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24/07/2020 às 10:54, atualizado em 24/07/2020 às 11:07
Policiamento Vizinhança estabelece comunicação entre blocos ao desenvolver trabalho preventivo à criminalidade no Plano Piloto
Há 35 anos na portaria do bloco J da 313 Sul, Genilson Bertoldo da Conceição, de 52 anos, passa a contar com um aliado na sua função: um radiocomunicador que o coloca em contato com os outros porteiros e síndicos da superquadra residencial.
Sob treinamento e coordenação do 1º Batalhão da Polícia Militar do DF, Genilson e seus colegas agora fazem parte do Policiamento Vizinhança. Em vigor na Asa Sul desde o início deste mês, o projeto é elaborado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio da PM, em parceria com a comunidade.
O Policiamento Vizinhança é baseado em três pilares: aproximar a comunidade da Polícia Militar, integrar os moradores por meio de uma rede de comunicação e protegê-los. Com radiocomunicadores ligados 24 horas por dia, os porteiros e os síndicos dos 11 blocos podem falar entre si, comunicar movimentos estranhos e, no caso de identificá-los, avisar imediatamente a PM em um grupo de WhatsApp.
“Os porteiros funcionam como uma câmera viva da PM”, explica o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, major Kotama. “Nós os treinamos para não reagirem nem se exporem ao perigo. Essa missão é nossa, por meio do repasse de informações fornecidas às nossas equipes de segurança”. Ele lembra que o policiamento já existe, mas agora ganha reforço com o projeto.
Técnicas de observação
A primeira etapa do trabalho é feita por uma equipe de policiais que repassa aos agentes de portaria conhecimentos de observação, memorização e descrição – técnicas que ajudarão a PM na prevenção e na intervenção em algum crime. Há uma apostila com instruções, assim como um folder com informações básicas sobre o programa. Depois de instruídos, os porteiros recebem acompanhamento das equipes.
Programas semelhantes já existem na cidade, como o Rede de Vizinhos Protegidos do Lago Norte e um desenvolvido com proprietários de chácaras e fazendas das áreas rurais do DF. De acordo com o major Kotama, a comunidade da Asa Sul tem particularidades que merecem ser exploradas. “São moradores antigos, com casos de porteiros que estão há muitos anos na função e conhecem bem as rotinas de quem circula por lá, seja morador, seja visitante e até prestadores de serviços”.
“Juntos podemos muito”
Presidente do Sindicato dos Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) e síndico do bloco A da 313 Sul há nove anos, Antônio Carlos Paiva é um dos entusiastas do projeto. Sua expectativa é que aumente a segurança dos moradores – que enfrentam problemas como roubo de carros e furtos de rodas de veículos. “É um sonho ter uma ligação mais próxima com a Polícia Militar”, diz. “Os órgãos públicos sozinhos não podem tudo, mas nós todos juntos podemos muito”.
[Olho texto=”“É um sonho ter uma ligação mais próxima com a Polícia Militar. Os órgãos públicos sozinhos não podem tudo, mas nós todos juntos podemos muito”” assinatura=”Antônio Carlos Paiva, presidente do Sindicondomínio” esquerda_direita_centro=”centro”]
Com experiência de mais de 30 anos na portaria do bloco J, o porteiro Genilson está satisfeito com as novas técnicas que aprendeu – e com seus novos instrumentos de trabalho. Para ele, poder se comunicar com seus colegas de quadra já é um ganho. “Estamos todos os dias aqui, cada um no seu posto, e nem nos conhecíamos”, conta.
Morador antigo no bloco, o síndico Pedro Félix, de 73 anos, está há poucos meses na função, mas reside por lá há duas décadas. Aposentado, ele comemora a possibilidade de entrosamento entre os vizinhos e com a PM em prol da segurança. “É também uma maneira de ter amizade com todos, de ninguém ter medo de ninguém e ainda ter a confiança da polícia”, destaca.
Novas quadras
O projeto piloto implementado na Superquadra Sul 313 já está em fase de expansão: será também levado para as superquadras 402 e 109. A servidora pública Gabriela Frota, de 34 anos, é síndica em um bloco da 402, localizada na área central da cidade. Com grande movimentação de pedestres, os moradores enfrentam, muitas vezes, problemas com usuários e traficantes tráfico de drogas.
“Estamos seguindo todas as orientações repassadas pela PM e cheios de expectativas, só aguardando a chegada dos equipamentos de segurança que adquirimos”, informa. Assim como ela, demais síndicos interessados em incluir suas quadras no Policiamento Vizinhança podem entrar em contato com o 1º Batalhão da Polícia Militar pelo telefone (61) 3190.0100.