08/06/2020 às 18:24

Professores da rede pública se preparam para retorno on-line das aulas

O ano letivo recomeça dia 29 de junho para todos os alunos da rede e com cobrança de presença

Por Agência Brasília* | Edição: Isabel De Agostini

Nesta segunda-feira os professores da rede pública voltaram às salas de aula, desta vez, para aprender. As salas eram virtuais. Como no dia 29 de junho o ano letivo será retomado com aulas mediadas valendo frequência, os docentes têm esta semana, até a sexta-feira, (12), para participarem de formações sobre o Google Sala de Aula feitas pela Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape). De 15 a 19 eles vão produzir conteúdos virtuais para postagem no novo ambiente de trabalho, nas turmas on-line.

A ideia é que todos estejam prontos para o retorno definitivo dos estudantes, no dia 29 de junho. Até lá, a Eape vai disponibilizar conteúdo. De 22 a 26 de junho, os estudantes da rede vão poder entrar na plataforma para se ambientarem às novas salas de aula, ainda sem aferição dos dias letivos.

Qualificar para somar

Para cerca de 30 mil professores efetivos e temporários que voltaram na última sexta-feira, hoje foi um dia para investir em novos conhecimentos. A professora de matemática e ciências do CEF 3 de Brasília, Keissy Layane Alcântara, vai aproveitar o curso da Eape G Suíte – ferramentas do Google para a educação. Na própria plataforma os professores podem encontrar exercícios das formações postados pela Eape, materiais de apoio e vídeos explicativos. No caso do curso escolhido por ela, duas lives também estão marcadas para a próxima quarta-feira, dia 10.

Além do G Suíte, a Eape vai oferecer outros cursos, como produção de material didático – práticas sociais, design e proposta metodológica, com encontros virtuais ao vivo nos dias 8, 9, 10 e 12 de junho, às 14h ou às 20h, e o Moodle on-line – atividades na plataforma, com atividades virtuais ao vivo nos dias 10 e 12 de junho, às 11h, 17h ou 19h.

Conexão diária

Na última sexta-feira (5), Keissy e os demais professores da rede pública já haviam retomado contato com os gestores das escolas. Foram realizadas videoconferências para planejar o futuro das salas de aula virtuais. “A videoconferência contou com 100% dos professores da escola. Achei interessante, porque sempre há alguma eventualidade e algum professor precisa se ausentar nas coordenações. Mas nosso retorno foi acolhedor. Em quase uma hora de videoconferência explicaram que nossos encontros on-line serão três vezes na semana, nossas atividades deverão ser registradas em relatórios diários via SEI e que a Secretaria de Educação será rigorosa na aferição da presença e participação de cada professor no Google Sala de Aula”, detalhou.

Aulas recomeçam de forma on-line dia 29 de junho. Fotos: Divulgação

Dedicação

Keissy já vinha acessando a plataforma há mais tempo. Além disso, ela fez um planejamento para utilizar as redes sociais, para que nenhum aluno fique em dúvida. Surgiu, então, os Sem Dúvidas, grupos de WhatsApp comandados pela docente, com 100% de presença dos alunos das turmas do 8º e do 9º anos. Até os pais e responsáveis são adicionados e podem se comunicar durante a aprendizagem. No grupo do 8º ano, 20 estudantes estão conectados, no do 9º ano, 96.

“Tudo isso é prova de que o bom aluno vai atrás do conhecimento”, ressaltou a professora, contando que os meios digitais abriram caminhos para os estudantes que antes tinham vergonha de perguntar sobre suas dúvidas e hoje, protegidos no ambiente on-line, se sentem à vontade para fazer questionamentos.

“Eu resolvi colocar em prática logo no começo. Assim que foram anunciados os primeiros cinco dias de isolamento resolvi trabalhar com a extensão da sala de aula no WhatsApp e com o Google Sala de Aula. Como alguns estudantes já tinham intimidade, facilitou o trabalho, mas com outros foi preciso ir aos poucos”, contou.

A plataforma foi um meio facilitador para o caso de alunos sem celular. Ela contou que uma das mães a procurou pedindo uma adaptação, já que o filho não teria acesso às redes sociais, mas poderia utilizar o computador para os estudos. “Foi aí que eu pensei: poxa, o Google Sala de Aula então vai ser show de bola”, disse.

Primeiro, ela abriu turmas na plataforma por conta própria e aprendeu a mexer por curiosidade. Os materiais que foram postados pela professora serão migrados para as novas turmas separadas pela direção da escola no Google Sala de Aula, onde já foram postados conteúdos pela Secretaria de Educação para até duas semanas.

 

* Com informações Secretaria de Educação