10/03/2020 às 13:00, atualizado em 10/03/2020 às 14:55

Ademar, de mesa em mesa, servindo o brasiliense

Garçom de um dos bares mais tradicionais da capital, Ademar Lopes de Souza fez a vida na cidade e reclama quando dizem que o morador daqui não é cordial

Por Agência Brasília*

[Numeralha titulo_grande=”43″ texto=”dias para os 60 anos de Brasília” esquerda_direita_centro=”centro”]

Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade.

 

Ademar nasceu em Brasília, mas os pais voltaram para o Rio Grande do Norte quando ele tinha um ano. Assim, ele só foi registrado lá. Os pais voltaram em 1974. E, com eles, Ademar. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

“Aqui, no Beirute, todos os garçons conhecem os clientes pelo nome e os clientes também sabem os nomes dos garçons. Nossos fregueses são diferenciados, tratam a gente com carinho, mas, também, são atendidos com muita atenção. Quando chega um cliente antigo, os garçons falam entre si ‘chegou falando de tal’. E quando um garçom entra de férias, o cliente sente falta e pergunta por ele. Cada garçom tem a sua clientela.

Me enche de orgulho trabalhar em um lugar tão tradicional, que faz parte da história de Brasília e é conhecido até no exterior.

[Olho texto=”Hoje, não me imagino morando em outro lugar. Gosto do Rio Grande do Norte para passear, mas pra morar não tem outro lugar melhor: Brasília.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O clima aqui é diferente. Todo mundo fala com todo mundo, quem chega aqui dá bom dia, boa tarde e boa noite. E dizem que em Brasília as pessoas não se cumprimentam! Aqui não existe esse negócio. As pessoas que frequentam o bar são excelentes.

Vai fazer 21 anos que trabalho no Beirute. Meu pai veio para Brasília na época da construção, era candango, trabalhou nas obras.

Eu nasci aqui, mas meus pais voltaram para o Rio Grande do Norte quando eu tinha um ano e eu só fui registrado lá. Eles voltaram em 1974, eu era menor de idade e vim com eles. Hoje, não me imagino morando em outro lugar. Gosto do Rio Grande do Norte para passear, mas pra morar não tem outro lugar melhor: Brasília.

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Aqui me casei, formei família: tenho dois filhos e três netos, todos brasilienses. Moro em Santa Maria e Brasília é uma cidade muito boa. Temos uma paisagem linda, tanto por todo o verde, quanto pela arquitetura. As pessoas são legais, você tem uma condição melhor de trabalho.

A cidade, porém, cresceu demais, tem muita gente e muito carro. Brasília foi projetada para um tanto de pessoas e já ultrapassou esse limite. Pego o VLP para chegar em casa, ele tem faixa exclusiva. Fim de semana, que não tem trânsito, venho para o trabalho de carro.”

 

Ademar Lopes de Souza, 60 anos, garçom do Beirute, mora em Santa Maria

  • Depoimento concedido à jornalista Gizella Rodrigues