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16/06/2020 às 14:30, atualizado em 16/06/2020 às 16:21
Campanhas fazem referência a cuidados e informações sobre leucemias, anemias e estimulam doações
Anemia e leucemia são doenças preocupantes e ambas têm o sangue como protagonista. Discutir o assunto, os cuidados e as informações sobre o tema é o objetivo da campanha Junho Laranja, que incentiva um diagnóstico correto e precoce dessas enfermidades e, também, Junho Vermelho, que estimula as doações de sangue.
[Numeralha titulo_grande=”380″ texto=”É o número de pacientes com leucemia acompanhados no HB” esquerda_direita_centro=”direita”]
No DF, o Hospital de Base (HB) é referência no tratamento das doenças onco-hematológicas, como leucemias. O Serviço de Hematologia atende cerca de 380 pessoas com os mais diversos tipos de patologia. É onde elas fazem acompanhamento médico, recebem medicamentos e eventualmente são internados. O mês é usado para chamar a atenção da doença e o Palácio do Buriti está entre os monumentos iluminados de laranja.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta que mais 220 novos casos de leucemia sejam descobertos neste ano no DF – e 11 mil em todo o país. Referência Técnica Distrital em Hematologia da Secretaria de Saúde (SES-DF), o médico Marcelo Freitas explica que a porta de entrada para o diagnóstico são as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os pronto-socorros dos hospitais.
“O paciente com quadro mais grave, de leucemia, chega com um dos três principais sintomas da doença – infecção, sangramento ou anemia. Ele é referenciado a um dos hospitais regionais, onde há hematologistas para realização dos exames necessários, como de medula, biópsia ou análise de lâmina”, explica o médico.
Uma vez diagnosticado ou com forte suspeita, a pessoa é encaminhada ao HB, onde são feitos exames mais complexos e inicia-se tratamento. O Hospital Universitário de Brasília (HUB) também atua, com menor expressividade. A anemia, também lembrada neste mês, tem vários tipos e pode ser sintoma da leucemia, mas não é certo dizer que uma evolui para outra.
Câncer na medula óssea
Chefe do Serviço de Hematologia e Hemoterapia do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), Miriam Scaggion explica que a leucemia é um tipo de câncer que ocorre na medula óssea, no interior de alguns ossos, onde são produzidos os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.
Nessa enfermidade, há grande quantidade de glóbulos brancos doentes, ou imaturos, que ficam impossibilitados de executar sua função normal – defender o organismo. De acordo com a médica, há vários tipos de leucemias, cada tipo é considerado uma doença distinta, com tratamento e evolução diferentes.
“Para que haja um diagnóstico precoce, é muito importante a realização de exames periódicos pela população”, avisa a médica. As causas da doença ainda permanecem desconhecidas, mas sabe-se que o contato com produtos químicos, cigarro, inseticidas e derivados do benzeno podem contribuir para o aparecimento da doença.
[Olho texto=”Para que haja um diagnóstico precoce, é muito importante a realização de exames periódicos pela população” assinatura=”Miriam Scaggion, Chefe do Serviço de Hematologia e Hemoterapia do Iges-DF” esquerda_direita_centro=”direita”]
O médico Marcelo Freitas diz que o tratamento padrão envolve quimioterapia, mas, em alguns casos, a chance de cura é o transplante de medula óssea. De acordo com o Inca, o doador ideal (irmão compatível) só é encontrado em 25% das famílias brasileiras.
Quando não há parente apto, é preciso identificar um doador alternativo a partir dos registros voluntários e a chance de compatibilidade é de uma em cada 100 mil pessoas, em média. A Fundação Hemocentro de Brasília cadastra de novos doadores. Suspenso por conta da pandemia, o serviço foi retomado em oito de junho.
Antes da pandemia, o Hemocentro atendia, em média, cerca de 500 voluntários por mês. Em 2019, esse índice foi de 600 pessoas cadastradas por mês como doadoras voluntárias de medula óssea.
De acordo com o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) do Inca, há 63.645 residentes do DF cadastrados. Em todo o Brasil, são mais de cinco milhões de pessoas registradas.
Doação de sangue
Junho também é vermelho, como sangue, para incentivar a doação. É um mês dedicado à conscientização da importância do ato, especialmente na pandemia do novo coronavírus. Nesta semana foi celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue (14 de junho).
“A transfusão tem papel fundamental no tratamento de doenças, como algumas anemias, e é importante o incentivo especialmente nesse momento difícil”, aponta Freitas.
[Olho texto=”A transfusão (de sangue) tem papel fundamental no tratamento de doenças, como algumas anemias, e é importante o incentivo” assinatura=”Marcelo Freitas, Referência Técnica Distrital em Hematologia da Secretaria de Saúde ” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Segundo a Fundação Hemocentro de Brasília, o movimento de doadores de sangue diminuiu 20% desde 1º de junho. A média entre março e maio foi de 150 bolsas coletadas por dia. No entanto, junho tem registrado queda no número de atendimentos – o índice está em 120 doações diárias até o último dia 15.
Já a demanda por unidades de sangue aumentou cerca de 30% neste mês, principalmente devido a transplantes. O agendamento é obrigatório para evitar aglomerações e o horário de atendimento não foi alterado – o Hemocentro abre de segunda a sábado (exceto feriados), das 7h às 18h.