08/07/2019 às 11:49, atualizado em 21/10/2019 às 12:57

Planejamento estratégico: esgoto e saneamento básico para todos

DF quer ampliar acesso da população a esses serviços, aumentar tratamento da água e melhorar recuperação de resíduos recicláveis

Por Ian Ferraz, da Agência Brasília

Terceiro colocado no ranking nacional de atendimento urbano de esgoto, o Distrito Federal quer ampliar e melhorar ainda mais os índices de saneamento básico. Assim, estabeleceu para os próximos anos quatro metas principais, descritas no Eixo Meio Ambiente do Plano Estratégico do DF (veja quadro)

     

    São grandes desafios, diante dos problemas que surgiram no DF no decorrer dos anos. O crescimento populacional e a expansão urbana desordenada, por exemplo, causaram impacto direto no saneamento básico – devido a poços artesianos irregulares, ligações clandestinas na rede de água e esgoto, vazamentos na rede de distribuição, fossas negras muitas vezes com transbordo e deposição inadequada de resíduos sólidos domésticos.

    Para serem revertidos, os pontos acima demandam ações conjuntas – em andamento – da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e da Secretaria de Obras. 

    Batalha pela sustentabilidade

    Uma das principais batalhas previstas no Eixo Meio Ambiente é garantir o saneamento sustentável. Apenas 3% dos resíduos sólidos coletados são destinados à reciclagem, o que gera elevado nível de deposição de resíduos com valor econômico em aterros sanitários.

    Para mudar esse cenário, o Distrito Federal irá ampliar de 89% para 92% o acesso da população ao esgotamento sanitário adequado, com coleta e tratamento; incrementar em 30% a capacidade instalada de tratamento de água; reduzir em 30% os pontos críticos de alagamento, combinado ao incremento da taxa de recuperação de resíduos sólidos.

    Um dos atores nessa missão, a Secretaria de Meio Ambiente tem elaborado campanhas para sensibilizar a população a separar resíduos orgânicos – rejeitos/recicláveis para a consolidação da coleta seletiva. 

    Ela prevê, também, a implantação do Projeto Citinova – Planejamento Integrado e Tecnologias Inovadoras para Cidades Sustentáveis. Por meio dele, em parceria com a Organização das Nações Unidas, será possível elaborar diagnósticos dos níveis de contaminação da área (solo, água e ar) e o indicativo das tecnologias adequadas para a remediação do antigo lixão.

    “Estas atividades fazem parte de um projeto maior denominado Promovendo Cidades Sustentáveis no Brasil, por meio de planejamento urbano integrado e do investimento em tecnologias inovadoras. A previsão de contratação dos serviços terá duração de um ano, com previsão de início em agosto de 2019”, afirma  o subsecretário de recursos hídricos e de resíduos sólidos da Secretaria do Meio Ambiente, Jair Tannus.

    A pasta promoverá ainda atividades de enfrentamento aos passivos do Lixão da Estrutural, além de elaborar contratos para a construção de centrais de triagem e reciclagem e uma central de comercialização com potencial de geração de 750 postos de trabalho de catadores de materiais recicláveis.  

    Água e esgoto

    A Caesb, por sua vez, tem focado as ações na otimização dos Sistemas de Água, em especial as Elevatórias de Água por serem as maiores consumidoras de energia do sistema. E também na melhoria nos Sistemas de Esgoto, especialmente das Elevatórias e Estações de Tratamento, por meio do aproveitamento de energia de descarga hidráulica de unidades operacionais e projetos de utilização de energia a partir do Biogás de ETEs. 

    A companhia reafirma seus projetos de utilização de energia por meio de placas fotovoltaicas, a exemplo da Usina Minigeradora inaugurada na Sede da Caesb, gerando economia aos cofres da empresa.

    Na questão da água, uma série de obras e empreendimentos, entre elas do sistema produtor de água do Corumbá e a implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário nas regiões do Setor de Mansões Park Way, Colônia Agrícola Águas Claras, Vila IAPI e Colônia Agrícola Bernardo Sayão no Park Way.

     

    Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília


    Em relação ao esgoto, a Caesb promete ampliar o sistema do Setor de Clubes Sul e Lago Sul, bem como promover as obras de implantação do sistema de esgotamento sanitário da 2ª Etapa da Região do Grande Colorado, no Setor Habitacional Contagem I. O planejamento da empresa ainda atuará na execução de serviços de implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário no Setor Habitacional Sol Nascente.  

    “Nos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, o foco é centrado na expansão, manutenção e melhorias dos sistemas existentes bem como, na qualidade dos serviços prestados, objetivando universalizar os serviços”, afirma Luiza Carneiro Brasil, superintendente de Planejamento e Modernização da Caesb.

     

    Choveu, alagou

    Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

    Para reduzir os pontos críticos de alagamento no DF, a Novacap tem investido na manutenção dos dispositivos e redes de drenagem pluvial. Ela consiste na limpeza, desobstrução, reparos, substituição das grelhas e tampões das bocas de lobo. Há editais em elaboração que visam a contratação da continuidade desse serviço e contratos em andamento, também com o objetivo de realizar a as manutenções necessárias visando minimizar o problema. Parceria com outros órgãos, como o projeto “Drenar-DF”, atuante em áreas críticas do Plano Piloto e de Taguatinga, estão na atuação do órgão.