02/12/2019 às 18:48, atualizado em 02/12/2019 às 19:02

Vôlei: brasiliense vai à Surdolimpíadas pela seleção feminina

Pan-Americano foi disputado de 26 a 30 de novembro entre as seleções de Brasil, México, Canadá e EUA

Por Agência Brasília *

Equipe brasileira derrotou uma das principais potências da modalidade e conquistou a prata | Foto: Secretaria do Esporte e Lazer / Divulgação

O Brasil conquistou o vice-campeonato do Pan-Americano Feminino de Vôlei de Surdos após derrotar os Estados Unidos por 3 sets a 0. O resultado do jogo, disputado neste sábado (30/11) na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), garantiu à seleção canarinho uma vaga nas Surdolimpíadas de 2021. O trinfo contou com a ajuda da única atleta do Distrito Federal no grupo, a líbero Dyona Vilela, de 34 anos.

[Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”]

A atleta comemora o fato ter conquistado a medalha de prata já em sua primeira convocação. “Na faculdade tive educação física adaptada e conheci o paradesporto, mas em momento algum eu tive contato com o desporto para surdos. Foi por meio da intérprete de Libras, Karol Amparo, que tomei conhecimento desse desporto à parte. Entrei em contato com o coordenador de vôlei de surdos, o Xandó, e ele me passou as informações necessárias. Fui para duas seletivas em São Paulo”, recorda.

Logo após as seletivas vieram as convocações, conta a atleta. “Foi uma realização pessoal por representar minha nação, no esporte que eu sempre pratiquei no anonimato. E ainda mais poder jogar em casa e mostrar toda a força desse movimento esportivo que poucos conhecem”, destaca Dyona, que é professora de educação física da Secretaria de Educação e dá aula no Centro Educacional do Vale do Amanhecer, em Planaltina.

Estrear no Pan-Americano com uma medalha de prata foi uma grande experiência, relata a jogadora. “Este campeonato foi fantástico. Uma soma de oportunidades, de descobertas, a união de toda a comunidade surda e seus colaboradores. Sensação de missão cumprida, de ter colaborado como pude dentro e fora de quadra para a conquista dessa prata”, arremata.

Dyona treina toda segunda-feira com o time feminino e, pensando nas competições internacionais, vai aumentar o ritmo de treino. “Para a fase preparatória do mundial, que acontecerá ano que vem na Itália, vou intensificar os treinos e o condicionamento físico. Vou me preparar para o mundial e as surdolimpíadas, já que a vaga brasileira está garantida, mas a minha, não. Agora é buscar o aperfeiçoamento e fazer por merecer para ser convocada”, promete.

Para Xandó, medalhista olímpico e coordenador das seleções de vôlei de surdos, a conquista teve saldo muito positivo, já que os Estados Unidos são uma grande potência na modalidade. “O evento foi extremamente importante para consolidar a seleção feminina no cenário internacional. Com a segunda colocação, o Brasil garante a participação no mundial de 2020 na Itália e a participação na Surdolimpíadas em 2021”, projeta.

Surdos no futsal

O 4º Mundial de Futsal de Surdos realizado em Winterthur, na Suíça, no mês passado foi palco de uma grande vitória da camisa verde e amarela. As alas esquerdas da seleção, Suzana Alves de Souza e Soraia Gomes da Silva, respectivamente titular e reserva, participaram do evento por meio do programa Compete Brasília.

“Foi muito bom. Estávamos muito focadas para garantir o resultado”, diz Suzana.

No masculino, o pivô fixo Ewerton Felipe Alves Resende conquistou a sétima posição do Mundial.

Surdos no Esporte

A Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos é a entidade representante do esporte dos surdos no país. Os atletas filiados não estão ligados ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), pois têm condições de competir sem equipamentos específicos ou condições especiais. Por isso, não estão contemplados pela entidade, que reúne todas as confederações desportivas.

 

* Com informações da Secretaria do Esporte e Lazer