04/10/2019 às 13:47, atualizado em 04/10/2019 às 13:49

Oficina de fisioterapia neurológica reforça tratamentos

Atividade, realizada em toda primeira sexta-feira de cada mês no Hospital Regional do Guará, é aberta aos pacientes que se encontram na fila de espera

Por Agência Brasília *

Um trabalho inovador em fisioterapia neurológica está sendo desenvolvido pela unidade de medicina fisiátrica do Hospital Regional do Guará (HRGu). A cada primeira sexta-feira do mês, é realizada uma oficina de reabilitação neurofuncional para recuperar pacientes que tiveram lesões encefálicas.

A atividade é aberta a todos os pacientes da lista de espera que estejam nessas condições. O setor atende pacientes de nove regiões administrativas do DF e, recentemente, iniciou o trabalho na área das lesões neurais com uma profissional específica para a área. Autora do projeto, a médica Rosângela Porto é quem organiza a rotina e a fila de espera com encontros mensais.

“Entram, aí, as lesões provocadas por Acidente Vascular Cerebral [AVC], mal de Parkinson, Alzheimer, traumatismo craniano e doenças degenerativas”, explica Rosângela. “As oficinas buscam otimizar a nossa demanda e diminuir o tempo de espera do paciente, porque, quanto mais tempo demora, pior é a recuperação.”

Para a família

O encontro, segundo a médica, também busca proporcionar ao acompanhante e ao familiar o conhecimento do exercício para ajudar o paciente a praticá-lo em casa. Também são ministradas, para os familiares e/ou acompanhantes, noções de prevenção das lesões encefálicas.

A especialista considera fundamental a participação da família no processo de reabilitação e no treinamento prático, em casa, do que é ensinado na oficina. Durante a oficina realizada nesta sexta-feira, o foco foi o fortalecimento muscular. Além dos exercícios, os participantes receberam informações detalhadas sobre os diferentes tipos de recursos auxiliares de marcha, como muletas, andador e bengalas.

Na lista de pacientes de Rosângela Porto, quase todos apresentam lesão provocada por AVC. A maioria das lesões é isquêmica, ou seja, causada por gordura no sangue – situação que, conforme atenta a médica, poderia ser prevenida. Ela orienta a todos que participam do encontro que, aliado ao tratamento, é necessário adotar hábitos de vida saudáveis, principalmente no que se refere à alimentação.

Recuperação

Rosângela conta que já teve pacientes confinados a uma cadeira de rodas e que voltaram a andar a partir dos exercícios realizados. Maria de Fátima Pereira da Silva é uma dessas pessoas. Ao participar da primeira oficina, ela já conseguiu ficar em pé. Vítima de AVC, passou cinco meses na UTI e teve de sair do hospital numa cadeira de rodas.

Pouco mais de um mês após receber alta, O filho dela, Antônio Francisco Pereira Machado, comemora esse avanço: “Foi triste vê-la numa situação assim, mas esse tratamento me deu esperança. Eu já ajudava em casa e, mesmo sem saber, fiz alguns movimentos com ela e acredito que contribuí para ela levantar aqui”. Maria de Fátima recebeu alta há pouco mais de um mês.

Para entrar na lista de espera os pacientes devem ser encaminhados pelo médico e ter o cartão do SUS da região administrativa coberta pela unidade de abrangência. São elas: Vicente Pires, Riacho Fundo I e II, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Park Way, Lúcio Costa, Estrutural e Guará I e II.

* Com informações da Secretaria de Saúde (SES)