22/09/2020 às 19:47, atualizado em 23/09/2020 às 17:19

Combate a entulhos e escorpiões

Vigilância Ambiental acompanha ações do GDF Presente e coleta animais peçonhentos; população pode ajudar descartando lixo nos locais corretos

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

Bocas de lobo no Noroeste foram revistadas | Foto: divulgação

Foi um susto quando a equipe do GDF Presente remexeu, com uma retroescavadeira, o entulho descartado irregularmente em Sobradinho.

Além da sujeira provocada pelo acúmulo de lixo, ratos, baratas e escorpiões saíram em busca de abrigos nas casas próximas do terreno baldio que a população fazia de lixão.

Os animais, principalmente os peçonhentos, são um dos problemas encontrados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na limpeza das regiões administrativas, o que muitas vezes requer o suporte da Vigilância Ambiental nas remoções diárias feitas pelas cidades.

Na desobstrução e lavagem das bocas de lobo os problemas se repetem. Como restos de comida e embalagem acabam sendo jogados nas caixas que deveriam receber apenas as águas das chuvas, baratas se acumulam e atraem escorpiões – que se alimentam desses insetos. Resultado: na última semana, a equipe do GDF Presente encontrou dez escorpiões em dois dias de limpeza das bocas de lobo da W3 Norte.

“Infelizmente, ainda temos muito descarte de todo tipo de resíduo pelas ruas do DF, lamenta a administradora do Plano Piloto, Ilka Teodoro. Segundo ela, o governo tem reforçado ações de conscientização, seja por meio das redes sociais ou em reuniões frequentes junto às prefeituras comunitárias. “Fazemos uma série de ações para estimular o descarte adequado do lixo, mas precisamos cada vez mais da participação dos moradores nessa luta”, afirma.

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A espécie característica e proeminente na região do Cerrado é o Tityus Serrulatus, ou escorpião amarelo. Chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental Norte, Ozenilde Miranda acompanhou uma operação de limpeza de bocas de lobo no Setor Noroeste. Na ocasião não foram encontrados os animais, mas quando os técnicos os identificam, fazem a coleta e os levam para análise de laboratório.

“O veneno dessa espécie é grave e é o tipo mais comum aqui no DF”, conta ela, ao lembrar que o período de início das chuvas é o mais crítico para o surgimento desses bichos. Ao fugir das águas, eles saem das galerias onde se escondem para se alimentar das baratas o que requer da população cuidado redobrado em casa. “Manter frestas vedadas, caixas de tomadas tampadas e manter os ambientes limpos é um meio de inibir a presença deles.”

Não há veneno contra escorpiões e aqueles jogados para matar os insetos, como baratas, apenas os espantam e os fazem migrar de ambientes. Além de auxiliar o GDF Presente na limpeza da cidade, a Vigilância Ambiental atende demandas da população feitas na Ouvidoria do governo. Ceilândia, Vicente Pires e o Núcleo Bandeirante foram as regiões administrativas que mais solicitaram inspeções residenciais entre janeiro de 2019 e 18 de setembro de 2020. Plano Piloto, Samambaia, Águas Claras e Planaltina vêm empatados na sequência.

Michelle Peçanha chefia o núcleo de Vigilância Ambiental de Planaltina e lembra que os escorpiões estão no habitat natural deles, invadido pelas construções. Na natureza, eles se alimentam de insetos, mas em áreas urbanas comem baratas para se adaptar às alterações de espaço. “Por isso é importante que as pessoas não acumulem coisas em casa, inclusive materiais de construção.”