08/11/2017 às 11:13, atualizado em 08/11/2017 às 23:35

Entrada na Rede de Cidades Criativas da Unesco impulsionará desenvolvimento de Brasília

Reconhecimento do DF como cidade criativa do design é tema de artigo do governador Rodrigo Rollemberg

Por Da Agência Brasília

Priorizar a criatividade como impulsionadora do desenvolvimento sustentável, da inclusão social e da cultura. Assim o governador Rodrigo Rollemberg aproveitará o reconhecimento de Brasília, por parte da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como cidade criativa do design.

Com a classificação, anunciada em 31 de outubro, a capital brasileira integra a Rede de Cidades Criativas da Unesco, que inclui 180 municípios de 72 países, como Buenos Aires, na Argentina, e Xangai, na China. Brasília passa a ter acesso a um intercâmbio de projetos com os outros centros urbanos da área de design.

O reconhecimento vem no mesmo ano em que o Plano Piloto de Brasília completa 30 anos como Patrimônio Cultural da Humanidade, e o objetivo é mostrar a vocação da capital da República, projetada e nascida do design.

O que é a Rede de Cidades Criativas, da Unesco

Criada pela Unesco em 2004, a Rede de Cidades Criativas tem como objetivo desenvolver cooperação internacional entre aquelas que enxergam a criatividade como fator estratégico para o desenvolvimento urbano sustentável, a inclusão social e o aumento da influência da cultura no mundo. Novas candidaturas são abertas a cada dois anos.

A entrada de Brasília na rede foi festejada em artigo do governador publicado no site da União de Cidades Capitais Ibero-americanas. Veja a íntegra do texto:

Ícone da arquitetura moderna, Brasília conecta-se com design e arte desde a sua inauguração, abrigando múltiplas experiências. Essa trajetória nos animou a lançar a candidatura de Brasília à Rede de Cidades Criativas, da Unesco, na categoria design, e desejar interagir com o seleto grupo de 180 cidades de 72 países.

A honraria foi concedida a Brasília no ano em que celebramos três décadas como Patrimônio Cultural da Humanidade. Vamos aproveitar esse novo reconhecimento da Unesco para implementar o compromisso de priorizar a criatividade como fator impulsionador do desenvolvimento sustentável, da inclusão social e da cultura. Objetivos que dialogam com a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030 e a Nova Agenda Urbana.

[Olho texto='”Brasília tem história no design. Nasceu rompendo com os padrões arquitetônicos da época e ganhou notoriedade com as curvas, o concreto, os grandes espaços vazios”‘ assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

Integrar a Rede de Cidade Criativas permitirá olhar para os desafios da preservação deste Patrimônio Cultural da Humanidade de modo a ampliar a inclusão e a sustentabilidade por meio do incentivo ainda maior ao desenvolvimento da economia criativa do setor de design.

Brasília tem história no design. Nasceu rompendo com os padrões arquitetônicos da época e ganhou notoriedade com as curvas, o concreto, os grandes espaços vazios das obras do arquiteto Oscar Niemeyer. O projeto urbanístico de Lucio Costa foi consagrado patrimônio cultural da humanidade pela própria Unesco, título inédito para uma cidade tão jovem.

À arquitetura monumental e ao traçado urbanístico agregam-se variadas criações que dão identidade a Brasília, a exemplo das superquadras do Plano Piloto, das tesourinhas nas vias de acesso às residências e aos comércios, das placas de sinalização urbana, dos cobogós que arejam e iluminam prédios residenciais enquanto produzem efeitos curiosos de luz e sombra, dos painéis do artista plástico Athos Bulcão.

O artista até hoje instiga visitantes que, propositalmente, querem conhecer seu trabalho — popularizado em azulejos — ou transeuntes que se deparam com sua obra espalhada por fachadas ou interiores de prédios.

Quem passa pelo Eixo Monumental a pé, de bicicleta ou em um veículo avista uma das suas principais contribuições numa lateral inteira do Teatro Nacional. Outros tantos espaços públicos – a Igrejinha, a Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto, o Itamaraty, a Universidade de Brasília — tiveram o privilégio de contar com alguma intervenção de Athos.

Igualmente integradas à paisagem urbana, as placas de sinalização de Brasília são criação genuinamente candanga, assinado pelo arquiteto Danilo Barbosa, funcionário do governo de Brasília que usou linguagem minimalista e conceitos para cores e sentido das setas, de rápida compreensão por pedestres e motoristas.

Enche-nos de orgulho ver uma réplica deste conjunto compor o acervo do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMa).

Brasília é fruto da inspiração de grandes homens, mas também é fonte de inspiração a designers independentes e coletivos de criadores que se apropriam de elementos simbólicos da paisagem urbana brasiliense para produzir novos objetos e múltiplas linguagens. Estão ganhando mercado com móveis, joias, souvenirs, moda, filmes, músicas.

[Olho texto='”As pessoas apropriam-se de espaços públicos e os transformam em destino de lazer e prática de esportes”‘ assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Em quatro anos, a partir dessa chancela da Unesco, o governo de Brasília investirá recursos e criará políticas públicas específicas para impulsionar ainda mais tais iniciativas promissoras e toda a cadeia de economia criativa do design.

Os investimentos impactarão a qualidade de vida da população, que se relaciona de forma diferenciada com a cidade e está ávida por novas experiências. Deixou de ser algo puramente contemplativo.

As pessoas apropriam-se de espaços públicos e os transformam em destino de lazer e prática de esportes. O Setor Comercial Sul (SCS), por exemplo, sempre foi referência, principalmente como centro econômico da cidade. Com a revitalização em curso, o SCS é vivenciado também como ponto de cultura.

Entretanto, a experiência mais revolucionária na forma de o cidadão interagir com cidade é a ocupação pública da orla do Lago Paranoá. Demos passos decisivos, retomando áreas públicas indevidamente ocupadas às margens do lago e instalando infraestrutura inicial, como o Parque dos Pioneiros Claudio Sant’Anna e ciclovias no Lago Sul.

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Já começaram as obras em outra área, conhecida por Praia Norte e, em breve, lançaremos concurso internacional para seleção de propostas de intervenções inovadoras, com transformações urbanas e sociais, ao longo de 38 km de orla.

De novo, recorremos a concurso público, instrumento consagrado na escolha do projeto urbanístico do Lucio Costa e empregado também neste governo para execução de várias outras políticas públicas. Essa ferramenta de governança se aglutina às constantes consultas públicas para incorporar a voz da população ao desenho dos projetos urbanos.

Exemplo de construção participativa de uma política pública na cidade, o Plano de Turismo Criativo é produto de 12 oficinas, dois seminários e sete encontros, para reposicionar Brasília como polo de turismo sustentável. Compartilhe essa ideia!