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07/03/2017 às 15:56, atualizado em 14/09/2017 às 17:44
Curso, em parceria com secretarias do governo de Brasília, aborda metodologia de prevenção às drogas e à violência. Ideia é que docentes repassem informações a alunos
Como afastar os jovens das drogas, como evitar que eles entrem na criminalidade e qual é o papel do esporte nessas intervenções? Essas e outras questões começaram a ser debatidas nesta terça-feira (7), durante capacitação de 22 professores e gestores de centros olímpicos e paralímpicos do Distrito Federal, no Ginásio Nilson Nelson.
O treinamento, coordenado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) — agência da Organização das Nações Unidas (ONU) —, segue até amanhã (8). “É basicamente um programa que colabora no combate à violência e à criminalidade por meio da prática esportiva”, explica o assistente de projetos da UNODC Rodrigo Araújo. Brasília é a primeira capital a receber essa iniciativa, firmada por meio de parceria com o governo local.
A capacitação foi ministrada pelo belga Peer van der Kreeft, criador de projeto de enfrentamento ao uso de drogas e à criminalidade, intitulado no Brasil de Vamos Nessa. “Essa oficina visa aproveitar os momentos de aula para aplicar a metodologia”, destaca o instrutor. “O objetivo é usar o esporte para que os alunos percebam os perigos do envolvimento com esses mundos”, reforça.
Durante a manhã, além de palestras e apresentação de slides, os educadores tiveram atividades práticas lúdicas, passíveis de serem aplicadas no cotidiano das aulas. Em uma delas, os envolvidos precisavam girar por 15 vezes e ler um texto. Posteriormente, escrever o máximo de palavras existentes na leitura. A ação simula a dificuldade de resposta de quem usa entorpecentes.
Além dos professores da Secretaria do Esporte, Turismo e Lazer, dois representantes do programa Esporte à Meia Noite, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, participaram do treinamento.
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Kraats explica que o propósito é trabalhar com as habilidades dos atletas. Segundo ele, não basta dizer aos alunos para não usar drogas, mas aumentar a responsabilidade deles e a capacidade de recusa.
De acordo com o coordenador dos Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal, Adriano Matos, os participantes da capacitação serão multiplicadores da metodologia nas unidades. Atualmente, os 11 centros têm cerca de 200 professores e 37 mil inscritos. “Nosso foco, porém, é no público de faixa etária de 12 a 17 anos, aproximadamente 8 mil jovens, por estarem mais suscetíveis ao envolvimento com essas questões”, acredita.
Responsável pela unidade do Setor O, em Ceilândia, Gerson Vieira, de 44 anos, relata que casos envolvendo drogas e criminalidade são recorrentes. Segundo ele, é um desafio diário para o educador mediar os conflitos. “O primeiro passo é não excluir ninguém, seja qual for a situação”, enfatiza o gestor. “A medida seguinte é acolher por meio do esporte e de suas premissas, como respeito, dedicação e cooperação”, completa.
Há quatro anos no centro olímpico, Gerson atuou durante mais de 20 anos como profissional de futebol. Bicampeão Brasileiro da Segunda Divisão com Gama e Brasiliense, o ex-zagueiro acredita que a atividade física é uma importante ferramenta para combater as mazelas da sociedade. “Quem pratica esporte não tem tempo e nem vontade de se envolver com o que não faz bem.”
Edição: Marina Mercante