grande obra para melhorar o abastecimento no DF em 16 anos.

Além do subsistema do Bananal, outra obra em curso para dar mais tranquilidade ao abastecimento de Brasília é a construção de sistema de captação e distribuição de água na barragem de Corumbá 4, próximo a Luziânia (GO), que conta com investimentos do DF, de Goiás e do governo federal. A previsão é que o reforço fique pronto em 2018, em benefício de brasilienses e goianos.

A Caesb ainda tem um projeto para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá, que está licitado, mas aguarda a liberação de recursos da União para o início das obras. Quando ficar pronto, o Sistema Paranoá atenderá cerca de 600 mil moradores do Paranoá, de São Sebastião, do Lago Norte, de Sobradinho, de Sobradinho II, dos condomínios do Grande Colorado e de Planaltina.

Primeiro ciclo do rodízio no fornecimento de água

16 de janeiro (segunda-feira)

Interrupção: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II

 

17 de janeiro (terça-feira)

Interrupção: Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria

Religação e estabilização: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II

 

18 de janeiro (quarta-feira)

Interrupção: Gama

Religação e estabilização: Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK, Residencial Santa Maria, Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II

 

19 de janeiro (quinta-feira)

Interrupção: Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia

Religação e estabilização: Gama, Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria

 

20 de janeiro (sexta-feira)

Interrupção: Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I

Religação e estabilização: Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste, Samambaia e Gama

 

21 de janeiro (sábado)

Interrupção: Águas Claras (zona alta), Concessionárias e Taguatinga Norte

Religação e estabilização: Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal, Riacho Fundo I, Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia

 

22 de janeiro (domingo)

Interrupção: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II

Religação e estabilização: Águas Claras (zona alta), Concessionárias, Taguatinga Norte, Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I

Edição: Vannildo Mendes