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24/10/2017 às 09:41, atualizado em 24/10/2017 às 11:18
Ainda em processo de montagem, acervo reúne obras raras sobre botânica e coleções doadas por moradores do DF. A última doação foi feita por Henrique Moreira, estudioso brasiliense do Cerrado
Entre os mais de 3 mil títulos catalogados na Biblioteca do Cerrado, que fica dentro do Jardim Botânico de Brasília, estão obras raras, difíceis de encontrar em qualquer parte do País, a maioria delas relacionada à botânica. Desde 2015, Adriana Gaertner, responsável pelo espaço, recupera os livros atualmente expostos no espaço.
A biblioteca começou a ser montada neste ano e tem vista privilegiada, no segundo andar do Centro de Excelência do Cerrado (Cerratenses). “Passei muito tempo limpando os livros, que estavam amontoados em uma espécie de depósito. Cuidei de um por um”, conta a primeira bibliotecária a integrar a equipe do Jardim Botânico.
O espaço é aberto ao público e funciona de segunda a sexta-feira, das 9 horas ao meio-dia e das 14 às 17 horas. Ainda não é possível levar livros emprestados para pesquisas em casa, no entanto, os interessados podem ter acesso enquanto estiverem no local.
É comum que a Biblioteca do Cerrado receba doações tanto de órgãos públicos quanto de visitantes.
Neste ano, o lugar ganhou do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), por exemplo, cerca de 70 obras relacionadas ao Cerrado. Em 2016, O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) doou quantidade semelhante de exemplares sobre a fauna brasileira e climatologia.
A maior doação nesse período veio de um apaixonado pela natureza e frequentador assíduo do Jardim Botânico de Brasília. Henrique Moreira, de 52 anos, perdeu as contas de quantas vezes foi ao local fotografar plantas endêmicas do bioma.
O empresário decidiu retribuir a atenção que sempre teve no espaço ao escolhê-lo para receber sua coleção com mais de 160 livros, fotos autorais e quadros relacionados ao Cerrado.
Agrônomo por formação, ele tem a fotografia de natureza como hobby e viajou praticamente por todo o território brasileiro que apresenta o bioma Cerrado.
Foi nessas andanças, que costumam durar dias, em que ele conseguiu a maior parte do seu acervo. “Eu fotografava e queria aprender sobre aquela planta”, detalha. Muitos dos exemplares são raros; alguns chegam a custar em torno de R$ 2 mil. Outros foram obtidos com os próprios autores.
“Eu sei que essas informações poderão ser mais acessíveis aqui. Espero que isso motive mais gente a fazer o mesmo e desperte o desejo nos outros de preservar”, revela.
Ele conta que começou a fotografar plantas do Cerrado depois de muitos amigos dizerem que não enxergavam nada de bonito no bioma. “Basta um olhar apurado. Em um minuto, você vê quantas belezas há aqui.”
Edição: Marina Mercante