08/11/2019 às 15:52, atualizado em 09/11/2019 às 15:37

Inteligência artificial será usada para desburocratizar

Serviços de caráter repetitivo como os prestados pelo Detran, que podem ser substituídos pela automatização, deverão ser modernizados

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília

Debate teve como eixo central Os Desafios da Contratação GovTech no Brasil | Foto: Alex Amaral / Divulgação BRB

Rapidez, transparência e eficiência são o que o cidadão mais espera ao buscar atendimento em um órgão público. Com este propósito, e em busca da melhoria da qualidade do serviço prestado em Brasília, o Governo do Distrito Federal (GDF) discute a implementação da inteligência artificial (IA), já bastante aplicada na iniciativa privada, em prol do atendimento à comunidade.

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Nesse sentido, foi realizado nesta sexta-feira (8), em Brasília, o seminário internacional Os Desafios da Contratação GovTech no Brasil – os caminhos para adoção de soluções de Inteligência Artificial pelo Poder Público. O evento transcorreu na sede do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

O propósito é quebrar as barreiras da burocracia, tão questionada por quem busca o serviço público, e gerar economicidade aos cofres do Executivo, promovendo eficiência ao Estado. O Estado mais perto do cidadão é uma das metas do plano estratégico do GDF 2019-2060, no Eixo Gestão Estratégica.

Valdetário: discurso contra “relações lentas, burocráticas e desgastantes para o cidadão” | Foto: Alex Amaral / Divulgação BRB

O seminário foi promovido pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal e pela Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAPDF), com apoio da Secretaria Extraordinária de Relações Internacionais. A ocasião serviu para que os diversos órgãos públicos do Distrito Federal pudessem debater a implementação da inteligência artificial no médio prazo.

O que é GovTech

O termo GovTech tem sido conceituado como o conjunto de soluções inovadoras que possibilitam às instituições públicas exercerem suas competências mediante o uso de ferramentas digitais, bem como de novas tecnologias, relacionadas à análise e geração de dados. Ele é caracterizado, entre outros elementos, pela capacidade de máquinas literalmente aprenderem – daí o termo inteligência artificial.

A ideia é que a tecnologia não seja utilizada somente como uma forma de ajudar o cidadão na vida privada, a exemplo do que já é feito por aplicativos de entrega de comida, de transporte particular ou de hospedagem.

“Temos capacidade de implementá-la também no governo, para que essas relações lentas, burocráticas e desgastantes para o cidadão tornem-se mais ágeis e eficientes”, aposta o secretário da Casa Civil, Valdetário Monteiro, citando o Detran como exemplo de futuro avanço de atendimento.

Sede do IDP recebeu membros do GDF e especialistas em inteligência artificial nesta sexta | Foto: Alex Amaral / Divulgação BRB

Idealizador do seminário, o procurador-geral adjunto da Fazenda Distrital, Flávio Jardim, lembra que no Judiciário o reflexo da aplicação da inteligência artificial dará agilidade à tramitação de processos no órgão. “Isso porque servidores voltados a ações burocráticas poderão ser redirecionados a outras funções, melhorando ainda mais.”

Com o apoio do Banco de Brasília (BRB), o seminário reuniu autoridades do Poder Judiciário brasileiro, como o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, embaixadores e estudiosos do tema da inteligência artificial.

 

* Com informações da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF