02/09/2019 às 17:36, atualizado em 03/09/2019 às 12:22

Governo quer ampliar em 10% a participação do turismo no PIB do DF

Meta faz parte do Plano Estratégico do Distrito Federal 2019-2060. GDF atuará como indutor, propiciando ambiente favorável aos negócios para que estes, por sua vez, atraiam, além de recursos e investimentos, turistas

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília

O desenvolvimento de uma sociedade está associado ao crescimento de sua economia. Essa, por sua vez, deve proporcionar geração de emprego e renda em diversos setores, inclusive no turismo. Parcerias com companhias aéreas, inclusão de Brasília em roteiros de quem viaja pelo Brasil – vindo de outros estados ou do exterior – fazem com que o Governo do Distrito Federal (GDF) coloque como meta dos próximos 40 anos o aumento em 10% da participação do turismo no Produto Interno Bruto (PIB) da capital.

O prognóstico faz parte do Plano Estratégico do Distrito Federal 2019-2060, lançado em maio pelo GDF. A intenção do governo é atuar como indutor desse crescimento econômico, propiciando ambiente favorável aos negócios para atraiam, além de recursos, investimentos e turistas. Além disso, deve facilitar a comercialização dos produtos e serviços produzidos com melhoria da infraestrutura, incentivos fiscais, entre outras ações.

Avião decola de madrugada do Aeroporto JK: sonho de torná-lo um hub nacional – Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Distrito Federal possui a maior renda média per capita do país. O valor é cerca de 30% superior ao segundo colocado, São Paulo, e 400% maior que o registrado no Maranhão, estado em última posição no comparativo do instituto. O desempenho de Brasília é impulsionado pela renda salarial do setor público que emprega boa parte da cidade.

Primeiros passos
As ações do governo em prol do fomento do turismo do DF nos últimos oito meses têm sido constantes. A ativação do Centro de Apoio ao Turista (CATs) foi a primeira delas. Além de três reabertas no Plano Piloto e outra na Torre de TV Digital, mais de 20 estão sendo projetadas para atender também as regiões administrativas. A intenção é de que cada um deles conte com profissionais qualificados pela Secretaria de Turismo.

A inclusão do turismo cívico na rota de eventos da capital – com a troca da maior bandeira em mastro do país, integrando atividades para toda a família – tem, aos poucos, atraído visitantes à Praça dos Três Poderes no primeiro domingo do mês. O passeio já tem sido incluído nos pacotes vendidos pelas operadoras da cidade.

Incluam-se nas ações do GDF o acordo de stop over com a TAP, a abertura de voos diretos internacionais para Cancun (México), Assunção (Paraguai), Lima (Peru) e Santiago (Chile). O objetivo, além de gerar emprego, é transformar o Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek em um grande ponto de ligação do Brasil com outros países.

Vanessa Mendonça, secretária de Turismo: objetivo em fazer de Brasília uma atraente porta de entrada de estrangeiros – Foto: Vinicius de Melo/Agência Brasília

A prestação de serviços, incluindo o setor público, é a principal responsável pela economia local. Após a crise financeira iniciada em 2014, houve uma intensificação da participação deste setor – que, em 2016, representou 93,4% da economia, seguido pela indústria, com 6,2% e pela agropecuária, com 0,4%. A retomada do crescimento da economia requer recursos que os orçamentos da União e do Distrito Federal não são capazes de contemplar.

Dessa forma, uma alternativa que pode contribuir para o aquecimento da economia local é a atração de investimentos externos. No turismo, o Distrito Federal dispõe de um cenário competitivo, especialmente naquele associado a negócios, que movimenta atividades relacionadas a lazer, cultura, gastronomia e natureza, entre outras.

“Nosso objetivo é fazer de Brasília uma nova e atraente porta de entrada de estrangeiros no país. Temos índices mais positivos de segurança, qualidade de vida, aeroporto com hub e pontualidade”, enumera a secretária de Turismo Vanessa Mendonça, que também tem desenvolvido um trabalho de incremento do setor diretamente com as embaixadas localizadas na cidade.

Hotéis
Segundo o IBGE, o DF conta com o sexto maior número de leitos hoteleiros do Brasil, com alta desocupação durante os finais de semana. Para potencializar a utilização da rede hoteleira em períodos de baixa ocupação, o governo assinou acordo para tornar a cidade um ponto de parada para passageiros de voos internacionais em viagens de longa duração, fazendo de Brasília um stopover.

Adriana Pinto, presidente da ABIH/DF: resultado virá a médio e a longo prazo – Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no DF, Adriana Pinto aposta nas ações do GDF para alavancar a participação do turismo no PIB nas próximas décadas. Consciente de que o resultado será colhido a médio e longo prazo, ela garante que o setor hoteleiro da capital está estruturado para receber turistas e atender bem quem vier visitar a cidade. “A assinatura criando voos diretos com destinos internacionais, o stop over com a TAP e a inclusão do turismo cívico no roteiro das agências são apostas excelentes”, acredita.

Brasília também dispõe de estrutura aeroportuária robusta, com localização centralizada, o que permite conexões equidistantes com os principais centros consumidores e produtores do país.

Esse potencial pode ser utilizado para transformar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck em um dos principais pontos de recepção e de distribuição de cargas (hub) da América Latina, tornando-o um diferencial para o desenvolvimento econômico.


Desafios
Eis os desafios para o eixo proposto no Plano Estratégico do DF 2019-2060

Fotos: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília
? aumentar a competitividade do Distrito Federal;
? atrair investimentos internos e externos para aquecimento da economia local;
? criar condições para diversificação da matriz econômica do Distrito Federal, explorando o potencial das áreas de turismo, de ? empreendedorismo, de economia criativa e de ciência, tecnologia e inovação;
? e reduzir o índice de desemprego para número menor que a média nacional