22/02/2018 às 09:04, atualizado em 13/06/2018 às 17:35

Bananal e Lago Paranoá ajudam a bater metas de reservatórios antes do tempo estimado

Novas captações têm papel fundamental na recuperação dos níveis do Descoberto (foto) e do Torto-Santa Maria. Aumento da capacidade de produção é um dos pilares no combate à crise hídrica

Por Amanda Martimon, da Agência Brasília

A maior diversificação de fontes de abastecimento no Distrito Federal — com a inclusão de captações no Bananal e no Lago Paranoá — tem contribuição fundamental na recuperação dos níveis dos reservatórios do Sistema do Descoberto e do Torto-Santa Maria.

A Barragem do Descoberto em 21 de fevereiro, com nível em 54,2%.

A Barragem do Descoberto em 21 de fevereiro, com nível em 54,2%. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

A Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) aponta que é preciso trabalhar em dois pilares no combate à crise hídrica: aumentar a capacidade de produção e reduzir as perdas.

“Duas coisas são importantes: a diversificação, que reduz a dependência e torna o abastecimento mais flexível e robusto, e a redução do consumo”, explica o presidente da companhia, Maurício Luduvice.

Na quarta-feira (21), o Descoberto marcava volume de 54,2% — acima das metas de 32% de referência de fevereiro e de 50% de março e abril.

O Torto-Santa Maria registrava 40,4%. Ou seja, também ultrapassa a meta de 36% do mês e se aproxima de 41% de março.

Mais captação de água e menos retirada

Além de ampliar a captação com mais fontes, o governo tomou medidas, desde o presságio da crise hídrica, como diminuir a pressão da água, promover campanhas educativas, racionar o abastecimento e transferir água entre os sistemas.

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Luduvice destaca que as chuvas têm participação essencial nos reservatórios, mas a redução na vazão é fundamental. “Ainda estamos com chuva abaixo da média histórica”, pondera.

Em dezembro de 2016, a vazão no Descoberto era de 4.406,75 litros por segundo (l/s). Em janeiro de 2018, o número caiu para 3.240,42 l/s.

No Sistema Integrado Torto-Santa Maria, a vazão, em dezembro de 2016, era de 2.892,54 litros por segundo.

Em janeiro deste ano, a vazão no sistema — já fortalecido com as captações do Bananal e do Lago Paranoá — foi de 2.093,67 litros por segundo. Desse número, 640,91 l/s correspondem ao Subsistema Bananal, e 412,75 l/s, à captação no Lago Paranoá.

No Santa Maria, a vazão reduziu de 1.763,38 l/s para 38,85 l/s. No Torto, a diminuição foi de 1.129,16 l/s para 1.001,16 l/s.

Melhorias nos níveis das fontes de abastecimento de água no DF

Transferências de água entre os sistemas beneficia o Descoberto

Embora diretamente contabilizada no Sistema Torto-Santa Maria, a captação de água no Bananal e no Lago Paranoá também beneficia o Descoberto. Isso porque a Caesb investiu em mecanismos para ampliar a transferência de água entre os dois maiores sistemas produtores de água do DF. Assim, toda a população é beneficiada.

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Antes da transferência, a dependência do Sistema do Descoberta era maior. Ele era responsável por abastecer 60,28% do Distrito Federal — equivalente a 1.631.549 pessoas —, enquanto o Torto-Santa Maria correspondia ao abastecimento de 20,61% (557.820 pessoas).

Os sistemas isolados e de pequenas captações (Brazlândia, Planaltina, São Sebastião e Sobradinho) forneciam, juntos, água para 19,11% da população, ou 517.139 pessoas.

Com a transferência e a entrada do Bananal e do Lago Paranoá no Torto-Santa Maria, a dependência diminuiu. Em janeiro deste ano, o Descoberto cobriu 52,09% do abastecimento (1.409.817) e o Torto-Santa Maria, 28,80%.

Edição: Paula Oliveira