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25/10/2017 às 20:09, atualizado em 26/10/2017 às 17:50
Professor de psicologia, Vitor Barros participa de projeto que apoia o trabalho de servidores em unidades de atendimento. Iniciativa é um dos 18 finalistas do prêmio do governo de Brasília para reconhecer boas práticas de gestão pública. Vencedores serão conhecidos nesta quinta (26), no Cine Brasília
Desde maio do ano passado, o professor de psicologia Vitor Barros, de 34 anos, tira parte do tempo para uma escuta qualificada de servidores que trabalham no sistema socioeducativo do Distrito Federal.
O projeto, que conta com outros 21 voluntários, mudou a rotina em unidades de atendimento e é um dos finalistas do Prêmio Inova Brasília, que reconhecerá iniciativas inovadoras desenvolvidos por servidores no governo de Brasília.
A proposta da qual Barros faz parte é coordenada por duas psicólogas da Diretoria de Saúde Mental, da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo, da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude.
De acordo com a diretora, Carolina de Oliveira, a ideia é levá-la para outras áreas da pasta. “Sabemos que tem muitas pessoas dentro da secretaria, como nos conselhos tutelares, que precisam desse apoio.”
[Olho texto='”Sinto que esse é um espaço que tenho para falar o que antes ninguém ouvia”‘ assinatura=”Tatiana Nardoni, psicóloga e uma das coordenadoras do projeto ” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Os encontros, semanais, ocorrem em grupos em que os servidores falam sobre a rotina e as limitações encontradas no trabalho. “Tínhamos muita demanda de pessoas doentes, estressadas, com depressão. Isso nos preocupou”, conta a outra coordenadora, Tatiana Nardoni, de 40 anos.
Para a psicóloga de uma das unidades de atendimento em meio aberto, ter quem escute as aflições e dividi-las com outros colegas é uma forma de reavaliar o trabalho e de melhorar constantemente. “Sinto que esse é um espaço que tenho para falar o que antes ninguém ouvia.”
Ela é responsável por um atendimento integral a adolescentes que são encaminhados para a unidade e, entre outras coisas, busca fazer com que eles participem de atividades ligadas a esporte, cultura e lazer.
A primeira etapa do projeto — Clínica do Trabalho do(a) Servidor(a) na Medida Socioeducativa — foi de coleta de dados. A pesquisa constatou, por exemplo, que cerca de 30% dos afastamentos de servidores eram por depressão, e outros quase 25%, por ansiedade.
[Numeralha titulo_grande=”30%” texto=”Porcentagem de afastamento de servidores por depressão” esquerda_direita_centro=”direita”]
Ter acesso a esses e outros índices fez com que outros serviços, além da preocupação com a saúde mental dos servidores, pudessem ser aprimorados. Com as informações, a gestão de pessoal, a integração da equipe e o processo de trabalho foram otimizados.
Todo esse cuidado com quem presta o atendimento acaba refletindo em quem é atendido. “A capacidade de esses profissionais estabelecerem vínculo com os adolescentes é diretamente modificada”, resume Vitor Barros.
O projeto está presente nas Unidades de Atendimento em Meio Aberto de Brazlândia, do Recanto das Emas, de Ceilândia (duas) e de Sobradinho, além das Unidades de Atendimento em Semiliberdade de Taguatinga (duas) e do Guará.
Essa é a primeira edição do Prêmio Inova Brasília. Os vencedores serão anunciados na noite desta quinta-feira (26), no Cine Brasília (106/107 Sul). A cerimônia terá concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro.
“[O prêmio] é uma forma para descobrir e valorizar iniciativas do serviço público do Distrito Federal e fazer com que a sociedade conheça esse trabalho”, explica a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos. A pasta é a responsável pela iniciativa.
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São quatro categorias: atendimento ao cidadão, uso eficiente dos recursos públicos, valorização do servidor e práticas transformadoras.
Além de troféus, os vencedores ganharão R$ 5 mil, do Fundo Pró-Gestão, que tem a composição e a destinação do recurso previsto em lei.
Nas etapas classificatórias, foram selecionados 18 trabalhos, de oito pastas:
A médica infectologista Ana Helena Brito, de 37 anos, acredita que o prêmio é uma forma de estimular o servidor público a inovar. Ela criou um aplicativo para reunir todos os protocolos e manuais que o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) — onde está lotada —, precisa informar às diversas áreas da unidade de saúde.
Com a tecnologia, desenvolvida de forma gratuita pela própria médica, o trabalho ficou mais prático e simples.
“Os setores perdiam as pastas impressas, não encontravam o arquivo no computador”, relata. Depois de pesquisas de tutoriais na internet, bastaram poucas horas para a criação da plataforma.
A inovação permite atualizar todas as normas automaticamente, assim que inseridas por meio de um dispositivo eletrônico.
Mais de 200 usuários já baixaram a ferramenta, que roda em qualquer smartphone.
Segundo Ana Helena, a expectativa é que outras áreas do hospital também possam utilizar a criação, que funciona desde junho. A proposta Tecnologia Aliada ao Controle e Prevenção de Infecções Relacionadas ao Serviço de Saúde no Hran é uma das cinco que concorrem ao prêmio na categoria práticas transformadoras.
O Prêmio Inova Brasília foi criado por meio do Decreto nº 37.648, de 2016, que instituiu a Política de Valorização de Servidores.
Edição: Raquel Flores