11/04/2018 às 15:56, atualizado em 11/04/2018 às 18:57

Saúde confirma um óbito por H1N1 no DF em 2018

Até agora, foram três casos da doença, dos quais um resultou na morte de um homem de 54 anos, conforme divulgado em coletiva nesta quarta (11). Vacinação na rede pública começará em 23 de abril para os grupos prioritários

Por Amanda Martimon, da Agência Brasília

A Secretaria de Saúde confirmou um óbito no Distrito Federal por influenza A do subtipo H1N1. Até agora, são três casos da doença — dois evoluíram para cura, e um resultou na morte de um homem de 54 anos com doença hematológica (sanguínea). As informações foram repassadas em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (11).

A diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Maria Beatriz Ruy, o secretári de Saúde, Humberto Fonseca; e o subsecretário de Vigilância em Saúde, Marcos Quito

A diretora de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde, Maria Beatriz Ruy; o secretário de Saúde, Humberto Fonseca; e o subsecretário de Vigilância em Saúde, Marcos Quito. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

A campanha de vacinação para os grupos prioritários começará na rede pública do DF em 23 de abril.

“O vírus do H1N1 está circulando no DF, o que não ocorreu no ano passado. Estamos agora em uma grande sazonalidade de doenças respiratórias, mas não é algo que foge à normalidade”, disse o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, sobre o aumento de casos de doenças respiratórias nesse período.

Ele destacou que a melhor forma de prevenção é a vacina e alertou para a baixa adesão da população-alvo à campanha em 2017. Por isso, a meta de atingir 90% de cobertura dos grupos de risco não foi alcançada, e o Ministério da Saúde decidiu estender a imunização para qualquer pessoa.

No ano passado, nenhum caso de H1N1 foi registrado no DF, de acordo com a pasta. Em 2016, contabilizaram-se 133 ocorrências e 17 mortes.

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Até o último boletim epidemiológico, referente ao período de 31 de dezembro de 2017 a 31 de março de 2018, o Distrito Federal registrou 223 casos de síndrome respiratória aguda grave — 164 deles em moradores daqui.

Desses 164, em 76 os exames apontaram positivo para vírus respiratórios, assim divididos:

  • 41 de vírus sincicial respiratório (VSR)
  • 18 de metapneumovírus
  • 4 do vírus influenza A (H3N2)
  • 2 do vírus influenza B
  • 1 do vírus influenza A (H1N1)*
  • 1 de influenza A não subtipado
  • 3 de adenovírus
  • 3 de parainfluenza 2
  • 3 de parainfluenza 3
    *Dos três casos de H1N1 registrados no DF, apenas um aparece na lista. Isso porque um ocorreu em residente de Goiás, e o boletim ainda não incluiu o óbito.

A vítima fatal de H1N1 foi internada no fim do último mês no Hospital Regional de Ceilândia e faleceu na unidade em 30 de março. De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Marcos Quito, a comorbidade, ou seja, o fato de o homem acumular outra doença, do tipo hematológica, “provavelmente contribuiu para o óbito”.

No DF, há outro caso de morte por síndrome respiratória aguda grave neste ano, mas causada por metapneumovírus. A vítima foi uma criança menor de 1 ano e portadora de doença congênita.

Quais são os sintomas da gripe e quando se deve procurar atendimento médico

O subsecretário descreveu quais são os sintomas comuns da gripe e quando é recomendado procurar atendimento médico. “As características gerais da gripe são febre de início súbito, secreção, tosse, dores de garganta e de cabeça, e mal-estar geral. No momento que tenha dificuldade respiratória maior e quadro de incidência muito súbita, o objetivo é procurar uma unidade de saúde”, esclareceu.

A diretora da Vigilância Epidemiológica, da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da pasta, Maria Beatriz Ruy, reforçou a importância da vacinação para os grupos prioritários — o que é fundamental para diminuir a circulação do vírus e a chance de casos graves.

[Olho texto='”A vacina é muito segura, tem 99% de eficácia”‘ assinatura=”Maria Beatriz Ruiz, diretora da Vigilância Epidemiológica” esquerda_direita_centro=”direita”]

“A vacina é muito segura, tem 99% de eficácia. Ela serve para três tipos virais: para o H3N2, para H1N1 e para o influenza tipo B”, enumerou. Assim, segundo a diretora, a vacina não impede que as pessoas adquiram outros vírus respiratórios, “mas protege contra os casos graves”.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o DF receberá 777.700 doses. A vacina é distribuída pelo Ministério da Saúde e previne contra H1N1 e H3N2, subtipos do vírus influenza A, e contra influenza B.

A previsão é que o chamado Dia D, o Dia de Mobilização Nacional, ocorra em 12 de maio.

Poderão se vacinar de forma gratuita aqueles que fazem parte dos grupos prioritários. São eles:

  • Crianças de 6 meses a 5 anos incompletos
  • Grávidas em qualquer idade gestacional
  • Puérperas (até 45 dias pós-parto)
  • Pessoas com 60 anos ou mais
  • Pessoas com doenças crônicas e outras categorias de risco clínico
  • Povos indígenas
  • População privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, e adolescentes e jovens de 12 a 21 anos que cumprem medidas socioeducativas
  • Professores das redes pública e privada
  • Trabalhadores da área de saúde

Segundo o boletim informativo de gripe referente à semana epidemiológica nº 13 de 2018, a estimativa é vacinar 706.988 pessoas no DF, com meta de cobertura de 90% de cada um dos grupos prioritários.

Dicas para se prevenir da gripe

Para evitar a transmissão da gripe e de outras doenças respiratórias, a Secretaria de Saúde recomenda:

  • Lavar as mãos com frequência, principalmente antes de comer
  • Usar lenço descartável para higiene nasal
  • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
  • Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
  • Manter os ambientes bem ventilados
  • Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe
  • Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados)
  • Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos

H1N1 AgenciaBrasilia

Edição: Marina Mercante e Raquel Flores