30/10/2017 às 09:58, atualizado em 30/10/2017 às 20:44

Caesb inicia captação de água pelo Subsistema Bananal

Entregue nesta segunda (30) pelo governador Rodrigo Rollemberg, estrutura pode fornecer até 726 litros por segundo

Por Guilherme Pera, da Agência Brasília

O Distrito Federal ganha reforço de até 726 litros por segundo com a captação de água por meio do Subsistema Produtor de Água Bananal, entregue nesta segunda-feira (30) pelo governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg.

Entregue nesta segunda (30) pelo governador Rodrigo Rollemberg, estrutura pode fornecer até 726 litros por segundo

Entregue nesta segunda (30) pelo governador Rodrigo Rollemberg, estrutura pode fornecer até 726 litros por segundo. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

A estrutura fica em uma saída da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), entrada da Granja do Torto.

“Esta é a segunda grande obra de captação entregue neste governo. A primeira foi a do Lago Paranoá, no início do mês. A do Bananal, que antes estava prevista para março de 2018, conseguimos entregar hoje”, disse Rollemberg.

O investimento é de R$ 20 milhões, do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, do Banco do Brasil. Cerca de 200 mil pessoas serão beneficiadas com a captação no Ribeirão Bananal e o bombeamento para a Estação de Tratamento de Água de Brasília (ETA Brasília).

[Olho texto=”“Esta é a segunda grande obra de captação entregue neste governo. A primeira foi a do Lago Paranoá, no início do mês. A do Bananal, que antes estava prevista para março de 2018, conseguimos entregar hoje”” assinatura=”Rodrigo Rollemberg, governador de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A estrutura passou por testes no fim de semana. “No sábado [28] e no domingo [29], operamos com 500 litros por segundo. Toda a água daqui vai para a ETA [Estação de Tratamento de Água] Brasília, onde se mistura com a do Santa Maria-Torto”, explicou o diretor-presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), Maurício Luduvice.

Captação no Paranoá em operação assistida por três meses

Em 2 de outubro, foi entregue o Subsistema Produtor do Lago Norte, com captação de água do Lago Paranoá.

A Caesb começará a distribuição em 2018, pois os três primeiros meses serão dedicados à chamada operação assistida, em conjunto com a Enfil S.A Controle Ambiental, empresa que tocou as obras.

O investimento ficou em R$ 42 milhões, 15% abaixo do valor inicial: R$ 49.437.958. O Ministério da Integração Nacional liberou R$ 55 milhões — a diferença volta para a pasta federal.

A captação é de 700 litros de água por segundo no braço do Torto, no Lago Paranoá. A estrutura fica na ML 4, no Setor de Mansões do Lago Norte. Trata-se de uma estação compacta de tratamento de água, com membranas de ultrafiltração, uma das mais modernas tecnologias.

Depois, a água vai para dois reservatórios: um no Lago Norte e um no Paranoá. Os locais já abastecidos, em uma média de 450 litros por segundo, são:

  • Asa Norte
  • Itapoã
  • Lago Norte
  • Paranoá
  • Parte de Sobradinho II
  • Taquari

A Caesb tem também um projeto, já licitado, para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá de forma definitiva. As obras estão orçadas em R$ 480 milhões — o governo de Brasília negocia financiamento com a Caixa Econômica Federal.

Sistema Produtor Paranoá vai atender 600 mil pessoas no Paranoá, no Lago Oeste, no Tororó, em Sobradinho e nos Condomínios Jardim ABC, Jardim Botânico e Alphaville.

Início da operação do sistema Corumbá ocorre em 2018

Fruto de um consórcio entre DF e Goiás, as obras do Sistema Produtor Corumbá estão 71% executadas na capital federal. No estado vizinho, a contagem é feita em etapas: a construção da adutora andou 97%, e a estrutura da captação, 60%.

Cabe à Saneamento de Goiás SA (Saneago) a captação, em Luziânia (GO), e a construção de 12,7 dos 28 quilômetros da adutora de água bruta que leva os recursos hídricos para a Estação de Tratamento de Valparaíso (GO).

À Caesb fica a responsabilidade de construir os outros 15,3 quilômetros da adutora, assim como a da estação de Valparaíso. O governo do DF ainda constrói 14 quilômetros de adutora de água tratada para distribuí-la nas regiões administrativas.

[Olho texto=”Serão captados 2,8 mil litros de água por segundo na primeira etapa dos trabalhos — 1,4 mil para o DF e 1,4 mil para Goiás” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

As regiões do DF que vão receber a água serão Gama e Santa Maria, em um primeiro momento. Depois, será a vez de Planaltina, do Recanto das Emas e do Riacho Fundo. Quatro municípios goianos do Entorno fecham a lista: Cidade Ocidental, Luziânia, Novo Gama e Valparaíso.

As intervenções vão beneficiar cerca de 1,3 milhão de pessoas — 650 mil no Distrito Federal e 650 mil em municípios goianos do Entorno — no início da operação do sistema. Em uma segunda etapa, esse número vai chegar a 2,5 milhões, metade em cada unidade da Federação.

Serão captados 2,8 mil litros de água por segundo na primeira etapa dos trabalhos — 1,4 mil para o DF e 1,4 mil para Goiás. Em um segundo momento, para além de 2018, chegará a 5,6 mil litros por segundo, metade para cada um. O orçamento é de R$ 540 milhões.

Interligação leva água do Santa Maria para regiões antes abastecidas pelo Descoberto

Até domingo (29), o Descoberto estava com apenas 6,9% dos reservatórios cheios. O Santa Maria-Torto, com 22,9%. Desde julho, o governo trabalha na interligação que vai levar água de um sistema para outro. A transferência para o Descoberto já está na média de 370 litros por segundo e deve chegar a 700.

O objetivo das obras é assegurar que a água captada no Bananal e no Lago Paranoá fiquem metade no Descoberto e metade no Santa Maria. Os dois subsistemas vão aumentar a captação do Santa Maria em mais de 1,4 mil litros por segundo.

[Olho texto=”Nas próximas semanas, o restante do Núcleo Bandeirante e o Park Way começam a ser abastecidos pelo Santa Maria. Mais adiante, Águas Claras e Vicente Pires deixam o Descoberto” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Desde agosto, Guará I e II são abastecidos pelo Santa Maria. No início de outubro, Lucio Costa, expansão do Guará e Colônias Águas Claras também migraram do Descoberto para lá. Na semana passada, foi a vez da Candangolândia e de parte do Núcleo Bandeirante.

Nas próximas semanas, o restante do Núcleo Bandeirante e o Park Way começam a ser abastecidos pelo Santa Maria. Mais adiante, Águas Claras e Vicente Pires deixam o Descoberto.

Enquanto isso, a água captada no Lago Paranoá, por meio do Subsistema Lago Norte, já assegura o abastecimento do Itapoã, Lago Norte, Paranoá, Taquari e Varjão.

Governo busca empréstimo internacional para combater a crise hídrica

Tramita na Câmara Legislativa o Projeto de Lei nº 1.762, de 2017, que possibilita contratação de operação crédito externa de US$ 41 milhões para o combate à crise hídrica. Com esse dinheiro, será possível tubular os Canais do Rodeador, em Brazlândia, e do Santos Dumont, em Planaltina.

As ações do Programa Brasília Capital das Águas visam à proteção dos mananciais do DF. A estimativa é incrementar em até 747 litros por segundo a captação no rio Descoberto ao evitar perdas e permitir trabalhos na orla do Lago Paranoá.

Pequenas obras de captação no Distrito Federal

Os trabalhos referentes ao Programa Brasília Capital das Águas foram iniciados na região do Descoberto. O governo revitalizou mais de 5 quilômetros de canais naquela área, ao tubular a água.

São os córregos Cristal e Guariroba. Junto a outros quatro menores, a economia de água vai ser de até 126 litros por segundo, que chegarão à população pelo Descoberto.

Os recursos foram garantidos por meio de emenda parlamentar de R$ 400 mil, do deputado distrital Juarezão (PSB). O valor foi destinado para a compra dos tubos.

No fim de março, a Caesb reativou a captação no Rio Alagado, no Gama. São 20 litros por segundo, que beneficiam cerca de 16 mil pessoas na região.

Foram recuperados 4 quilômetros de trechos da adutora e instalada uma válvula redutora de pressão. A água captada passa por um tratamento simplificado e é encaminhada para a própria rede de distribuição.

Ainda no Gama, cerca de 15 mil moradores são abastecidos pelo Córrego Crispim desde novembro de 2016. São captados 40 litros por segundo desde a reativação de 3 quilômetros de adutora e a construção de mais 180 metros de redes. A água é tratada e encaminhada para o Reservatório do Gama.

Nas proximidades do Jardim Botânico e no Lago Sul, foi aprimorada a captação do Córrego Cabeça de Veado, que desemboca no Lago Paranoá e complementa o abastecimento nas duas regiões administrativas.

Quatro bombas para essa finalidade foram revitalizadas. Isso possibilitou o aumento da vazão de captação no córrego de 110 litros para 150 litros por segundo.

Outra medida foi a ativação de um poço, em São Sebastião, com capacidade de produção de 10 litros de água por segundo. A estrutura beneficia aproximadamente 4 mil pessoas.

Leia o pronunciamento do governador Rodrigo Rollemberg na entrega do Subsistema Produtor de Água Bananal.

Edição: Raquel Flores e Paula Oliveira