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18/08/2017 às 09:11, atualizado em 18/08/2017 às 19:23
Voltado ao público infantil, o curta-metragem O menino leão e a menina coruja, de Renan Montenegro, aborda ensinamentos sobre as diferenças. Obra é uma das 17 que concorrem ao 22º Troféu Câmara Legislativa, dentro do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Instigado pelo simbolismo de animais selvagens, o brasiliense Renan Montenegro, de 28 anos, teve a ideia para uma história que trata da importância de respeitar as diferenças.
No filme O menino leão e a menina coruja, o diretor aborda virtudes como o respeito e a tolerância por meio de personagens que mesclam características humanas e animalescas. “O leão representa a força e o dia, enquanto a coruja, a sabedoria e a noite, o que vejo como elementos complementares”, define.
Na obra com 16 minutos de duração, o menino leão é um cara popular, influente e autoconfiante. Já a menina coruja é uma aluna aplicada, pouco sociável, com quem o garoto insiste em implicar.
Por conta de um conflito entre eles na Escola Filhote Selvagem, o jovem meio humano e meio felino tem de aprender a lidar com as consequências dos seus atos e descobre que os ensinamentos vão além do que imaginava.
A fábula chega à tela do Cine Brasília (106/107 Sul) em 19 de setembro, no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
[Olho texto='”Queremos mostrar a necessidade de respeitar as diferentes formas de as pessoas se adaptarem ao mundo”‘ assinatura=”Renan Montenegro, diretor do filme O menino leão e a menina coruja” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Único voltado para o público infantil, o filme é um dos 13 curtas-metragens e 4 longas-metragens que concorrem ao 22º Troféu Câmara Legislativa na competição exclusiva para produções locais, a Mostra Brasília (veja abaixo a programação).
“Queremos mostrar a necessidade de respeitar as diferentes formas de as pessoas se adaptarem ao mundo”, resume Montenegro. “Dialogar com esse público e ajudar na formação de opinião dos mais jovens é uma das funções sociais do cinema”, acrescenta o cineasta.
Para compor o elenco mirim, ele conta que, de 70 crianças, 30 foram direcionadas para uma oficina e 10, escolhidas. As gravações duraram oito dias, no Jardim Botânico e no Núcleo Rural Café sem Troco, no Paranoá.
Além dos bichos protagonistas, os atores incorporaram os papéis de cobra, seriema, rato, lhama, urso, raposa, pantera, tartaruga, arara, tigre-branco e gorila. O grupo recebeu aulas de kenpo, arte marcial oriental baseada nos movimentos dos animais e em ritmos da natureza.
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Os figurinos trazem elementos de cada um deles por meio de maquiagem e roupas que dialogam. “Brincamos com textura e cores que remetem aos bichos representados”, explica Montenegro. No caso do leão, por exemplo, o cabelo do ator lembra a juba do felino, enquanto na coruja os olhos grandes da ave são caracterizados por óculos.
A obra foi financiada com R$ 120 mil em recursos do edital de 2014 do Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
É a terceira vez que o cineasta participa da mostra dedicada exclusivamente a produções locais. Em 2011, ele concorreu com Meu amigo, meu avô, primeira obra voltada para o público infantil e, em 2013, foi selecionado com Babilônia Norte.
O trabalho mais recente de Montenegro pode ser visto semanalmente na série Cidade Invisível, da qual é codiretor. A produção de cinco episódios é exibida na TV Cultura, na madrugada de sábado para domingo, à 00h30.
O bullying (agressão intencional, verbal ou física, feita de maneira repetitiva) — como o praticado pelo menino leão — será temática recorrente no segundo dia da Mostra Brasília.
No longa-metragem Menina de Barro, que será exibido na sequência ao curta, também na terça-feira (19), o cineasta Vinícius Machado, de 32 anos, leva o espectador novamente ao ambiente escolar. Gravada em 2015 e finalizada em 2017, a produção independente contou com financiamento colaborativo de R$ 14 mil.
Ela apresenta Diana, uma menina com altas habilidades que, aos 12 anos, tem de lidar com o estigma de ser superdotada. “Tanto a superdotação quanto o bullying são temas de trato marginal no Brasil e que devem ser levados a sério”, defende o diretor.
Para ele, levar a abordagem ao Festival de Brasília é fundamental para quebrar mitos e estereótipos, além de fortalecer o combate a esse tipo de violência. “A mostra é uma vitrine nacional, por isso é tão importante apresentarmos essa visão.”
A obra é um desdobramento do curta-metragem Diana, de 2014, que deu início ao projeto de Menina de Barro. Intérprete das duas propostas, a atriz Rafaela Machado, de 15 anos, prima do diretor, foi uma das razões para que a película fosse possível. “Prometi que faria uma obra especialmente para ela atuar, ficamos muito felizes com o resultado”, conta o cineasta.
Estreante na Mostra Brasília, Machado é vocalista, integra um grupo de dança, é professor de hip hop e membro de grupo de teatro. Ele escreveu e dirigiu o curta-metragem Errantes (2012) e o longa-metragem Errantes: o abandono dos órfãos (2013).
As 17 obras vão disputar R$ 240 mil em prêmios, distribuídos pelo Legislativo local. O melhor longa-metragem escolhido pelo júri oficial receberá R$ 100 mil, e o melhor longa eleito pelo júri popular, R$ 40 mil. Os outros R$ 100 mil serão divididos entre outras categorias, como melhor fotografia e melhor som.
Os filmes serão exibidos de 18 a 22 de setembro, a partir das 18h30, no Cine Brasília (106/107 Sul), durante programação do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de 15 a 24 de setembro. Na mostra competitiva, 9 longas-metragens e 12 curtas concorrem ao Troféu Candango e a R$ 340 mil em cachês de seleção. A programação completa do festival será divulgada na próxima semana.
Programação da Mostra Brasília no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
18 de setembro (segunda-feira)
O céu dos teus olhos, de Danilo Borges e Diego Borges, ficção, 16 min 57 s
O vídeo de 6 faces, de Maurício Chades, ficção, 19 min 54 s
Tekoha — som da terra, de Rodrigo Arajeju e Valdelice Veron, documentário, 20 min
UrSortudo, de Januário Jr, ficção, 15 min
Vilão, de Webson Dias, documentário, 19 min 19 s
1×1, de Ramon Abreu, ficção, 19 min
Às 18h30, no Cine Brasília
Reprises: 19 de setembro (terça-feira), às 10 horas, na Câmara Legislativa
19 de setembro (terça-feira)
O menino leão e a menina coruja, de Renan Montenegro, ficção, 16 min 5 s
Às 18h30, no Cine Brasília
Menina de barro, de Vinícius Machado, ficção, 115 min 43 s
Às 19 horas, no Cine Brasília
Reprises: 20 de setembro (quarta-feira), às 10 horas, na Câmara Legislativa
20 de setembro (quarta-feira)
Afronte, de Marcus Azevedo e Bruno Victor, documentário, 15 min 46 s
Habilitado para morrer, de Rafael Stadniki, ficção, 18 min 41 s
A inviolável leveza do ser, de Júlia Zakarewicz, ficção, 1 min 50 s
Às 18h30, no Cine Brasília
Jeitosinha, de Johil de Carvalho e Sérgio Lacerda, ficção, 90 min
Às 19 horas, no Cine Brasília
Reprises: 21 de setembro (quinta-feira), às 10 horas, na Câmara Legislativa
21 de setembro (quinta-feira)
Damrõze Akwe – amor e resistência, de Guilherme Cavalli, documentário, 21 min 39 s
A margem do universo, de Tiago Esmeraldo, ficção, 18 min 22 s
Às 18h30, no Cine Brasília
O fantástico patinho feio, de Denilson Félix, documentário, 74min10s
Às 19 horas, no Cine Brasília
Reprises: 22 de setembro (sexta-feira), às 10 horas, na Câmara Legislativa do DF
22 de setembro (sexta-feira)
Carneiro de ouro, de Dácia Ibiapina, documentário, 25 min
Às 18h30, no Cine Brasília
Um domingo de 53 horas, de Cristiano Vieira, documentário, 93 min
Às 19 horas, no Cine Brasília
Reprises: 23 de setembro (sábado), às 10 horas, na Câmara Legislativa
Edição: Raquel Flores