16/03/2020 às 15:10, atualizado em 17/03/2020 às 20:04

Agentes de saúde iniciam aulas práticas de combate ao Aedes

Contratados para reforçar o combate à dengue, profissionais aprendem como fazer inspeções em domicílios

Por Agência Brasília *

Novos agentes foram divididos em grupos de 15, sob supervisão de um agente da Vigilância Ambiental mais antigo | Foto: Geovana Albuquerque / Secretaria de Saúde

As atividades práticas dos 261 novos agentes comunitários de saúde (ACSs) e da Vigilância Ambiental (AVAs) começaram nesta segunda (16) e vão até sexta-feira (20). O treinamento agora é nas ruas do Distrito Federal, com inspeções domiciliares em vários pontos do DF. Tudo isso com o objetivo de reforçar as ações de combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Os novos agentes foram divididos em grupos de 15, sob supervisão de um agente da Vigilância Ambiental mais antigo. Além de explicar todo o processo de identificação dos focos do Aedes aegypti, o supervisor mostrou cada material utilizado e a maneira correta de se identificar, adentrar residências e preencher boletins epidemiológicos.

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“A metodologia será a teoria aliada à prática. Cada agente nosso adentrará a casa e mostrará como se coleta, porque se coleta, como se educa o morador, o que se fala e como se preenchem os boletins. A previsão é de que a prática tenha duração de uma semana. A ideia é que daqui a uma semana e meia, no máximo, esses agentes já estejam preparados para estarem cobrindo áreas que, até então, não estavam sendo feitas”, explica o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero.

De acordo com o subsecretário, foi feita uma otimização de necessidade de capacitação aliada a indicadores epidêmicos. Com isso, os novos agentes já estão em treinamento nas áreas onde há casos prováveis ou em que há alta incidência vetorial do Aedes aegypti.

Treinamento em Vicente Pires

José Aparecido Miranda, agente de Vigilância Ambiental e supervisor de um dos grupos em Vicente Pires, informou que todos os dias as equipes inspecionam uma média de 20 a 25 moradias. Durante a visita em cada casa ele orienta dois novos agentes, explicando a maneira correta de se identificar, adentrar as residências e vistoriar os pontos que podem ser foco do mosquito da dengue.

Para Helenice Macedo, moradora de uma das residências vistoriadas em Vicente Pires, as visitas da Vigilância Ambiental são de extrema importância no combate à dengue. “Eu tomo todos os cuidados indicados. Não deixo juntar água nos vasos das minhas plantas, limpo a piscina 1 vez por semana e a deixo sempre coberta. Além disso, tenho o costume de jogar água sanitária dentro dos ralos. Mas, o problema é que nem todo mundo faz isso e se previne”, relata a moradora.

Ivone Silva, nova agente comunitária de saúde, está gostando muito do treinamento in loco. “As inspeções nos domicílios aliam a teoria aprendida no curso com a prática que iremos vivenciar no dia a dia. É um trabalho tranquilo, que daria para vistoriar até mais imóveis em um dia, mas se todos os moradores nos recebessem. Infelizmente nem todos colaboram”, avalia.

Emergência

Em 24 de janeiro, o Governo do Distrito Federal declarou situação de emergência na saúde pública, pelo prazo de 180 dias, em razão do risco de epidemia por doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya).

A situação de emergência veio por meio de decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha e prevê a adoção de medidas administrativas para conter a possível epidemia. O decreto tem como objetivo agilizar a aquisição de insumos e produtos e também de serviços e pessoal, respeitando-se a legislação vigente.

Em razão do decreto houve a necessidade de contratação de agentes de saúde, por processo seletivo. Foram oferecidas 600 vagas, das quais 300 para agentes de vigilância ambiental e a outra metade para agentes de vigilância em saúde.

 

* Com informações da Secretaria de Saúde