07/10/2020 às 21:02, atualizado em 08/10/2020 às 08:12

Alojamentos provisórios por mais 90 dias

Governo garante que acomodações para pessoas em situação de rua sigam funcionando até o início do ano que vem, no Autódromo e em Ceilândia

Por Flávio Botelho, da Agência Brasília | Edição: Renata Lu

| Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O GDF prorrogou por mais 90 dias o contrato com a organização sem fins lucrativos responsável pelo alojamento provisório montado no Autódromo Internacional de Brasília para acolher pessoas em situação de rua durante a pandemia do novo coronavírus. O termo de prorrogação foi publicado na edição desta quarta (7) do Diário Oficial do Distrito Federal.

O novo acordo entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e o Instituto Tocar, responsável pelo acolhimento no Autódromo, começou a valer no último dia 4 e vai até 1º de janeiro de 2021. O alojamento provisório já havia recebido uma primeira prorrogação de contrato em julho. A extensão do contrato com o Instituto Mãos Solidárias, responsável pelo alojamento temporário de Ceilândia, está prestes a ser finalizada.

| Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Montado para proteger a população em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia, o alojamento do Autódromo vem cumprindo seu papel com louvor: até o momento, nenhum caso de contaminação in loco por Covid-19 foi registrado no local em seis meses de operação. O abrigo começou a operar em abril, tem capacidade para atender até 200 pessoas e, desde o início da operação, acolheu 792 pessoas em situação de rua.

A secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, comemorou a prorrogação dos trabalhos no alojamento do Autódromo e reforçou a importância dele para o trabalho realizado pela pasta. “A renovação do contrato mostra o compromisso em atender a nossa população de rua com respeito e garantia de direito. No local estão sendo realizadas atividades que trabalham a autonomia dos acolhidos, são oficinas de capacitações, cursos de artes, grafite, como também as aulas de português e outros cursos”, destaca.

| Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Os alojamentos acolhem pessoas em situação de rua para evitar que elas fiquem expostas à disseminação do novo coronavírus e funcionam como uma espécie de refúgio para os abrigados. No local, cada acolhido ou acolhida têm cama, armário, banheiro, lugar para tomar banho, lavar a roupa, fazer as refeições diárias, além de espaços de lazer e oficinas de capacitação profissional. Os acolhidos são encaminhados de maneira voluntária aos alojamentos por equipes da Abordagem Social, mas não são obrigados a permanecer no local.

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Trabalho em prol da dignidade

Além de se protegerem da pandemia, os acolhidos também recebem diversos tipos de serviços das equipes de apoio que atuam nos alojamentos. Só no do Autódromo, a equipe psicossocial encaminhou, desde abril, 11 pessoas para instituições de longa permanência para idosos (ILPI), e também auxiliaram em outras 30 reintegrações familiares.

Três acolhidos conseguiram, com a ajuda das equipes do local, ingressão no mercado de trabalho formal, e outros 70 para o informal. Nos alojamentos, também ocorrem diversas atividades estruturadas como oficinas, rodas de conversa, palestras e cursos, desenvolvidas com o intuito de ajudar a população em situação de rua.

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“É uma forma de instituir uma interação com o acolhido. Diante desta pandemia estamos encontrando novas formas de tocar as vidas das pessoas: escuta com qualidade, presença para que a pessoa se perceba na sua importância… Isso melhora a auto estima e acabamos descobrindo talentos e auxiliando na interação entre os acolhidos”, explica a presidente do Instituto Tocar, Regina Almeida.