10/08/2017 às 10:07, atualizado em 05/09/2017 às 08:52

Obras de captação no Lago Paranoá estão 74% executadas

Rollemberg visitou o local nesta quinta-feira (10). Assim como as intervenções no subsistema Bananal, que estão 55% avançadas, previsão do início da operação é outubro

Por Guilherme Pera, da Agência Brasília

O Subsistema Produtor do Lago Norte, unidade da captação emergencial do Lago Paranoá, está com as obras 74% executadas. O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, esteve no local na manhã desta quinta-feira (10) para vistoriar o andamento dos trabalhos.

Governador Rollemberg acompanhado do ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, visitou as obras de captação no Lago Paranoá nesta quinta-feira (10).

Governador Rollemberg acompanhado do ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, visitou as obras de captação no Lago Paranoá nesta quinta-feira (10). Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Para chegar ao fim das intervenções, faltam a chegada da balsa, a rede elétrica e a finalização da infraestrutura civil. A previsão é que o subsistema inicie a captação de 700 litros por segundo do Lago Paranoá até outubro.

“A nossa expectativa é que a operação comece em 2 de outubro. Temos outras obras importantes: o Bananal, com previsão de entrega também para outubro, e Corumbá, que junto a essas vai resolver por 30 anos a questão hídrica do DF”, disse Rollemberg.

O investimento ficou em R$ 42 milhões, 15% abaixo do inicialmente estimado, de R$ 49.437.958. O Ministério da Integração Nacional liberou R$ 55 milhões para as obras — o dinheiro restante volta para a pasta federal.

“Segurança hídrica é fundamental para a qualidade de vida da população. Esse é um dinheiro bem investido, uma parceria entre os governos federal e de Brasília que vai beneficiar 400 mil pessoas direta e indiretamente todo o DF”, disse o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, que acompanhava o governador nesta manhã.

Como vai funcionar a captação de água no Lago Paranoá

A água será captada no braço do Torto, no Lago Paranoá. A estrutura vai ficar na ML 4, no Setor de Mansões do Lago Norte. Trata-se de uma estação compacta de tratamento de água, com membranas de ultrafiltração, uma das mais modernas tecnologias.

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“Serão três meses de operação assistida, ou seja, em fase de testes por conta da empresa. Depois desse período, a Caesb ficará responsável“, explicou o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), Maurício Luduvice. “No Bananal, como não tem estação de tratamento, seremos nós que atuaremos desde o início.”

Depois, a água vai para dois reservatórios: um no Lago Norte e um no Paranoá. Os locais abastecidos serão Asa Norte, Itapoã, Lago Norte, Paranoá, parte de Sobradinho II e Taquari. Atualmente, o fornecimento para essas regiões é feito pelo Sistema Produtor Santa Maria-Torto.

Andamento das obras no Bananal e a interligação entre os sistemas

Com entrega também prevista para outubro, as obras do Subsistema Produtor do Bananal estão 55% executadas. A elevatória 1 e a captação estão prontas. A elevatória 2 está em processo de finalização. Serão iniciadas a parte elétrica, a instalação de equipamentos e a automação.

O Bananal significa um reforço de 726 litros por segundo para o Sistema de Produção Santa Maria-Torto. O investimento é de R$ 20 milhões, provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, do Banco do Brasil.

Cerca de 170 mil pessoas serão beneficiadas com as intervenções, que incluem captação no Ribeirão Bananal e bombeamento para a Estação de Tratamento de Água de Brasília.

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Metade do reforço para o Santa Maria-Torto, que será possível após o início da operação no Lago Norte e no Bananal, vai para o Descoberto — algo em torno de 700 litros por segundo.

Para isso, o governo de Brasília começou as obras da nova interligação entre os Sistemas Produtores do Descoberto e Santa Maria-Torto. Atualmente, uma adutora da Caesb é capaz de levar água do Descoberto para Santa Maria. Com a adaptação na rede, será possível fazer o movimento inverso.

As intervenções tiveram início em 30 de julho, e a transferência de 250 litros por segundo já está em operação desde 4 de agosto, um dia antes da chegada dos equipamentos emprestados pelo governo de São Paulo para auxiliar no restante das obras.

Sistemas Produtores Corumbá 4 e Paranoá

As obras do Sistema Produtor Corumbá 4 estão com a parte civil 90% executada e a elétrica, 30%, no que compete ao DF, ou seja, a construção de 15,3 quilômetros da adutora e da estação de tratamento de Valparaíso, de onde a água será bombeada para o DF e para o Entorno.

Cerca de 1,3 milhão de pessoas serão beneficiadas. No DF, moradores do Gama, de Santa Maria e do Recanto das Emas serão atendidos pelo novo sistema. No estado vizinho, o público abastecido será da Cidade Ocidental, de Luziânia, do Novo Gama e de Valparaíso.

Em Goiás, as intervenções foram liberadas em 11 de maio, após ficar um tempo embargadas por suspeita de superfaturamento. Segundo a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), ainda falta, porém, repasse de recursos pelo Ministério das Cidades e pela Caixa Econômica Federal.

[Olho texto=”A Caesb tem também um projeto, já licitado, para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá de forma definitiva” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

O fornecimento será de até 5,6 mil litros por segundo e vai ampliar em 70% a capacidade de abastecimento do DF, além de desafogar o Descoberto. O orçamento é de R$ 540 milhões, divididos de forma igualitária entre Distrito Federal e Goiás.

A Caesb tem também um projeto, já licitado, para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá de forma definitiva. As obras estão orçadas em R$ 480 milhões — o governo de Brasília negocia financiamento com a Caixa Econômica Federal.

O Sistema Produtor Paranoá vai atender 600 mil pessoas no Paranoá, no Lago Oeste, no Tororó, em Sobradinho e nos condomínios Jardim ABC, Jardim Botânico e Alphaville.

Pequenas obras de captação no Distrito Federal

No fim de março deste ano, a Caesb reativou a captação no Rio Alagado, no Gama. São 20 litros por segundo, que beneficiam cerca de 16 mil pessoas na região. Foram recuperados 4 quilômetros de trechos da adutora e instalada uma válvula redutora de pressão. A água captada passa por um tratamento simplificado e é encaminhada para a própria rede de distribuição.

Também no Gama, cerca de 15 mil moradores são abastecidos pelo córrego Crispim desde novembro de 2016. São captados 40 litros por segundo desde a reativação de 3 quilômetros de adutora e a construção de mais 180 metros de redes. A água é tratada e encaminhada para o reservatório do Gama.

Nas proximidades do Jardim Botânico e no Lago Sul, a captação do Córrego Cabeça de Veado — que desemboca no Lago Paranoá e complementa o abastecimento nas duas regiões administrativas — foi aprimorada. Quatro bombas de captação foram revitalizadas. Isso possibilitou o aumento da vazão de captação no córrego de 110 litros para 150 litros por segundo.

Outra medida foi a ativação de um poço, em São Sebastião, com capacidade de produção de 10 litros de água por segundo. A estrutura beneficia aproximadamente 4 mil pessoas.

Edição: Vannildo Mendes