17/01/2020 às 19:23, atualizado em 17/01/2020 às 19:46

Santa Maria ganha campo de futebol sintético

Antes da obra, as “peladas” eram disputadas na QR 418/518 em chão de terra batida

Por Ary Filgueira, da Agência Brasília

Dona Cleonice comemora a construção da quadra de futebol e promete estender roupas no varal, agora, sem poeira. Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Todas as tardes, a diversão da dona de casa Cleonice Barbosa, 64 anos, é acompanhar o andamento da construção do campo de futebol sintético na frente da casa dela, no Conjunto F da QR 418 de Santa Maria. A obra, que está na fase final, trará dois benefícios para ela: acabar com a poeira e levar diversão para a neta Ketlen Vitória Barbosa, 7 anos.

Kleten, 7 anos, apaixonada por futebol, diz que vai jogar com os meninos do bairro. Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

A menina é apaixonada por futebol e já avisou que vai brincar “de bola” com os meninos, assim como já faz na escola. “Aqui era uma poeira danada. A gente sofria para estender roupa. Agora, está ótimo”, lembra a Cleonice.

O Campo Sintético de Santa Maria é uma obra executada pela empresa Terra Construtora e Incorporadora Ltda. e supervisionada pela Secretaria de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal. O custo do investimento foi de R$ 687.897,37. As dimensões da quadra são de 2.400m² e a construção começou em novembro do ano passado.

O custo do investimento foi de R$ 687.897,37 e a quadra de futebol tem 2.400m². Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Antes, as “peladas” dos “atletas” da QR 418/518 eram disputadas em chão de terra batida. Perigoso para a integridade dos jogadores, além do risco de contusão no joelho, devido ao desnível feito pela erosão, era “praticamente proibido cair ali”, sob a ameaça de escoriações leves.

Talvez por isso, a ocupação do campo era maciçamente de jovens e “atletas de ocasião”. Mas, depois que a grama sintética estiver assentada e entrar no lugar da terra, não apenas Ketlen, como os amigos Rodrigo Alves, 7, Manoel Júnior, 13, Wenderson Fernandes da Silva, 13, e Walysson, 15, serão presenças diárias na quadra. “Demorou. Vamos jogar todos os dias”, promete Manoel. “Vai ser muito legal”, emenda Wenderson.

Rodrigo Alves, 7, Manoel Júnior, 13, Wenderson Fernandes da Silva, 13, e Walysson, 15, serão presenças diárias na quadra de futebol. Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

“Meu pai foi um dos entusiastas desse campo sintético. A comunidade tem de usar mesmo”, afirma Rafael Kevin Santos, 17, balconista de farmácia e jogador do Força Jovem, time amador da QR 418.

O pai dele é José de Arimatéia, 35 anos, dono do estabelecimento onde Kevin trabalha e do time no qual o filho joga. A farmácia fica em frente ao campo e é de lá, também, que os dois acompanham cada benfeitoria realizada pela equipe da construtora, que, por enquanto, é a única autorizada a pisar na arena.

Que sejam jovens, homens ou mulheres, o fato é que o Campo Sintético da QR 418/518 será símbolo da união dos moradores da quadra. Porque, como bem diz a moradora Carleuza Pereira, 68 anos, foi-se o tempo em que o esporte bretão era praticado somente por homens.

As mulheres jogam mais bola que os homens”, compara a fã da craque da Seleção Brasileira de Futebol Feminino Marta.