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09/05/2018 às 17:07, atualizado em 10/05/2018 às 08:53
Aspectos econômicos e ambientais também explicam o fato de o governo ter feito mudanças em relação ao desenho arquitetônico original. Justificativas foram reforçadas em entrevista coletiva nesta quarta (9)
As alterações propostas para a reforma do viaduto do Eixo Rodoviário Sul —que desabou em 6 de fevereiro — levam em conta questões de segurança, economia e meio ambiente. As razões que fizeram o governo de Brasília sugerir alterações no desenho original dos pilares foram detalhadas nesta quarta-feira (9) pelo chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, em entrevista coletiva no Palácio do Buriti.
O projeto apresentado pelos engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) sugere que as colunas que sustentam as pistas de rolamento sejam mais largas que as anteriores.
“Acreditamos que podemos, sim, preservar o nosso projeto. E vamos manter o diálogo para saber quais são as concessões necessárias para garantir uma arquitetura mais próxima da original. Mas, ao mesmo tempo, não abrir mão da segurança”, ponderou Sampaio.
Na segunda (7), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fez ressalvas ao projeto apresentado pelo DER-DF e pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). O Iphan alegou que a reforma comprometeria a integridade arquitetônica e urbanística do conjunto da Plataforma Rodoviária e do sistema viário complementar.
Sérgio Sampaio disse que o governo aposta na chegada a um consenso. “Acredito em uma posição conciliatória. Respeitamos todas as instituições públicas e temos consciência de que devemos submeter nossa proposta ao Iphan, porque ele tem a guarda dos imóveis e do patrimônio da capital.”
[Olho texto='”Quero acreditar numa solução conciliada. Acho que é, apenas, uma questão de apresentar maiores esclarecimentos para demonstrar nossas razões técnicas”‘ assinatura=”Sérgio Sampaio, chefe da Casa Civil” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Ainda de acordo com o titular da Casa Civil, no entanto, a equipe técnica responsável pelo projeto “não se sente confortável em refazer o viaduto tal qual o desenho original”. Ele ressaltou que, desde que o Eixão foi construído, no fim da década de 1950, as normas técnicas de segurança passaram por atualizações.
A recomendação atual determina estruturas mais resistentes para suportar o trânsito intenso. “Veículos mais pesados, como os do BRT, não trafegavam por ali há até pouco tempo. Nossos engenheiros não se sentem seguros com essa solução que foi dada há 50 anos”, explicou o chefe da Casa Civil.
Além da questão da segurança viária, o projeto do DER-DF e da Novacap considerou aspectos econômicos e ambientais. A reforma do viaduto está estimada em R$ 15 milhões, aproximadamente R$ 12 milhões a menos se fosse retomada a arquitetura originalmente concebida.
Quanto aos prejuízos ao meio ambiente, a Casa Civil destacou que a demolição completa do viaduto, nos dois sentidos, tal como cogitado nas primeiras avaliações, geraria um volume muito elevado de material de construção a ser descartado em aterros.
Uma reunião entre o DER-DF e o Iphan está marcada para esta quinta (10). “Quero acreditar numa solução conciliada. Acho que é, apenas, uma questão de apresentar maiores esclarecimentos para demonstrar nossas razões técnicas do ponto de vista da engenharia”, avaliou Sérgio Sampaio.
A despeito das discordâncias sobre o desenho arquitetônico ideal e o projeto a ser aprovado, o governo de Brasília não cogita alterar o cronograma apresentado em março. O objetivo é abrir a licitação ainda em maio.
Edição: Marina Mercante