04/08/2019 às 15:11, atualizado em 05/08/2019 às 12:45

GDF lança oficialmente a campanha de amamentação Agosto Dourado

Durante o evento, governador anunciou que destinará recursos de R$ 2 milhões às obras de revitalização do Parque da Cidade, onde a ação foi aberta junto à Semana Mundial do Aleitamento Materno

Por Gizella Rodrigues, da Agência Brasília

Ao lado da primeira-dama, Mayara Noronha, e do filho Mateus, o governador Ibaneis acompanhou de perto as atividades de abertura do evento no Parque da Cidade | Fotos: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Durante o lançamento da campanha Agosto Dourado, neste domingo (4), o governador Ibaneis Rocha anunciou um investimento de R$ 2 milhões em obras para a revitalização no Parque da Cidade, onde o evento foi aberto. As melhorias, segundo ele, serão efetuadas enquanto o GDF faz estudos para implementar uma Parceria Público Privada (PPP) no local.

“Já estamos melhorando bastante o parque com a ajuda da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso [Funap], que está aqui, junto à administração [do Parque da Cidade], fazendo serviços emergenciais, mas já determinei a colocação de mais recursos para fazermos uma revitalização inicial ”, afirmou Ibaneis. “Sabemos que a PPP demanda estudos que demoram um pouco mais, e a decisão final será discutida com a população, pois esse é um espaço da cidade que as pessoas amam”, ressaltou.

Salas de amamentação

Ao lado da primeira-dama do DF, Mayara Noronha, madrinha do Agosto Dourado, o governador se comprometeu a montar um plano, com a Secretaria de Saúde (SES/DF), para instalar uma sala de amamentação em todos os órgãos do GDF. “Dentro da nossa realidade e da importância do tema, vamos buscar os espaços, principalmente nas secretarias mais movimentadas, e atender o pedido”, afirmou.

Ibaneis respondeu a uma solicitação feita pela esposa, que conheceu a sala de amamentação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e se disse entusiasmada com a ideia. “É um espaço tão simples, que precisa apenas de uma geladeira e uma poltrona”, destacou Mayara. “Se o senhor puder exigir que todos os órgãos do GDF criem uma salinha, com uma geladeira…”.

Mãe de Mateus Noronha de Albuquerque Rocha, de sete meses, Mayara contou sua experiência com a amamentação do primeiro filho: “Como mãe de primeira viagem, sofri bastante, mas tive uma rede de apoio muito boa. Mateus nasceu, e 15 dias depois, eu estava na posse [do governador Ibaneis Rocha] de salto alto. De lá para cá, a vida ficou muito agitada; seria muito mais fácil desistir da amamentação, mas eu insisti, estava sempre com minha bombinha e consegui. A gente sabe da dificuldade das mães que têm que trabalhar”.

A primeira semana de agosto está instituída como a Semana Mundial do Aleitamento Materno. No DF, o mês inteiro é dedicado a esclarecer as mulheres, seus companheiros e a sociedade sobre a importância da amamentação. A recomendação é que o leite materno seja o alimento exclusivo dos bebês até os seis meses de vida, preferencialmente complementando essa alimentação até os 2 anos de idade. O tema deste ano é “Empoderar mães e pais, favorecer a amamentação. Hoje e para o futuro”.

Centenas de mães levaram seus bebês para reforçar a campanha de conscientização promovida pela Secretaria de Saúde | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Conscientização

Cerca de 350 mães estiveram no Parque da Cidade com seus filhos e centenas delas participaram do mamaço, quando se reuniram para amamentar os bebês ao mesmo tempo. “A mãe tem que saber que ela é capaz de alimentar seu filho, que o leite dela é suficiente sim”, ressaltou a coordenadora de Bancos de Leite Humano da SES/DF, Mirian Santos. “Tem que acabar aquela história das pessoas dizerem que se o bebê está chorando é por fome. Também é preciso mudar a ideia de que ser mãe é padecer no paraíso. Amamentar é o paraíso. Se está doendo, algo está errado e é preciso buscar ajuda do banco de Leite”.

Foi o que fez Emille Lopes, 18, mãe de Heloá, de quatro meses. “Nos primeiros três dias, era dolorido, mas procurei o banco de leite de Planaltina, ela pegou o peito direito e ficou bom”, contou. Ainda no início da vivência como mãe, Emille disse ainda se sentir pouco à vontade para amamentar público: “Eu me cubro. Na verdade, tenho medo de alguém falar alguma coisa, eu vou retrucar e vai dar briga”, explica.

A amiga de Emille, Ana Clara Cardoso, também de 18 anos, é mãe há menos tempo, mas disse não se importar com olhares de reprovação quando amamenta o filho, Alan Pietro, de dois meses. “As pessoas olham, mas nem ligo. É natural para mim”, revelou.

[Numeralha titulo_grande=”61% ” texto=”Índice de bebês do DF alimentados exclusivamente com leite materno” esquerda_direita_centro=”direita”]

As políticas públicas de incentivo à amamentação no Distrito Federal são realizadas durante todo o ano – razão pela qual o DF já se tornou referência em aleitamento materno. O índice nacional de mães que amamentam seus bebês exclusivamente com leite materno é de 49% e sobe para 61% no DF, onde 65% das crianças de até um ano são amamentadas, enquanto no Brasil a taxa é de 50%.