04/12/2019 às 16:29, atualizado em 04/12/2019 às 20:46

Vigilância Ambiental combate a dengue na Asa Sul

Redução do número de casos é grande, mas, com a chegada das chuvas, agentes recomendam redobrar o cuidado

Por Daniela Brito, da Agência Brasília

Agentes da Vigilância Ambiental fizeram inspeção minuciosa na região | Fotos: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

A equipe de Vigilância à Saúde empreendeu, nesta quarta-feira (4), na Asa Sul, uma ação de combate à dengue e animais peçonhentos. O trabalho é realizado semanalmente na região. Por se tratar de áreas com prédios residenciais, o Ministério da Saúde recomenda que a vistoria seja feita no térreo, na garagem e em toda a área externa dos prédios. Os estabelecimentos comércios, escolas, igrejas, e entrequadras também serão averiguados.

De acordo com o informativo epidemiológico da Subsecretaria de Vigilância à Saúde, do início deste ano até agora, foram registrados 797 casos de dengue na Asa Sul – 31 em janeiro, 42 em fevereiro, 60 em março, 175 em abril, 255 em maio, 150 em junho, 44 em julho, 11 em agosto, 16 em setembro e nove em outubro. A redução do número de casos é brusca, mas com a chegada das chuvas o cuidado deve ser redobrado.

Cerca de 547 agentes trabalham no combate ao mosquito Aedes aegypti em todo o DF. Até setembro, 834.449 imóveis foram inspecionados – quase 92 mil a mais que no mesmo período do ano passado. O uso do fumacê também foi intensificado em 2019. Foram 989.526 aplicações, contra 62.855 no ano passado, além de 39.528 aplicações de Ultra Baixo Volume / UBV (equipamento usado para o controle vetorial), contra 19.625 em 2018.

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Visitas frequentes

A agente ambiental responsável pela quadra 112 Sul, Lucineia Alves Silva, explica que os principais pontos de foco são calhas d’água. “Nós passamos orientando para que olhem as calhas, principalmente no período de chuvas”, conta. “É importante que façam essa revisão com frequência.”

Outro problema encontrado pela equipe de forma recorrente é o descarte de folhas de árvores. “O correto é que os condomínios aluguem contêineres para recolhimento desse lixo, pois as folhas trazem acúmulo de água e, após a sua decomposição, podem ocasionar aparecimento do mosquito-palha (transmissor da leishmaniose) e de escorpiões, que gostam da umidade para se hospedar”, acrescenta a agente.

O cuidado ao alimentar os animais de rua também deve ser redobrado, pois os restos de comida acumulados no local atraem pombos, ratos e baratas.

População aprova

O sapateiro Antonio Rabelo elogia: “Às vezes a gente fica esquecido e meio desatento, e é sempre bom quando eles nos orientam sobre como evitar o mosquito”

O sapateiro Antônio Rabelo, de 60 anos, trabalha na área comercial da Asa Sul há duas décadas e comenta que a assiduidade dos agentes de vigilância ambiental o ajuda a relembrar que os cuidados devem ser diários. “Às vezes a gente fica esquecido e meio desatento, e é sempre bom quando eles vêm nos visitar, pois, além de realizar os cuidados, nos orientam sobre como evitar o mosquito”, afirma.

O vendedor de frutas José Vieira já teve dengue e aprendeu: “Eu deixo tudo limpinho antes de ir embora todos os dias”

Também frequentador daquela região e vendedor de frutas em uma banca na Asa Sul, José Vieira da Silva, 69 anos, morador de Águas Lindas (Goiás), conta que o cuidado com a higienização e descarte dos seus produtos é uma obrigação diária. “Eu deixo tudo limpinho antes de ir embora todos os dias”, afirma. “Sempre observo se não ficou lixo e nem água acumulada. Eu já tive dengue e tenho muito medo, por isso sou bem cuidadoso”.

Três dicas importantes 

  • Os locais escolhidos para o armazenamento de água e vasilhas usadas como bebedouros para animais domésticos devem ser limpos com escova e sabão
  • Recipientes para armazenamento de água deverão ser fechados com as tampas originais ou com uma tela de trama pequena ou tecidos de tramas fechadas, de forma a evitar o acesso do mosquito
  • As caixas d’água devem passar por limpeza regular e estar bem fechadas.