20/09/2017 às 08:59, atualizado em 20/09/2017 às 17:28

Zoológico de Brasília abriga casal de cachorros-vinagre

Depois de passarem por quarentena, animais estão em recinto na área de visitação. Chegada a Brasília possibilitará início de plano para conservação da espécie vulnerável à extinção

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

A espécie é arisca e por anos foi considerada extinta, até que fosse feito o primeiro registro do cachorro-vinagre, em 1903. Considerado vulnerável à extinção, o animal ainda é pouco estudado no Brasil e tem como principal ameaça a destruição de seu habitat. São apenas 12 indivíduos em zoológicos brasileiros, dois deles em Brasília.

Depois de passarem por quarentena, cachorros-vinagre estão em recinto na área de visitação. Chegada a Brasília possibilitará início de plano para conservação da espécie vulnerável à extinção.

Depois de passarem por quarentena, cachorros-vinagre estão em recinto na área de visitação. Chegada a Brasília possibilitará início de plano para conservação da espécie vulnerável à extinção. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

O casal de filhotes chegou à Fundação Jardim Zoológico de Brasília em meados de agosto e passou por quarentena no hospital veterinário do local para que completasse o ciclo de vacinas, passasse por exames e melhorasse a alimentação.

Agora os bichos estão em recinto temporário na Galeria América, na área de visitação, até que o espaço construído especialmente para eles fique pronto.

Segundo o assessor de Conservação e Pesquisa da fundação, Igor Morais, a chegada dos cachorros-vinagre a Brasília possibilitará que parceiros iniciem um plano de conservação para a espécie em âmbito nacional e participem de programas internacionais com o mesmo fim.

[Olho texto=”Para preservar a espécie, haverá troca de indivíduos entre o zoo de Brasília e instituições do Paraná e de São Paulo” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A expectativa é que haja uma troca entre indivíduos espalhados em três instituições no Brasil — uma delas o zoo de Brasília.

O Criadouro Onça Pintada, no Paraná, mandará uma fêmea para o DF, que enviará um exemplar daqui para lá — isso porque os animais que chegaram a Brasília são irmãos.

A associação de pesquisa e conservação tem cinco animais e também deve fazer troca com o zoológico de Americana, em São Paulo.

De acordo Morais, ainda haverá parceria com o Paraguai. Tudo para garantir a maior variabilidade genética possível e contribuir para a formação de uma população mínima viável, com animais saudáveis, que, quando necessário e possível, terão descendentes que poderão ser soltos na natureza.

Animais resgatados no Pará

O casal de cachorros-vinagre foi resgatado em um sítio em Altamira, depois do início da construção da Usina de Belo Monte. O Zoológico de Brasília enviou uma proposta para abrigar os animais, aprovada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

[Olho texto=”Próxima do lobo-guará, a espécie é o menor canídeo selvagem do mundo” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

A espécie é a mais próxima do lobo-guará e trata-se do menor canídeo selvagem do mundo. Antes desses, outro cachorro-vinagre já havia sido resgatado e solto na natureza com equipamento para ser monitorado. Ele acabou sendo morto por cão doméstico.

O recinto que está sendo construído para os novos moradores do zoo também fica na Galeria América.

Casal de sauim-de-coleira

Em breve, também irá para recintos na área de visitação um casal de sauim-de-coleira. Os animais estão entre os 25 primatas mais ameaçados de extinção no mundo e chegaram a Brasília depois de resgatados em Manaus.

A principal ameaça à espécie é o crescimento urbano, que, entre outras coisas, isola o grupo e acaba dando origem a animais fracos geneticamente, por exemplo.

O programa de conservação desses animais tem como um dos objetivos manter uma população de suporte para evitar a extinção.

Tacaca e Tucupi ficarão no micário, onde um recinto está sendo preparado com cuidados específicos.

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Edição: Vannildo Mendes