01/02/2018 às 15:53, atualizado em 02/02/2018 às 09:32

Edital chama parceria para o primeiro hospital veterinário público do DF

Unidade, localizada no parque Largo do Cortado, em Taguatinga, oferecerá serviços gratuitos de clínica, cirurgias e exames laboratoriais em cães e gatos

Por Da Agência Brasília, com informações do Ibram

A cada ano, são castrados gratuitamente cerca de 2,6 mil animais, não 7 mil, como informado inicialmente pelo Ibram

O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) lançou o edital de chamamento público de organizações da sociedade civil (OSCs) para implantar e operacionalizar o Hospital Veterinário Público de Brasília. O ato foi publicado na edição dessa quarta-feira (31) do Diário Oficial do Distrito Federal.

Castrações também serão feitas no Hospital Veterinário Público de Brasília.

Procedimentos cirúrgicos, inclusive castrações, serão feitos no Hospital Veterinário Público de Brasília. Foto: Tony Winston/Agência Brasília – 30.6.2017

O objetivo é atrair entidades de todo o Brasil interessadas em parceria para pôr em funcionamento a primeira unidade de saúde pública do DF voltada ao atendimento de animais domésticos. O prédio, com 540 metros quadrados, fica no parque Largo do Cortado, em Taguatinga.

Lá, serão oferecidos serviços gratuitos de clínica, cirurgias, exames laboratoriais e outros tratamentos em cães e gatos. A medida é aguardada pela população desde que o projeto foi lançado, há cinco anos. Para o secretário de Meio Ambiente, Igor Tokarski, retomar a ideia é um grande avanço em prol dos direitos dos animais e da saúde pública.

O investimento previsto para o primeiro ano de atividade do hospital, segundo o edital, é de R$ 1 milhão, mas a organização parceira que assumir a unidade pode captar recursos de outras fontes, desde que o objetivo seja aprimorar ou ampliar o atendimento.

[Numeralha titulo_grande=”74,3 milhões” texto=”População atual de cães e gatos no Brasil, mais de um terço dos habitantes do País” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A previsão orçamentária anual será de R$ 2,4 milhões, com os quais o Ibram pretende garantir atendimento clínico e cirúrgico de pelo menos 400 mil cães e gatos ao longo de cinco anos.

Para o presidente do instituto, Aldo Fernandes, o hospital representa contribuição importante para a saúde pública, pois o convívio entre humanos e animais é cada dia mais intenso, enquanto a população de cães e gatos só cresce.

Ele exemplifica que, além do atendimento cirúrgico e clínico, os profissionais vão orientar a população sobre boas práticas, normas e higiene dos animais, para promoção da guarda responsável.

Na unidade, será possível atender bichos maltratados, demanda frequente no Ibram e nas Polícias Militar e Civil do DF, hoje comprometida por falta de estrutura para assistência médica.

No DF, a Lei nº 4.060, de 2007, art. 3º, inciso V, considera maus-tratos deixar de prestar assistência veterinária a animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, o que torna essencial a existência de serviço público veterinário.

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Segundo Igor Tokarski, Brasília se antecipa a uma iniciativa que grandes cidades são obrigadas a adotar, como São Paulo, onde já existem três hospitais veterinários públicos, e Porto Alegre, que deve inaugurar o seu ainda este ano.

Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), mostrou que o Brasil já tem a segunda maior população de pets do mundo.

São 22,1 milhões de felinos e 52,2 milhões de cachorros. A população de gatos se multiplica em maior proporção e deve predominar em menos de dez anos, alerta o estudo.

Programa de castração de animais domésticos

Desde 2015, o Ibram conduz o Programa de Manejo Populacional de Cães e Gatos, o que tornou o DF uma das unidades do País mais avançadas na prevenção e controle da proliferação de animais domésticos.

A cada ano, são castrados, gratuitamente, cerca de 2,6 mil animais, segundo informa o coordenador de Fauna do Instituto, Almir Picanço Figueiredo, um dos técnicos envolvidos no projeto do hospital. A meta deste ano é castrar 7 mil.