14/03/2020 às 17:08, atualizado em 14/03/2020 às 19:20

Corpo de Bombeiros vai atuar na detecção de casos suspeitos

Equipamentos de tecnologia avançada serão usados para monitorar temperatura de passageiros e verificar a qualidade do ar em terminais rodoviários e aeroporto

Por Renata Moura, da Agência Brasília

Cerca de 40 militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal estão escalados e preparados para atuar em terminais rodoviários e aeroportos na identificação de pessoas suspeitas de infecção do Covid-19. A operação, que deve iniciar nos próximos dias, contará com a ajuda de equipamentos de última geração capazes até mesmo de detectar se em um ambiente há ou não presença de pessoas que já adquiriram a doença.

A informação foi divulgada neste sábado (14), em coletiva à imprensa no Palácio do Buriti, quando oficiais da corporação fizeram a demonstração de parte dos trabalhos que pretendem desenvolver para ajudar no combate à proliferação do coronavirus.

Para ajudar na atuação, os militares contam com a ajuda de 20 câmeras térmicas; três aparelhos, que captam o ar e transformam em amostras para análise, chamados Coriolis; e outros dois equipamentos, denominados Veredos, destinados a confirmar a presença do vírus Covid-19. “É uma frente de enfrentamento em conjunto para mitigar a propagação do Covid, que vai desde o monitoramento, triagem e exame de detecção para o encaminhamento ao isolamento”, informou o coronel Gean Carlo Pedroso. 

“Queremos evitar que o vírus se alastre pela nossa cidade ainda nas portas de entradas”, informou o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres. Segundo ele, o Corpo de Bombeiros pretende atuar principalmente no aeroporto, rodoviária do Plano Piloto e ainda na Rodoviária Interestadual. “Mas se houver necessidades, vamos destacar equipes para as rodovias também”, completou.

Equipamentos

Um dos equipamentos que serão utilizados pelo Corpo de Bombeiros é o Coriolis. Adquirido em 2014, durante a Copa do Mundo, ele é capaz de analisar a qualidade do ar do ambiente. Ao ser instalado, o maquinário suga as partículas de ar por até 20 minutos. Após isso, a amostra é armazenada em um recipiente de 20 mililitros. Em seguida, é misturada em um reagente contido em outra máquina, chamada por Veredus.

Esta, por sua vez, é mais complexa e igualmente precisa. Utiliza um chip, que faz a análise da amostra capturada em até duas horas. “Todos são equipamentos já com protocolos de utilização e testados com sucesso em Singapura, HongKong e Taiwan”, confirma a chefe da comunicação do Corpo de Bombeiro, major Lorena Athaydes.

Os Corpo de Bombeiros também tem 20 câmeras térmicas que serão utilizadas para aferir a temperatura das pessoas ainda na aeronave e no ônibus ou, até mesmo, no embarque e desembarque dos aeroportos ou terminais de ônibus.

“Faremos uma análise de comparativo de temperatura a partir de um indivíduo saudável”, explica a major. “Nem todas as pessoas que têm o vírus possuem características como a tosse. Por isto, a temperatura pode ajudar ainda no início do estágio infeccioso”, prevê.

Além do equipamento, a corporação terá ainda oito ambulâncias equipadas e com especialistas em produtos perigosos. Duas ficarão fixas no Aeroporto Internacional e seis em pontos estratégicos do Distrito Federal.