18/06/2019 às 14:20, atualizado em 12/07/2019 às 15:32

Com remanejamento de moradores para áreas seguras, obras avançam

Localizadas em área de risco, casas de 65 famílias do Sol Nascente são retiradas para que os trabalhos de saneamento possam avançar. Governo investe mais de R$ 2 milhões em obras da Caesb

Por Renata Moura, da Agência Brasília

Um imóvel da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) localizado na QNO 20, setor norte de Ceilândia, será moradia temporária para a família de Evaldo Oliveira, de 49 anos. A empresa também vai acolher outras 64 famílias do Sol Nascente, cujas casas deverão ser derrubadas por terem sido construídas em áreas de risco. São locais destinados exclusivamente à construção de adutoras e outros equipamentos necessários ao tratamento de esgoto e água.

“Quatro famílias em situação de maior vulnerabilidade serão acolhidas nessa unidade de Ceilândia; às outras, vamos fornecer o aluguel social”, relata  o assessor especial da Codhab, Ismar Chaves. “Por determinação do governador Ibaneis Rocha, estamos juntos com as secretarias de Desenvolvimento Social e Obras, com o DF Legal e a Caesb, trabalhando em conjunto para fazer a realocação de todos”.

Na manhã de segunda-feira (17), Evaldo, a mulher e seus dois filhos deixaram a casa de alvenaria na chácara Madureira, onde moraram por 14 anos, sendo remanejados para as obras de saneamento avançarem. “Estou feliz porque a ação do governo foi bem-feita, com educação, respeito, com moral”, disse o auxiliar de pedreiro, que está desempregado. Fiquei com medo de perder o pouco que tenho porque aqui é a base da minha família, mas ver o compromisso do governo me deixa mais tranquilo.” A família, que atende a todos os critérios sociais exigidos por lei, será contemplada futuramente com moradia oferecida pelos programas habitacionais da Codhab.

Saneamento básico

A antiga moradia de Evaldo será derrubada pelo DF Legal ainda nesta semana, para início das obras de construção de uma elevatória. “É uma espécie de casa de bombas para levar o esgoto de toda a região a uma outra rede em altura superior”, explica o técnico da Caesb, Jeff Motta, responsável pelos serviços no Sol Nascente. As obras fazem parte de um amplo pacote de urbanização e melhorias que o governo tem empreendido no local. A elevatória da Chácara Madureira – que demandará  um investimento de R$ 565 mil – vai atender a uma população de aproximadamente 5,6 mil moradores.

A Caesb trabalha ainda em outros 64 pontos nos quais, também em função de irregularidades, foi detectada a necessidade de remoção de famílias. “Num prazo de dois anos, precisamos realocar todos”, detalha Motta. “A própria legislação exige isso. Não pode haver edificações sob redes de água, esgoto e águas pluviais, por questão de segurança.”  Segundo o técnico, além de garantir a segurança dos atuais moradores, caso haja rompimento das redes, a ausência de construções facilita a manutenção e recuperação dos interceptores.

 

Há mais de 3,5 km de extensão de canais e interruptores a serem recuperados. A Caesb vai utilizar um novo método para facilitar a conclusão dos trabalhos. “É uma tecnologia alemã”, pontua o técnico da Caesb. “São segmentos de tubo – uma resina em estado quase líquido – colocados nas tubulações mais antigas e inflados. Depois, passamos uma luz ultravioleta. A resistência  é muito superior à utilizada antigamente –  [capaz de durar] algo em torno de 50 anos.”  A um custo de aproximadamente R$ 2,1 milhões para os cofres púbicos, o projeto de ampliação e recuperação das redes de esgoto vai beneficiar um total de 221.089 moradores .