13/05/2018 às 10:15, atualizado em 13/06/2018 às 17:34

Caesb alerta para importância de manter o uso consciente mesmo após o racionamento

Captação de água no DF foi reduzida em 12% no rodízio de fornecimento. Coibir excessos é importante para evitar novas restrições

Por Guilherme Pera, da Agência Brasília

O agricultor Francisco Silva de Sousa, de 42 anos, mudou o jeito de irrigar a plantação de morangos que mantém no Assentamento Betinho, em Brazlândia, durante o racionamento de água. Substituiu aspersores por microaspersores e gotejamento em agosto de 2017.

O agricultor Francisco Silva de Sousa, de 42 anos, mudou o jeito de irrigar a plantação de morangos que mantém no Assentamento Betinho, em Brazlândia, durante o racionamento de água. Substituiu aspersores por microaspersores e gotejamento em agosto de 2017.

O agricultor Francisco Silva de Sousa, de 42 anos, mudou o jeito de irrigar a plantação de morangos que mantém no Assentamento Betinho, em Brazlândia, durante o racionamento de água. Substituiu aspersores por microaspersores e gotejamento em agosto de 2017. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Ele sentiu a diferença no bolso. Após a troca, o custo mensal com o serviço passou de R$ 350 para R$ 250. A água, retirada de um poço instalado na propriedade, atende à irrigação do 1,5 hectare de produção. “Foi bom mudar. Faz bem para o meio ambiente e para a economia”, diz.

Em um ano e três meses de racionamento, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) registrou redução de 12% na média do volume de água captado no DF. Muito disso vem dos hábitos incorporados pela população, seja no campo, seja na cidade.

“A média de chuva acumulada em Brazlândia de setembro a maio, historicamente, é de 1.480 milímetros [mm]. De setembro de 2017 a maio de 2018, foi de 1.283 mm. E, mesmo com a chuva abaixo da média, o Descoberto se recuperou”, aponta o presidente da Caesb, Maurício Luduvice.

O desafio, agora, é manter a economia após o fim do rodízio, em 15 de junho.

O que a população pode fazer para manter a economia de água no DF

O consumo elevado, com média histórica acima de 150 litros de água por dia per capita, aliado à grilagem de terras e à ocupação desordenada do solo, mostrou que pode faltar água.

Enquanto a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) auxilia produtores rurais a modernizarem a irrigação, para evitar desperdício de água, a Caesb reforça as recomendações para o uso residencial:

  • Tomar banhos de até cinco minutos
  • Escovar os dentes com a torneira fechada
  • Evitar água corrente para lavar carro e regar plantas, trocando por baldes e regadores, por exemplo
  • Colocar as máquinas de lavar louças e roupas para funcionar apenas na capacidade máxima

Santa Maria terá captação de água maior apenas durante a seca

A captação tanto no Descoberto quanto no Santa Maria caiu progressivamente no racionamento. Em 2016, a média foi de 4,7 mil litros por segundo no Descoberto e de 1.228 litros por segundo no Santa Maria. Em 2017, de 3.745 e 993, respectivamente. Neste ano, as quantidades são 3.181 e 121.

Ao adicionar o Lago Paranoá e o Ribeirão Bananal ao sistema que também engloba o Santa Maria e o Torto, o governo de Brasília pode deixar a captação baixa no Santa Maria e incrementá-la apenas no período de seca.

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Nos últimos 30 dias, a captação média no Lago Paranoá foi de 580 litros por segundo. No Bananal, de 540. No Torto, de 1.140. Já no Santa Maria, de 115. “O Santa Maria é um reservatório que enche e esvazia de forma mais lenta que o Descoberto. A captação aumentará na estiagem”, explica Luduvice.

O que vai garantir a segurança hídrica a médio e longo prazos na capital federal, no entanto, é o Sistema Produtor Corumbá. A entrega está prevista para dezembro. A captação no Lago Corumbá 4 vai adicionar mais 2,8 mil litros por segundo de água para o DF.

A Caesb atualiza os números todas as segundas-feiras. Os dados utilizados neste texto são de 7 de maio.

Edição: Marina Mercante