11/08/2020 às 17:37, atualizado em 12/08/2020 às 13:22

Encontros on-line aproximam idosos em meio à pandemia

Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos em Taguatinga promove bate-papo semanal com usuários para que possam manter o vínculo da amizade

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

Conversar, falar do dia a dia, repassar informações sobre benefícios sociais. São assim os encontros on-line com os idosos que frequentam o Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Bernardo Sayão, em Taguatinga Norte. Por meio de um aplicativo que faz reuniões pela internet, os profissionais da unidade coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) promovem encontros às sextas-feiras entre os usuários, a maioria deles mulheres, para um bate-papo, onde eles ficam à vontade para falar sobre o que quiserem e contar como estão passando os dias de isolamento social em razão da pandemia da Covid-19.

“Conversamos sobre os cuidados que temos que ter, algum acontecimento bom, ou problema de família. Nós rimos, contamos piada, temos até uma proposta de ler uma poesia. É bom para rever as colegas, ver que está todo mundo bem. Tem sido uma experiência ótima”, relata Maria Vanusa Matos Conceição, de 70 anos, que frequenta a unidade há dez anos e participou de dois encontros on-line. Cerca de 20 idosos participaram das reuniões, todos acima de 60 anos de idade.

Moradora da M Norte, Maria Vanusa fala com entusiasmo da oportunidade de usar a tecnologia para participar dos encontros. “Eu sou catequista, já faço encontro on-line toda semana com meus alunos da paróquia. Também faço parte de outro grupo. Já fiz até uma live” conta.

Localizado na QNM 36/38, AE Setor M Norte, o Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Bernardo Sayão atende de 80 a 90 idosos com frequência. A unidade está com as reuniões presenciais suspensas desde março como medida de prevenção contra disseminação do novo coronavírus. Então, essa foi a forma que o chefe do Centro de Convivência André de Paula e o educador social Eser Avelino encontraram para manter a proximidade entre os idosos.

“Nós sentimos a necessidade de fazer algo além do atendimento telefônico que já realizamos nesses meses de pandemia, já que, como a demanda é grande, as ligações ficam muito distantes uma da outra. Essa foi a maneira que nós conseguimos para ficar mais próximos delas em um espaço de tempo menor”, relata André de Paula. “São conversas do cotidiano para manter a sanidade mental delas. O mais legal que nós vimos foi o vínculo fortalecido, ver que o vínculo criado dentro do Centro de Convivência foi bem feito, e que se mantém forte mesmo com distanciamento”.

Chefe do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Bernardo Sayão, André de Paula explica que já foram realizadas duas reuniões nessa modalidade on-line. Neste primeiro momento, segundo ele, a intenção é fazer um contato mais informal, sem um caráter técnico, para mostrar que a equipe está disponível.

“Nós falamos sobre tudo, desde benefícios que elas podem acessar, alguma pendência que esteja além dos atendimentos remotos que nós já fazemos na unidade. Mas o principal é o bate-papo. A ideia é aquecer o coração delas, fazer com que elas retomem o contato com as pessoas que eram do cotidiano delas”, destaca.

[Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”]

Os adultos e idosos atendidos no local são referenciados no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da região. André de Paula reitera que os profissionais da unidade buscam dar suporte para aqueles idosos que têm dificuldade em acessar a internet. “Nós colocamos o link das reuniões da semana no grupo de Whatsapp criado para atender os usuários durante a pandemia da Covid-19. Elas entram lá, vão aprendendo a utilizar a ferramenta. Muitas já usavam. Aquelas que sentem mais dificuldade, nós vamos ajudando”.

A secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, afirma que a iniciativa pode servir de modelo para outras unidades. “O trabalho feito pela unidade Bernardo Sayão já se tornou uma referência   positiva neste período de pandemia, e outras equipes podem se inspirar e formar novos grupos, promovendo, assim, a qualidade de vida e de atenção à saúde mental, emocional e física desses idosos”, enfatiza.

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social