01/06/2017 às 19:37, atualizado em 02/06/2017 às 09:25

Professores serão propagadores do consumo consciente da água nas escolas

Em tempos de crise hídrica, 514 educadores da rede pública de ensino do DF foram capacitados como agentes de mobilização da comunidade estudantil. Um dos objetivos consiste em combater os focos do Aedes aegypti

Por Larissa Sarmento, da Agência Brasília

Em momento de grave escassez hídrica, 514 professores e profissionais de educação da rede pública foram treinados para atuar como agentes mobilizadores das escolas sobre consumo consciente da água no Distrito Federal.

514 educadores da rede pública de ensino do DF foram capacitados como agentes de mobilização da comunidade estudantil

514 educadores da rede pública de ensino do DF foram capacitados como agentes de mobilização da comunidade estudantil sobre uso consciente da água. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Desde 16 de maio, foram ministradas sete séries de palestras para educadores de 677 escolas, representantes das 14 regionais de ensino do DF. O último encontro ocorreu nesta quinta-feira (1º), na regional do Plano Piloto e Cruzeiro, na 711 Norte.

O projeto é uma parceria entre a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e as Secretarias de Educação e de Saúde, destinada a formar multiplicadores de conhecimentos sobre uso sustentável de recursos hídricos.

Nele, estão integrados o Plano Distrital de Ação para Prevenção e Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti, da Secretaria de Saúde, e o programa Mensageiros da Água, da Caesb.

[Olho texto=”Com a crise hídrica, as pessoas passaram a estocar água de forma inadequada, aumentando os riscos de propagação do Aedes aegypti” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

No encontro de hoje, os servidores receberam material informativo sobre a crise hídrica que o DF enfrenta e viram como monitorar o consumo de água na própria escola, por meio do site da Caesb.

Com as instruções, eles podem avaliar o histórico de consumo dos últimos 12 meses, por exemplo, e definir, com a comunidade escolar, formas de economizar o recurso.

De acordo com o diretor de Vigilância Ambiental, Denilson Magalhães, foi identificado, por meio do Levantamento de Índices Rápidos do Aedes aegypti (LIRAa), que os principais criadouros do mosquito são recipientes utilizados pela população para armazenamento de água.

Ele compara os resultados deste ano com os do ano passado e diagnostica que, com a crise hídrica, as pessoas passaram a estocar água de forma inadequada. Por isso, os órgãos criaram uma força-tarefa com o objetivo de evitar a propagação de doenças transmitidas pelo mosquito no período de seca.

Para Erika Radespiel, pedagoga da Gerência de Gestão Ambiental Corporativa da Caesb, o programa despertou o interesse pela causa na rede de ensino. “Tem sido muito proveitoso. Temos recebido das escolas solicitação de orientações mais específicas”.

De acordo com a professora Paula Ribeiro, assessora do Gabinete da Subsecretaria de Educação Básica, “é de extrema relevância a parceria entre os órgãos do governo para que se possam otimizar as ações dentro das escolas”.

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A professora Andrea Costa e Silva, da Escola Classe 111 Sul, participou da palestra de hoje. Ela avalia que, ao armazenarem água, as pessoas acabam causando um problema mais sério: a proliferação da dengue.

Para ela, os professores sabem que o problema existe, mas não conhecem a dimensão. “Nós vamos mostrar para os alunos a gravidade do que está acontecendo, e eles vão passar para os pais”, enfatizou.

A perspectiva para este ano é fazer novos encontros nas regionais de ensino, para compartilhamento de experiências e avaliação dos resultados do projeto.

As escolas que não puderam enviar representantes terão mais uma oportunidade. Haverá um grande encontro, ainda em junho, para educadores de todas as unidades que faltaram à capacitação.

Edição: Vannildo Mendes