13/05/2019 às 11:18, atualizado em 13/05/2019 às 16:15

Uma instituição que estimula a pensar no futuro profissional

Diferenciada pela proposta de oferecer atividades complementares aos estudos, a Escola Parque Anísio Teixeira, de Ceilândia, tem ajudado os alunos na descoberta do potencial de cada um

Por Emanuelle Coelho, da Agência Brasília

A Escola Parque de Ceilândia, um modelo pensado pelo educador Anísio Teixeira – pioneiro na instalação das escolas públicas e idealizador das grandes mudanças que a educação brasileira sofreu no século 20 -, tem se destacado na missão de levar aos jovens, além da oportunidade de praticar atividades esportivas e culturais, uma reflexão sobre o futuro que almejam. A meta original da escola é a de complementar a educação básica, oferecendo atividades no contraturno. Mas sua função, para benefício dos estudantes, também representa desenvolver a capacidade de construir qualidade de vida.

Aluna das oficinas de ginástica rítmica, violão e dança, Kaillane Nascimento dos Santos, 16 anos, tem uma agenda cheia. Pela manhã, cursa o segundo ano no Centro de Ensino Médio 3 de Ceilândia. Nas tardes das terças, quintas e sextas-feiras, ela participa das oficinas. À noite, nas tardes de segundas e quartas e aos fins de semana, estuda para as provas e faz os trabalhos e deveres de casa.

Kaillane Nascimento dos Santos  aproveita ao máximo as atividades complementares oferecidas: “Não queria nunca sair daqui”  /Fotos: Vinícius de Melo/Agência Brasília

Kaillane viu sua vida ser transformada depois que começou a frequentar as aulas. Aluna da Escola Parque Anísio Teixeira desde 2015, foi ali que ela descobriu sua vocação. “Sempre gostei de dança, mas, depois que comecei a frequentar a escola, comecei a pensar também em fazer faculdade”, conta. “Quero trabalhar em uma companhia de dança e um dia, quem sabe, voltar para a escola como professora.” Além de despertar a jovem para seu futuro profissional, a escola também a ajudou a enfrentar a timidez. “Aprendi muito aqui”, revela. “Hoje tenho mais facilidade de me socializar. Amo a Escola Parque, não queria sair nunca daqui.”

A diretora da Escola Parque Anísio Teixeira, Neide Rodrigues, pontua que a função do estabelecimento de ensino é mais social do que educativa. “A ideia é oportunizar atividades saudáveis para evitar que o aluno fique na ociosidade”, explica. “Além disso, juntamos estudantes de vários pontos de Ceilândia e Taguatinga;  assim estimulamos mais laços de amizade fora da sala de aula”.

[Olho texto=”A ideia é oportunizar atividades saudáveis para evitar que o aluno fique na ociosidade” assinatura=”Neide Rodrigues, diretora da Escola Parque Anísio Teixeira ” esquerda_direita_centro=”direita”]

A Escola Parque

Para participar das oficinas oferecidas pela Escola Parque Anísio Teixeira, é preciso estar cursando do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio em escolas públicas de Ceilândia ou Taguatinga. As aulas são realizadas nos contraturnos escolares, das 7h30 às 11h30 ou das 13h30 às 17h30. Cada aluno pode participar de até três atividades, dentre futsal, atletismo, ginástica rítmica, basquete, tênis de quadra, tênis de mesa, futebol de areia, basquete, fitness, xadrez, vôlei, vôlei de praia e atletismo. Na área cultural, pode optar por teatro, canto, dança, violino, violão, artes plásticas, guitarra ou teclado. Os estudantes contam também com alimentação e transporte, além de vestiários.

Com a meta de aproximar os pais da escola e possibilitar que eles se integrem às atividades praticadas pelos filhos, a escola promove, no próximo dia 25 (sábado),  o Dia de Parque em Família. Durante toda a manhã, pais e alunos vão participar de uma vasta programação, que inclui esportes e apresentações culturais. A ação será realizada na sede da instituição, a QNM 27, em Ceilândia.

Kaillane, que no ano passado participou da primeira edição do Dia de Parque em Família, lembra que se divertiu com as sessões de slackline (caminhada sobre uma fita elástica esticada) oferecidas no evento. E já tratou de confirmar presença no dia 25.  “Adoro, porque minha mãe sempre vem ver minhas apresentações, mas nesse dia ela pode participar comigo”, comemora.