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07/08/2017 às 08:51, atualizado em 07/08/2017 às 19:58
Auxiliado pela Emater-DF e com recursos do Prospera, Miguel Simões reduziu gastos na produção de hortaliças ao instalar irrigação por gotejamento e estufas
Com a união de dois auxílios do governo de Brasília — o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF e o financiamento do Prospera —, Miguel Simões, de 48 anos, conseguiu instalar um sistema mais eficiente de irrigação, por gotejamento, em sua produção de hortaliças.
Na Ponte Alta do Gama, o produtor de tomate-cereja, alface, jiló, rúcula, entre outros alimentos, deixou de ligar a irrigação — antes por aspersão — duas vezes ao dia. “Hoje, com o gotejamento, consigo ficar até três dias sem irrigar”, conta, com orgulho. A economia de água, necessária em tempos de crise hídrica, também reflete no bolso.
Com R$ 15 mil financiados pelo Prospera, ele comprou material para a irrigação por gotejamento, estufa e um reservatório de água. “80% de tudo é ajuda da Emater. A estufa, por exemplo, foi ideia deles. Eles fizeram projeto completo, me passaram lista de material com a quantidade certa e me ensinaram como fazer”, explica Simões.
Com isso, após conseguir a liberação dos recursos, ele mesmo instalou as melhorias. “Já na primeira colheita, após colocar a estufa, senti que a produção quase dobrou”, avalia. Além de maior produção, ele pontua que precisa usar menos produtos, além de ter cortado o desperdício e gastos com água, o que fez a renda aumentar.
[Olho texto='”Já na primeira colheita, após colocar a estufa, senti que a produção quase dobrou”‘ assinatura=”Miguel Simões, produtor rural” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Apenas neste ano, o Prospera já financiou R$ 1.755.860,84 em crédito rural — quase 36,5% do total liberado, de R$ 4.814.176,20.
Em 2016, o crédito rural totalizou R$ 4.480.851,28, representando 44,7% dos R$ 10.020.461,69 liberados no ano passado.
A Emater-DF atende os agricultores locais em 15 escritórios. Outras duas unidades funcionam por meio de contrato com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e atendem assentados de Formosa e Padre Bernardo, em Goiás.
Em cada escritório, atuam, em média, oito extensionistas rurais, entre agrônomos, veterinários, zootecnistas e assistentes sociais. Atualmente, a Emater-DF atende cerca de 2,5 mil empreendimentos no DF. Desses, 83% são de base familiar.
Além da assistência técnica relacionada diretamente à produção — consultorias sobre manejo de plantas e animais —, os técnicos apoiam as famílias rurais em aspectos sociais, econômicos e ambientais.
O apoio se dá, por exemplo, com a elaboração de projetos de crédito, desenvolvimento de relatórios de atividades e orientações sobre direitos do trabalhador.
[Numeralha titulo_grande=”2,5 mil” texto=”Quantidade de empreendimentos rurais atendidos pela Emater-DF, 83% deles de base familiar” esquerda_direita_centro=”direita”]
Com essa ajuda, o produtor de morangos Sandy Oliveira, de 45 anos, já está no segundo financiamento por meio do Prospera.
No ano passado, ele conseguiu R$ 15 mil para melhorar o sistema de irrigação da plantação, em Brazlândia. Com o primeiro empréstimo pago, neste ano ele financiou mais R$ 20 mil e ampliou o número de estufas, de seis para 40.
“Elas fazem muita diferença, protegem do sol, vento, chuva. A produção é sensível”, conta. Segundo ele, com a proteção, o aumento de produção chegou a 70%.
As condições facilitadas do programa foram fundamentais para o produtor conseguir abrir o negócio próprio. “As condições são bem melhores. Sem apoio, o acesso a um banco seria difícil. O conhecimento do plantio eu já tinha”.
Antes, ele se dedicou — por mais de duas décadas — ao cultivo como funcionário de outras propriedades na região.
Sandy Oliveira vende para uma distribuidora que repassa os morangos para dois hipermercados, além de destiná-los à exportação. A média de entrega é de 4 mil caixas por semana.
Do pedido do crédito até depois da concessão, os beneficiados recebem orientação. Os investimentos do programa podem ser utilizados na aquisição de máquinas, equipamentos, móveis e utensílios.
O capital de giro na área urbana é exclusivo para a compra de matérias-primas e mercadorias. Outra modalidade, o custeio rural, é para gastos com insumos e preparação de terra para plantio, por exemplo.
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O retorno do empréstimo na área urbana é feito em até 36 prestações, com carência de até três meses para capital de giro e de até 12 para investimento. No caso dos financiamentos mistos, o capital de giro pode ter até 12 prestações, sem carência.
No investimento, o prazo é de até 36 vezes, mais carência de até um ano. No campo, o prazo para amortização do crédito é de um ano, mais 12 meses de carência no caso do custeio. Para investimento, o retorno será em até 48 meses — mais carência de até dois anos.
Conforme as normas, não há cobrança de taxa de abertura de crédito, de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ou outros tributos. Os valores das cartas variam de acordo com a pontualidade das parcelas e a estrutura financeira do empreendimento.
Eles podem aumentar à medida que o empreendedor faz novos financiamentos. Os recursos saem do Fundo de Geração de Emprego e Renda do DF.
Edição: Vannildo Mendes