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09/07/2019 às 18:43, atualizado em 09/07/2019 às 18:44
Equipe da Ortopedia aplicou técnica alemã para procedimento que foi executado com sucesso
Nessa segunda-feira (8) aconteceu no Hospital de Base, uma cirurgia inédita no Brasil: tratamento de infecção protética em um estágio cirúrgico. O ortopedista, Mário Soares, realizou o procedimento após ter permanecido nos últimos três meses treinando a técnica e o tratamento em Hamburgo, na Alemanha. Segundo o especialista, a paciente de 47 anos, que havia passado por uma cirurgia para colocação de prótese há seis meses, teve uma infecção e foi preciso fazer a reabordagem cirúrgica.
“Essa paciente precisou fazer o procedimento por ter um desgaste precoce de quadril e foi acometida dessa complicação que atinge de 1,5% a 2% dos pacientes e costuma ser devastadora”, explica. O médico conta que, usualmente, é feita uma cirurgia em dois tempos: o paciente é levado para o centro cirúrgico, tem a prótese retirada, o material é colhido para exames que estabelecerão o tipo de infecção, o paciente tem a indicação do antibiótico por, no mínimo, dois meses, e se depois, tiver condições, faz uma nova cirurgia para colocação de prótese.
“Nesse tempo, o paciente fica sem prótese ou com um espaçador, e isso, o deixa acamado e com outras complicações. Por isso, essa técnica, que foi aplicada de forma inédita aqui no Hospital de Base e também no país, foi considerada como melhor opção”, destaca o cirurgião. De acordo com Mário Soares, o novo método possibilita que em apenas uma intervenção, todo o procedimento seja realizado.
“Em uma cirurgia de quatro horas, retiramos a prótese, fizemos a limpeza da área infectada e necrosada e, em seguida, inserimos a nova prótese definitiva, sendo que, o tratamento segue agora com antibiótico e será feito por, no máximo, 14 dias”. O especialista acentua que a cirurgia inovadora reduz o sofrimento do paciente, pois será submetido a somente um procedimento e não terá limitações de movimentos entre outros benefícios. Para as instituições que financiam esse tratamento também é um ganho devido à economia de recursos.
“A partir dessa técnica, estamos escrevendo um novo capítulo na história da ortopedia. Pois, além de beneficiar o paciente, que já pode andar no dia seguinte, terá menos efeitos adversos devido ao uso reduzido de antibióticos, e, inclusive, pode ser desospitalizado de forma mais célere, também, traz menos gastos para a instituição e a taxa de erradicação da infecção é maior que 90%, sendo até melhor que a cirurgia em dois estágios”, complementa.
Segundo o profissional, a partir de agora, os pacientes que aguardam por cirurgias para a troca das próteses passarão a contar com essa técnica menos traumática. “Nossa ideia é realizar essas cirurgias de forma rotineira para reabilitar e melhorar a vida dos pacientes. Sem dúvida os ganhos são muitos e é esse nosso foco”, destaca.
Para o diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) responsável pelo gerenciamento do HB, Francisco Araújo, a cirurgia de vanguarda só foi possível porque a unidade de saúde conta com boa infraestrutura e apoio da gestão que preza pela qualidade do atendimento e incentiva os profissionais a implementarem tratamentos modernos e eficazes.
“O primordial, dentro do IGESDF, é que a população possa contar com atendimento o mais qualificado possível, tanto do ponto de vista de recursos humanos, como de insumos. Essa cirurgia é um exemplo perfeito dessa nossa busca. Conseguimos aliar o profissionalismo de um especialista dedicado e pró-ativo, com a disponibilidade de insumos de qualidade obtidos através de contrato de compras transparente e que abastece de forma satisfatória o HB. Certamente, não há diferença do que foi feito aqui para o que poderia ser feito em qualquer outro hospital privado. E isso é motivo de muito orgulho para nós”, comemora o presidente Francisco.
Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF)*