24/06/2020 às 10:26, atualizado em 24/06/2020 às 17:55

Avançam obras nas tesourinhas do Plano Piloto

Sem manutenção há seis décadas, estruturas viárias da Asa Sul e da Asa Norte passam por minucioso trabalho de recuperação, a ser concluído em breve

Por Gizella Rodrigues, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

Divididos em etapas, os trabalhos prosseguem e serão concluídos em tempo hábil | Fotos: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

O GDF segue com a reforma das tesourinhas das Asas Sul e Norte, em obras que abrangem os 96 acessos viários às superquadras e ao comércio local do Plano Piloto. As intervenções na estrutura no conjunto de tesourinhas das quadras 3/4 da Asa Sul estão concluídas.

Na terça-feira (23), a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) concluiu o trabalho nesses locais. O trânsito deve ser liberado nos próximos dias, assim que o Detran-DF sinalizar as vias. Nos demais trechos, as obras seguem com pelo menos 90% de conclusão.

O trabalho a ser executado foi dividido em quatro etapas, com o fechamento de quatro tesourinhas de cada vez – duas na Asa Sul e duas na Asa Norte. A restauração começou em novembro do ano passado nas quadras de finais 7/8 e 15/16 da Asa Norte e 3/4 e 15/16 da Asa Sul.

Asa Norte

Na Asa Norte, as obras seguem de acordo com o cronograma inicialmente estabelecido. A empresa licitada para executar a reforma está concluindo a segunda etapa, o conjunto das quadras 5/6 e 11/12. Com a estrutura recuperada em 90%, quando a empresa terminar sua parte, a obra entra na fase de urbanização. Depois disso, o trânsito é liberado.

Essa etapa, que demanda de sete a dez dias, inclui recapeamento no asfalto, replantio de grama nas partes danificadas, limpeza das bocas de lobo, pintura e recuperação dos meios-fios e pintura de nova sinalização. Assim, nas próximas semanas, a empresa responsável pela recuperação estrutural assume as tesourinhas das quadras 3/4 e 13/14, a terceira etapa do trabalho.

Asa Sul

Já na Asa Sul, as tesourinhas eram revestidas por tijolos vermelhos, o que acabou escondendo o real estado de conservação do concreto. Durante a retirada do revestimento, os operários descobriram que havia mais reparos a serem feitos.

“A estrutura de aço estava mais danificada que imaginávamos”, relata o chefe do Departamento de Edificações da Novacap, Luciano Humberto de Sousa. Ele conta que as tesourinhas nunca tinham sido reformadas em 60 anos, tempo ao longo do qual muitas delas nem sequer passaram por manutenção.

 Estrutura comprometida

Assim, nenhum conjunto de tesourinhas da Asa Sul pôde ser liberado para a passagem de carros até agora. A obra das quadras 3/4 acaba de ficar pronta e o conjunto da 15/16 Sul está com 95% de conclusão, devendo ser reaberto em breve, após a urbanização. A empresa já começou as obras das quadras de finais 7/8 Sul, a etapa seguinte da reforma.

Como já havia três conjuntos de tesourinhas interditados na Asa Sul, a Novacap, após consultar o Detran, decidiu não fechar as tesourinhas da 13/14, que seriam as próximas a passar por reparos, de acordo com o cronograma, para não atrapalhar o trânsito.

Foco na segurança

Assim que o trânsito da 3/4 for reaberto, as equipes da 15/16 levarão os tapumes que protegem o canteiro de obras para a 13/14 Sul e apenas duas tesourinhas na Asa Sul ficarão fechadas, conforme o planejamento inicial feito pela Novacap.

Quem circula diariamente pelos eixos W e L e precisa passar sob as tesourinhas para acessar as quadras do Plano Piloto não esconde o medo de as estruturas desabarem. “Brasília está ficando velha; não faz sentido um viaduto nunca ter sido reformado”, aponta o taxista Ronaldo Francisco da Silva, 55 anos. “Não gosto de ficar parado embaixo da Rodoviária”.

Ronaldo da Silva: “Brasília está ficando velha; não faz sentido um viaduto nunca ter sido reformado”

Frederico Martins, 40 anos, mora na 412 Sul e também é motorista de aplicativo. Assim, circula constantemente entre as Asas Sul e Norte. Ele disse que os motoristas precisaram enfrentar trânsito lento por causa das obras, mas considera que a reforma é mais importante. “É uma questão de segurança”, conclui.