14/05/2019 às 09:30, atualizado em 13/05/2019 às 16:00

DF começa a reciclar entulho para reaproveitamento em obras públicas e privadas

Cinquenta e seis mil toneladas de entulhos poderão ser recicladas por mês na Unidade de Recebimento de Entulhos (URE)

Por Agência Brasília*

Cinquenta e seis mil toneladas de entulhos poderão ser recicladas por mês na Unidade de Recebimento de Entulhos (URE), antigo lixão da Estrutural. Esse volume equivale a cerca de 10 mil caminhões carregados. A empresa contratada para administrar o local já adquiriu a britadeira, que está operando em fase de teste.

Cerca de 600 caminhões circulam por dia dentro da URE, descartando uma média de seis mil toneladas de entulhos. A metade dessa demanda será transformada em areia, cascalho de demolição, cascalho de concreto, pedrisco e brita 01, para aproveitamento em obras públicas e privadas no DF.

“Foi feito um acordo com a Novacap e DER, que são os órgãos que mais contratam na parte de pavimentação, para incluir, nas próximas licitações a obrigatoriedade de se  utilizar um percentual mínimo desse material reciclável”, explicou Paulo Celso dos Reis, diretor-adjunto do SLU.

Para que sejam efetivamente reaproveitados, a UnB e o laboratório da Novacap estão fazendo estudos e pesquisas para avaliar se a qualidade desse material atende as exigências da construção civil.

“Esses estudos vão demonstrar que esse material poderá ser usado de forma tranquila e difundida na construção civil. Não só para pavimentação, como subleito e sub-base, mas, também, em construções não estruturais”, completou Reis.

Monitoramento
O descarte de entulho da construção civil no Distrito Federal passou a ser totalmente rastreado desde junho do ano passado, por meio do sistema de gestão dos Resíduos da Construção Civil (RCC). Para poder descarregar na URE, os transportadores são obrigados a se cadastrar nesse sistema, disponível no site do SLU, e a emitir o Controle de Transporte de Resíduos (CTR) para cada demanda que atenderem. Com isso, o SLU acompanha a movimentação do entulho coletado desde a origem até a disposição final na URE.

“Nesse sistema podemos controlar de onde vem a solicitação que gera o resíduo, quem vai transportar e para onde será destinado. Se esse resíduo gerado pelo cidadão entrar no sistema, a gente vai saber até a hora que deu baixa na URE”, revelou André Pimenta, diretor de Modernização e Gestão Tecnológica do SLU.

Se o transportador não der baixa na URE, ele não terá opção de excluir o CTR, portanto o sistema entenderá que a caçamba venceu o prazo do recolhimento, ou que o entulho foi descartado em alguma área não autorizada. Nesse caso, os agentes do DF Legal poderão localizar a caçamba pelo CTR, utilizando o próprio smartphone, e aplicar as penalizações por crime ambiental.

Além da emissão da CTR, os transportadores também passaram a pagar para descartar entulhos na URE. Hoje o preço da tonelada é de R$ 10,92, o mesmo pago pelo SLU para a empresa que opera a unidade.

*Com informações do SLU