17/07/2020 às 14:31, atualizado em 17/07/2020 às 20:00

Cobertores e cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade

Cães e gatos de rua também ganharam doações de ração

Por Lúcio Flávio, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília

Numa manhã que registrou 12ºC de frio na capital do País, a entrega de cobertores nesta sexta-feira (17), na “Vila dos Carroceiros”, região carente de Santa Maria, aqueceu os moradores da região.

Marinalva da Cruz Oliveira, 50 anos, aguardava ansiosa, na fila, para pegar os seus. “O frio começou com força esse ano, ainda bem que não esqueceram da gente”, agradeceu ela, mãe de dois filhos.

Ao todo, foram doadas pela equipe da Defesa Civil do DF quase 170 peças, repassados pela Subchefia de Políticas Sociais e Primeira Infância, um dos vários órgãos do GDF que fazem parte do Comitê de Emergência Covid-19, grupo de trabalho criado para amenizar o sofrimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

“As doações foram recebidas ontem (16) e hoje (17), no primeiro horário, já estavam sendo entregues para aqueles que mais precisam. Quem tem fome e frio tem pressa”, destaca Anucha Soares, titular da subchefia.

Os preparativos para a entregas de cestas básicas e cobertores para quatro regiões administrativa do DF – Santa Maria, Candangolândia, São Sebastião e Jardim Botânico – envolveram cinco viaturas do Corpo de Bombeiros e duas caminhonetes da Defesa Civil. Logo cedo, onze agentes do órgão que fica localizado no Setor de Industria e Abastecimento (SIA), estavam carregando os carros com os mantimentos e as mantas. Cães e gatos de rua também foram lembrados e ganharam rações.

“É uma demanda que tem também, a gente se preocupa até com os animais”, comentou o tenente-coronel, Claiton Medeiros Rodrigues, interinamente responsável pela coordenação de operações da Defesa Civil. “A ação humanitária é um dever da Defesa Civil, está presente dentro das competências do órgão, e nos prestamos esse serviço com o maior carinho e dedicação”, destacou.

Logística da caridade

Cerca de 180 cestas básicas doadas ao Comitê de Emergência Covid-19, pela iniciativa privada e sociedade civil, foram entregues para moradores cadastrados no Centro de Referência e Assistência Social do DF. Hoje (17), as doações foram feitas em endereços de São Sebastião, Candangolândia e Jardim Botânico. Os donativos do GDF, que acontecem todas as semanas, não são feitos de forma aleatória. Há toda uma logística por trás, para que essas boas ações aconteçam.

“Primeiro aquela família que se acha necessitada tem que fazer um cadastro na administração regional, após avaliação do comitê de emergência do governo, é que recebemos as listas com os endereços e dados da pessoa beneficiada”, explica o tenente-coronel, Claiton Rodrigues. “Temos um controle interno para demonstrar que todo material que está sendo doado chega ao seu destino. Para nós é uma honra estar atendendo a população do DF, principalmente os que mais necessitam”, diz, orgulhoso.

Mas a principal entrega do dia mesmo foram os cobertores em Santa Maria. Os moradores da “Vila dos Carroceiros” estavam apreensivos e já esperavam no local marcado, antes mesmo das duas viaturas da Defesa Civil chegarem. Com mais de 20 anos de existência, a região, bastante pobre, tem cerca de 300 moradores e ganhou esse nome porque, no início, era um loteamento doado pela administração à categoria.

Estamos muito felizes com essa entrega, porque é uma comunidade que se sente esquecida pela sociedade”, contou Francinete Rodrigues. Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

“Mas muitos não valorizaram, e venderam os seus lotes, hoje mesmo, se existir uns dez carroceiros aqui é muito”, revelou Francinete da Costa Rodrigues, 40 anos, a líder comunitária da região. “Estamos muito felizes com essa entrega, porque é uma comunidade que se sente esquecida pela sociedade”, lamentou.

“Foi uma boa ideia do governo, é uma iniciativa que tem que ter mais vezes por aqui”, disse Valda Maria. Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília

Com três filhos para criar numa casinha de madeira, bem frágil ao rigoroso frio do inverno, Valda Maria Ferreira, 48 anos, também esboçou gratidão. “Foi uma boa ideia do governo, é uma iniciativa que tem que ter mais vezes por aqui”, comentou.