30/08/2019 às 10:44, atualizado em 30/08/2019 às 10:45

Fisioterapeutas usam a criatividade para tratar internos do HRT

A reabilitação dos pacientes é acelerada pela atenção especial dos 11 profissionais. Eles atendem, em média, 60 doentes por dia

Por Josiane Canterle, da Agência Saúde

Criatividade, dedicação e alegria são algumas das características elencadas pelos pacientes para os fisioterapeutas do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Os profissionais transformam os exercícios tradicionais, que ganham forma lúdica, e os pacientes recuperam, além dos movimentos, a alegria de viver e a esperança de logo voltar para casa.

Onze profissionais atendem, em média, 60 doentes por dia, internados nas enfermarias do hospital. Somam cerca de 1,3 mil atendimentos por mês.

Esse tratamento humanizado tem conquistado corações, como de Cecília Brazão, 64 anos. Ela está no HRT desde o início do ano, quando passou por uma amputação do pé devido a complicação do diabetes. “Quando eu for embora, vou sentir saudades das professoras. Eu gosto muito de todas”, declarou a paciente, com lágrimas nos olhos.

Foto: Secretaria de Saúde/DF

Cecília não perde a oportunidade de mostrar o quanto o seu condicionamento físico tem melhorado com a fisioterapia e logo mostra o braço: “Olha só, já está ficando duro. Antes estava mole”, constata. 

A paciente tornou-se cadeirante em decorrência da amputação e permanece no hospital devido à internação social, enquanto aguarda vaga em um abrigo.

A fisioterapeuta Alline Meyre Evaristo é só empolgação e carinho com os pacientes.

Seu atendimento já começa com sorrisos e abraços e uma boa conversa para saber da evolução dos assistidos. 

Uma reação sua diante da provocação de um paciente provocou grande repercussão nas redes sociais, uma vez que os colegas de quarto ‘entregaram’ que o doente gostava de dançar forró.

“Eu chamei o seu Francisco para dançar. Ele disse que eu não sabia dançar. E foi aí que a equipe gravou nossa dança. Enquanto a gente dançava, eu fazia os movimentos da fisioterapia. Assim, o paciente nem percebe que ele está fazendo tratamento e ainda se diverte”, contou a servidora. Seu Francisco recebeu alta dois dias após o vídeo ser divulgado.

Haja motivação
Um dos principais objetivos da Fisioterapia é a recuperação da motricidade do paciente, possibilitando a ele se alimentar sozinho, ir ao banheiro, tomar banho no chuveiro e fazer outras atividades simples do dia a dia que proporcionem autonomia, até mesmo para respirar.

[Olho texto=” Nosso trabalho vai além. É fazer o paciente entender que ele está vivo de verdade, para fazer o que quiser” assinatura=”Flávia Antunes, fisioterapeuta ” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A fisioterapeuta Flávia Antunes conta o caso de um paciente que tinha acabado de chegar da UTI, no pós-operatório. Havia duas semanas que ele estava sem andar. “Foi a coisa mais linda do mundo quando ele ficou em pé pela primeira vez e fez aquela cara (de felicidade). Isso não tem preço”, refletiu.

Outra iniciativa visa a tirar os pacientes dos quartos, mesmo aqueles que estão acamados, levando-os para as áreas abertas do hospital. É um momento de socializar, sentir o sol e renovar a energia para acelerar a recuperação, dizem os fisioterapeutas.

“Nós passamos bastante tempo com os pacientes, os ouvimos, brincamos e dá para perceber que o nosso trabalho desperta neles o sentimento de vida, o que tem acelerado as altas, gerando a desospitalização”, comemora a chefe do Núcleo de Saúde Funcional do HRT, Mônica Tolentino Félix.

Onde atuam
Os profissionais da Fisioterapia atuam nas sete clínicas das enfermarias do hospital: Ortopedia, Cirurgia, Cardiologia, Ginecologia, Clínica Médica, Pediatria e Oncologia. 

Além dessa equipe de fisioterapeutas, outros profissionais da área trabalham com os pacientes no Pronto-socorro, nas Unidades de Tratamento Intensivo e no Ambulatório.

A Fisioterapia é uma das especialidades médicas que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece.