09/01/2018 às 20:00, atualizado em 09/01/2018 às 20:09

Alunos de CILs de Brasília preparam-se para intercâmbio nos Estados Unidos

Como parte do programa Jovens Embaixadores, os estudantes da rede pública do DF Maria Clara e João Gabriel e outros 48 selecionados visitaram monumentos da cidade. Na sexta (12), eles embarcam para uma temporada de três semanas no país norte-americano

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

Alunos da rede pública, representantes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal, vão embarcar na sexta-feira (12) para a capital dos Estados Unidos, Washington. São 50 selecionados do programa Jovens Embaixadores, entre eles, dois de Brasília.

João Gabriel Lenza e Maria Clara Araújo foram os dois brasilienses selecionados do programa Jovens Embaixadores

João Gabriel Lenza e Maria Clara Araújo foram os dois brasilienses selecionados para o programa Jovens Embaixadores. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Como parte da preparação para a temporada de três semanas no país norte-americano, na tarde desta terça-feira (9) os estudantes contemplados visitaram diversos monumentos locais, como a Torre de TV.

Na primeira semana em terras estadunidenses, eles ficarão em Washington e depois serão divididos em grupos que se espalharão por outras quatro cidades.

Durante a viagem, os jovens permanecerão em casas de famílias norte-americanas e terão acesso a uma série de atividades, além de poderem desenvolver projetos voluntários.

Trabalhar o voluntariado é um dos objetivos do Jovens Embaixadores. Por isso, entre os pré-requisitos de inscrição está o de ter desenvolvido algum tipo de trabalho do gênero no Brasil, por pelo menos dois anos.

Os estudantes estão hospedados em um hotel no Plano Piloto e, nesta quarta-feira (10), terão um dia de atividades específicas, com palestras e orientações sobre liderança, trabalho em grupo e como evitar o choque cultural.

Maria Clara Araújo, de 17 anos, é um dos dois brasilienses selecionados. Aluna de francês do Centro Interescolar de Línguas (CIL) do Paranoá, ela se formou no ensino médio em 2017 e sonha em cursar relações internacionais.

A moradora do Paranoá conta que não teria condições de fazer a viagem por conta própria, pois outra exigência para participar da iniciativa é ter baixa renda. “Nunca fui para fora do Brasil. Acredito que a viagem vá abrir meus horizontes. Quero voltar mudada.”

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O outro aprovado do DF é João Gabriel Lenza, de 16 anos, que vai cursar o 3º ano em 2018. Há mais de dois anos, ele dá aulas de reforço de inglês para alunos de um colégio no Guará, onde mora. O jovem é formado pelo Centro Interescolar de Línguas (CIL) da região administrativa.

Ambos pretendem se inspirar durante a viagem para criar o projeto de voluntariado que precisarão desenvolver quando voltarem — outro pré-requisito do programa.

“Isso é o marco do início de uma carreira que sonhei para mim”, avalia João, que pensa em fazer direito, sociologia e relações internacionais. “Só não sei em que ordem”, brinca.

Programa tem parceria da Secretaria de Educação do DF

Criado em 2002, o programa é uma iniciativa da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, e tem a parceria da Secretaria de Educação.

“O que temos percebido é que eles são líderes natos, voltam mais empoderados e acabam virando exemplo nas regiões onde moram”, conta o coordenador pedagógico central de Língua Estrangeira da secretaria, Ivo Marçal.

Para se candidatar a uma das vagas, também é preciso cursar ensino médio na rede pública, ter bom rendimento escolar e falar inglês.

[Numeralha titulo_grande=”23 mil” texto=”Quantidade de candidatos no Brasil inscritos em 2017 para o Jovens Embaixadores” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Sem contar com o grupo que viaja na sexta-feira, 522 alunos já participaram da iniciativa. Dessa vez, foram mais de 23 mil candidatos inscritos em todo o Brasil.

“Esses jovens voltam cheios de ideias e experiência e continuam tendo acompanhamento”, garante o assistente cultural da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Renan Silva.

Segundo ele, durante o programa os adolescentes fazem contatos com várias instituições, até mesmo importantes universidades norte-americanas. Muitos, conta Silva, conseguem bolsas para estudar no exterior.

Em junho, na segunda fase do programa, será a vez de estudantes dos Estados Unidos visitarem o Brasil. Como lá, a estada começará pela capital do País.

Edição: Raquel Flores