21/08/2019 às 17:53, atualizado em 21/08/2019 às 17:54

Fórum sobre atenção primária alinha ações de gerentes da Saúde

Planificação, humanização e inovação nos serviços foram alguns dos tópicos apresentados

Por Agência Brasília *

Evento se estende até esta quinta-feira (22) no auditório da Escola Nacional de Administração Pública | Foto: Breno Esaki / Saúde-DF

Gestores de toda a Secretaria de Saúde participaram nesta quarta-feira (21) da abertura do II Fórum de Gerentes de Serviços de Atenção Primária. Foram discutidas ações para alinhar o papel dos gestores e as diretrizes para o setor, além de abrir um espaço de diálogo e cooperação com o objetivo de resolver problemas cotidianos.

Presente à solenidade de abertura, o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, lembrou que, entre os gerentes das unidades básicas de saúde (UBS), 65% são novos na gestão. Nesse sentido, Osnei destacou a importância de que esses profissionais ofereçam aspectos inovadores aos seus ambientes de trabalho, de forma a garantir um atendimento mais humanizado aos usuários da rede pública.

“Temos observado, cada vez mais, a necessidade de integrarmos todas as nossas equipes, nas diversas superintendências do DF. Temos observado também que somente com a utilização de processos inovadores e com o compartilhamento de conhecimentos positivos vamos engrandecer o atendimento na atenção primária”, afirmou Okumoto.

Atualmente, existem 595 equipes de saúde da família no território do DF, e em torno de 5 mil profissionais na atenção primária, informou o diretor da Estratégia Saúde da Família, José Eudes Barroso.

“São vocês, gerentes, que fazem a gestão em cada local e que sabem, na ponta, o que está acontecendo. Vocês são de extrema importância para a implementação da política distrital”, ressaltou o diretor.

No mesmo viés, o coordenador de Atenção Primária à Saúde, Elissandro Noronha, destacou a relevância dos servidores na execução da política de atenção primária, porta de entrada da rede pública de saúde e responsável por resolver 85% dos casos.

“Se o gerente não incorporar isso como uma prática diária, não terá atenção primária. O gerente precisa estar alinhado com o gestor local, que deve estar alinhado com gestor central e com a política distrital de saúde”, destacou Elissandro.

Reestruturação

Uma futura reestruturação dos serviços na atenção primária, estudada pela Secretaria de Saúde para reforçar a qualidade dos atendimentos, também foi pontuada pelo coordenador de atenção primária.

Entre as opções, a implementação do programa federal Saúde na Hora, em que os gestores das Unidades de Saúde da Família (USF) se comprometem a ampliar o horário de atendimento. “Mas não vamos modificar as coisas sem, antes, ouvir a base”, pontuou Elissandro Noronha.

Ele também informou sobre a possibilidade de se construir mais unidades básicas de saúde no DF, com o objetivo de aumentar a cobertura da atenção primária. “Tem 12 propostas de UBS para construir agora, três para ser entregues neste ano e, se Deus quiser, até o meio do ano que vem mais oito UBS serão entregues”, vislumbrou.

Ao todo, a Secretaria de Saúde dispõe de 172 unidades básicas de saúde distribuídas por todo o Distrito Federal.

Planificação

Um dos pontos abordados no evento foi a ampliação do projeto de Planificação da Atenção à Saúde no DF para organizar o fluxo dos serviços e melhorar o acesso do usuário na rede. A iniciativa começou na Região de Saúde Leste. E está, agora, na Região Centro-Sul, com a possibilidade de ser estendida para a Sudoeste a partir de setembro.

“Todo o DF deverá participar da planificação. Não há como termos somente algumas ilhas de excelência. Precisamos que todo o Distrito Federal seja conhecido pelo Ministério da Saúde e pelo Brasil inteiro”, afirmou a superintendente da Região de Saúde Sudoeste, Lucilene Florêncio, ao ressaltar que as melhorias na saúde pública devem passar pelo reforço na atenção primária.

Para a coordenadora da Atenção Secundária, Eliene Sousa, projetos como a planificação e eventos como o fórum são necessários para integrar mais as ações dos gestores de diferentes níveis de atendimento. “A atenção primária é a ordenadora do cuidado. Se ela tem esse papel, é essencial que os demais níveis de atenção estejam extremamente ligados. Com isso, cada vez mais os processos de trabalho serão melhorados”, comentou.

O projeto de planificação, desenvolvido pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), foi apresentado por técnicos do Hospital Israelita Albert Einstein e escolhido pelo Ministério da Saúde para capacitar os profissionais locais com workshops, tutorias e cursos pelos próximos meses, além de acompanhar o andamento da planificação. O cronograma, definido em oito etapas, prevê que a implementação seja concluída até dezembro de 2020.

Fórum

O evento se estende até esta quinta-feira (22), no auditório da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). O tema é “Gestão na APS, um olhar diferenciado”.

De acordo com os organizadores, o evento se baseia em conceitos como: o que é a atenção primária à saúde, seu papel dentro da rede de atenção, estratégia saúde da família, território e coordenação do cuidado, dentre outros.

Uma delas será o Café Universal, desenvolvido de forma a promover um espaço acolhedor, seguro e descontraído que favoreça o diálogo e a participação ativa de todos. Estrutura-se em grupos de conversa, com temáticas e relatores fixos, com os participantes circulando de mesa em mesa. Também haverá mesas-redondas e oficinas durante o II Fórum de Gerentes de Serviços de Atenção Primária.

 

* Com informações da Secretaria de Saúde.